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Cronicas-->O cinzeiro -- 19/12/2001 - 21:50 (Luís Augusto Marcelino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não tenho assunto para escrever. E isso me levou a olhar ao meu redor para buscar uma "deixa" e escrever qualquer uma das minhas bobagens. Encontrei meu cinzeiro. É de metal, acho que minha mulher comprou na feira de Embu das Artes. Está todo amassado. Mas foi meu companheiro de algumas das baboseiras que escrevi aqui. Quero prestar uma homenagem ao meu cinzeiro! Ele fica ali, quieto, subserviente, esperando as batidas constantes que dou no cigarro. Fumo desde os dezesseis anos de idade. Tentei largar uma só vez - mas não foi possível. Estou prestes a completar dez anos de casado. Porém, o maldito-bendito tem mais tempo de convivência comigo. Sou um fumante comportado, entretanto. Meu cinzeiro é testemunha - mais um motivo para eu homenageá-lo. Não fumo debaixo do chuveiro. Nem quando estou na piscina. Impossível me ver dando baforadas enquanto estou fazendo sexo. Dá vontade, é claro, mas me contenho.

Tenho uma mania adolescente de dar nomes às coisas. Já tive meu carro Rincon, meu sapato Alcione, meu copo especial Luma. De Oliveira, para insatisfação geral da galera lá de casa. Nada mais justo do que o meu cinzeiro - amigo das altas horas da madrugada - receber um nome. Ivan, talvez. Ivan me faz lembrar de um amigo da juventude que agasalhava todas as intempéries da turma. Ivan. Talvez não seja uma boa alcunha. Quem sabe Léo? Um sujeito capaz de fumar uma carteira de cigarros num espaço de duas horas. Não, meu cinzeiro não merece isso. Vini. Meu irmão mais novo, capaz de se sujeitar a passar por cinzeiro quando sua grana acaba. Pensando bem, acho que estou sendo machista. Por que não um cinzeiro com nome de mulher? Bia. Roberta. Eleonora. Maria das Graças. Acho que nomes femininos não cabem bem a um cinzeiro. Cinzeiros são machos, pronto e acabou!

Dar nome a um objeto é mais difícil do que nomear um filho. É um paradoxo. Filhos podem reclamar, objetos não. Mesmo assim, fico numa dúvida cruel. Mais um cigarro está queimando sobre ele e sou incapaz de lhe dar um registro de nascimento. Perdoe-me, cinzeiro! É que o momento é de pressão. Como gostaria de se chamar? Há tantos nomes pomposos, tantas teorias, tantas opções... E eu não consigo te dar um nome. Quem sabe um concurso? É, parece uma boa idéia. Que nome devo dar ao meu cinzeiro, moçada?
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