Muitas vezes presenciamos pessoas que nos são caras fazendo considerações a respeito de grandes perdas e procedendo avaliação inteiramente tardia, ou seja, depois que ocorreu a perda de algo que para elas era muito importante e que não souberam valorizar quando tinham à disposição. Isso ocorre normalmente quando se perde um amor, um animal de estimação, um bom empregado, a companhia de uma pessoa fiel ou mesmo quando ocorre a morte de um ente querido. O leitor pode até discordar dessa afirmação, mas esse defeito é próprio da natureza humana. Da mesma forma, não damos valor naquilo que funciona bem. Voltemos, por exemplo, a atenção para o nosso próprio corpo. Nós nos preocupamos bastante com o nosso automóvel, com as nossas ferramentas, procuramos dar-lhes manutenção permanente, mas pouco nos lembramos de ir ao médico ou ao dentista para cuidar da nossa própria saúde. Somos mais levados a procurar esses profissionais quando alguma coisa não está funcionamento bem. Ou estamos sentindo uma dor, ou estamos pensando em fazer uma viagem mais longa e ai deixamos tudo de lado e vamos buscar solução. Em uma das frases que publiquei no nosso USINA DE LETRAS já chamei a atenção para o fato de que a dor é um recado que algo em nosso corpo não vai bem ou não está funcionando a contento. A rigor, deveríamos ter datas planejadas para dar manutenção também ao nosso corpo, a exemplo do que fazemos com o nosso avião, com o nosso veículo etc. No entanto, só cuidamos quando adoecemos, quando vemos doente ou morto alguém da nossa geração ou da nossa idade, passando por preocupações até mesmo desnecessárias. Muitas vezes nos descuidamos até de nossa boca, deixando os nossos dentes estragarem-se quando é muito importante que deles cuidemos pelo menos uma vez por ano. Fico pensando que o erro é não planejarmos a nossa própria manutenção. Enquanto tudo está funcionando bem, nem mesmo nos lembramos de que precisamos cuidar de nós mesmos. Interessante que nós planejamos nossas viagens, nossa participação no carnaval, em festas e cerimônias de toda ordem, mas esquecemos daquilo que para nós é mais precioso, que é a nossa saúde que, funcionando bem, garante a nossa sobrevivência e por que não dizer a nossa vida. Se alguém quer ver como passa a dar valor em qualquer de seus órgãos basta descobrir que ele não está funcionando bem. Nós às vezes cometemos o absurdo de não valorizar a importância dos nossos sentidos, dos nossos braços, das nossas mãos, das nossas pernas, do nosso fígado, dos nossos rins, do nosso estômago e assim por diante. Que esta minha lembrança de escrever este artigo seja importante para o leitor e para todas as pessoas que amam a si mesmas. Até breve…
