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Artigos-->DA LUZ ÀS TREVAS -- 18/08/2005 - 19:38 (Carlos Rogério Lima da Mota) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Você que está lendo este texto já parou para pensar qual seu o papel nesta onda de escândalos e corrupções quase sem fronteiras que maculam a imagem de um palácio cuja “nobreza” assombra ao mais abastado dos mortais? Caso ainda não tenha, faça uma reflexão, uma verdadeira varredura mental e retorne ao ano de 2002.



Lembra-se da expressão: “a esperança vencerá o medo?” Como fomos ingênuos, não? Abrimos nossas casas a lobos em peles de cordeiros, caímos no mesmo golpe do estranho que convence a criança a dar um passeio em troca de um pirulito e nunca mais a devolve a seus pais. Tolos! Acreditamos nos belíssimos atores, cujas vozes angelicais, levavam-nos ao êxtase com as promessas de um PT que já se via enlamaçado há dezenas de anos, talvez até mesmo desde sua fundação, a que consta, de muita “honra e dignidade”.



Como é difícil sentir-se iludido, levado a imaginar um mundo novo, construído com suor e sangue - se necessários, onde a fome seria zero, o salário decente e capaz de sustentar cada um dos muitos filhos miseráveis deste país. Como dói saber que fomos instrumentos de manipulação, fantoches que saiam às ruas, conquistando os amigos e convencendo os incrédulos de que a salvação do país estava naquela estrelinha de um vermelho quase sangue que carregávamos no peito, como se a mesma simbolizasse a VERDADE e a HONRA - princípios que alicerçam o caráter. Quanta bobagem! O tempo - ah o tempo...este monstro que não se sacia enquanto as últimas verdades humanas não são devoradas - nos mostrou ser aquela “estrelinha” uma das mais aberrantes formas de mentir já criadas para disputar o poder e controlar a mente dos homens de almas fracas.



Conduzimos um operário ao poder. O mundo curvou-se aos nossos pés em sinal de reverência. Nossa democracia havia amadurecido! Vencíamos de vez o preconceito da elite, aquele que dizia que somente os formados em Harvard seriam capazes de liderar a nossa massa de famintos. Foram dias e dias de glórias, de apertos de mãos, de beijos, abraços e fotos...Dias e dias de alegria, churrascos e mais churrascos; como bobos da corte, dançávamos aos hinos da Fazenda, abrindo os nossos bolsos, entregando nossas riquezas sem que nos déssemos conta de que aquela conversa de que, pela primeira vez na História do Brasil éramos Governo - réplica modernizada de uma França liderada por um Robespierre ensandecido, não passava de uma farsa, daquelas que Nelson Rodrigues não se atreveria a contar.



A TV propalava para todos os cantos, o Brasil seria outro, havia agora no poder um homem de coração, de origem humilde, cuja escolaridade assemelhava-se a da maioria; um ser quase divino, com fibra de vencedor! Não havia inimigo, com bicos de tucano ou sotaque baiano que o desafiasse, sua presença transcendia o messiânico, levando a plebe ao delírio e os céticos à crise de identidade.



Como diria um tal Collor – o ser das trevas que ousou dominar o reino da luz, sendo banido a pedradas pelos mesmos Hércules que fizeram do operário o mandatário mais admirado do planeta: “O poder hipnotiza e corrompe! Delícia para uns; fel para outros; destruição para todos!” Enfeitiçado, o recém-empossado líder sindical passou a comprar todos os seus súditos, objetivava um governo único, centralizado – velado totalitarismo! Os primeiros decretos aterrorizaram os mais entusiasmados: a censura voltaria numa versão light, renomeada Conselho Nacional de Jornalismo! A imprensa passaria a medir as palavras, não mais denunciaria as falcatruas e ações, no mínimo, maquiavélicas do governo. Mas como em toda farsa, há sempre um epílogo! Quando menos se imaginava, a luz cedeu à escuridão; a esperança estonteou ante ao medo e a alegria, enfim, calou-se.



Para conter as rachaduras que se abriam em todos os cantos de seu palacete, o “monarca” lançou mão das chaves que guardavam os tesouros históricos, passando a subornar um e outro, até que uma microcâmera, da mesma imprensa que tentou cercear, flagrou o que seria o estopim de um verdadeiro tsunami político. Tucanos saíram da jaula, quebraram as grades das masmorras onde estavam confinados os nanicos de sotaque baiano e, juntos, em uma só caravana, partiram para o ataque. As emissoras mostravam tudo ao vivo!



No salve-se quem puder, dezenas de engravatados - outrora figuras renomadas, de índoles ilibadas e discursos poéticos - saltavam do Titanic das denúncias, fazendo das verdades mascaradas, botes de sobrevivência. E o que se viu foi um verdadeiro naufrágio, o mar não poupou sequer o líder deste grande golpe que a história um dia nos contará com todos os detalhes que a atualidade, condescendente, jamais nos revelará.



De uma eleição histórica, floreada por arrotos de humildade a um Big Brother às avessas, assim terminou a eleição do primeiro torneiro mecânico a rei da terra dos tolos, que de tolos, só tinham o nome. Graças a Deus!



* Original de Carlos Rogério Lima da Mota.
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