A lavadeira descalça desce a rua pra lavar a roupa. Pode não haver luz, pode não haver o que comer, tão pouco roupa, ou faça sol ou faça chuva.
Com o seu rosto ficado na tina, com as suas mãos aterradas de espumas, entre esfregões, sabão grosso e escovinha ela faz o seu dia. Ela dá esperanças a suas crias.
O andrajo na rua solta voga, esmola, passa fome e não tem memória.
Faz par com qualquer hora, não tem chuva, não tem noite de lua e não tem meio dia.
A sua casa é o inverno, como o verão... Qualquer estação.
Ele morre, vive e percebe tudo sem redenção.
O desempregado encharca o rosto, cansa os pés de andar atrás da esperança, como se andasse com a cabeça sem aquele calvário de preocupações que vão além dele mesmo.
Todos os dias que avançam não se debutam só as vidas, mas tanta ânsia, que quando ele vai-se na pueira dos dissabores a garganta sangra e os olhos enchem de lágrimas.
É o pão que não tem.;
É a vida digna que falta.;
É seus filhos que pedem alguma coisa...
As crianças da praça...
Já não acham graça... Não há mais palhaço, não há mais mormaço, não se tem mãe cuidando.
O dia passa e a mente não é infantil, a droga é quem pariu ,a maldadade que versa, é a mesma que mata de uma certa crença desgraça.
As mulheres não vão mais as escolas. Trocam - nas pelas tabernas, as boites e ruas de esquinas.
Dormem durante o dia e vagam como maripousas na noite a procurar sanar a fome, com suas mortes.
Assim é esse povo em sua caminhada. Uma dor em cada estrada.
Mas na verdade, só querendo ver o raiar do novo horizonte.
Num palco, que não seja um picadeiro. Sejam luzes pro mundo inteiro.
Então parabéns aos políticos,
Parabéns aos monolíticos,
Parabéns a quem vende o País.
Necessitamos de homens, não de aprendiz.
Pois se inssistírmos na ignorância, permaneceremos no erro.
E a nossa punjância, será essa miséria em plena feira.
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