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Artigos-->Perdi a referência do dinheiro -- 20/08/2005 - 00:05 (Moacir Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Perdi a referência do dinheiro

Moacir Rodrigues



Até alguns meses atrás se eu não estava muito satisfeito com a vida, também não estava tendo muita coisa para reclamar, até porque tenho vivido com minhas contas equilibradas. Aprendi com os meus pais desde criança que não podia dar o passo maior do que a perna, de sorte que sempre fui cuidadoso com o meu orçamento, só fazendo dívidas dentro dos limites do meu salário, razão pela qual entendo que continuo pobre. Sobre esses aspecto, tenho visto pessoas argumentarem que quem não sabe dever não enriquece, mas como sou medroso, sou conformado, até porque não tendo recebido herança, não havendo acertado a sorte grande da loteria, não tenho outro caminho senão viver dos ganhos auferidos com o meu próprio trabalho. Assim, concluo que não poderia eu sonhar em ficar rico, já que sempre corri atrás de atividades sérias, atuei com dignidade nas atividades que até desenvolvi, podendo até agradecer a Deus já que sempre ganhei mais do que mereci. Se por um lado não conto com riqueza, pelo outro não posso queixar do meu padrão de vida de classe média.

Ocorre que nos últimos meses, com a descoberta do mensalão, com a instalação das CPIs, que se encontram em atuação a pleno vapor no Congresso Nacional, vi falar tanto em valores elevados de dinheiro que já não posso avaliar se ganho com justiça pelos serviços que presto e se estou pagando o necessário para a Secretária da minha casa viver e tratar da sua família. Como só vejo falar em milhões de reais, eu passei a ter a impressão que a importância que recebo a título de remuneração pelo meu trabalho ficou muito insignificante e tive que fazer muita força para que esse fato não influísse negativamente no meu ânimo. Eu acredito que até mesmo os economistas e por que não dizer os brasileiros em geral devem estar passando por esta mesma dificuldade. Basta que tenham ouvido os depoimentos do empresário Marcos Valério, do Tesoureiro do PT, do decantado marqueteiro Duda Mendonça e bem assim dos respectivos colaboradores. Paguei tantos milhões de reais a fulano, tantos a beltrano, tomei empréstimo de tantos milhões no Banco Rural, saquei tantos milhões na Agência tal em Brasília, foram depositados tantos milhões na minha conta no exterior e assim por diante. Agora, não sei se este fato está acontecendo só comigo ou com os meu compatriotas de todos os rincões, o fato é que perdi a referência do dinheiro. Contudo, já fixa uma reflexão e prefiro continuar ganhando o suficiente para manter equilibradas as minhas receitas e despesas, podendo contar com a tranqüilidade de quem sempre cumpriu o seu dever, porque assim se conta com a paz para dormir sem preocupação, ou seja, no dizer do poeta “de deixar a vida nos levar” sem qualquer temor ou preocupação.

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