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Artigos-->O urubu como passageiro -- 10/08/2005 - 08:55 (Moacir Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O urubu como passageiro

Moacir Rodrigues



Meu pai era interiorano, de pouca instrução, mas formado pela escola da vida. Como bom mineiro, era desconfiado e ligava cada fato que acontecia a um ditado da sabedoria popular. Eu sempre fiquei admirado com o seu conhecimento geral mesmo tendo freqüentado apenas dois anos de aulas numa pequena escolinha. Lembro-me que certa vez me deu uma aula sobre o urubu. Disse-me que “ o urubu quando pinta, tem cento e trinta”, o que significa que o urubu tem uma vida muito longeva, vivendo por volta dos cento e cinqüenta anos, porque quando pinta já tem cento e trinta, além de um record de horas de vôo. E por falar em urubu, lembro-me agora de uma viagem tumultuada que fizemos de Passa Tempo a Belo Horizonte, exatamente por causa de um urubu. Eu trabalhava na Capital e retornei no domingo à noitinha de carona em uma Kombi da CNEC – Companhia Nacional de Educandários da Comunidade, que mantinha uma escola na minha Cidade. Viajávamos em seis pessoas e o veículo era dirigido pelo Luiz Antero, hoje policial rodoviário federal, se não estiver aposentado. Quando atingimos a grande reta da chegada da Cidade de Igarapé, lembro-me que o aludido motorista estava desenvolvendo uns cem quilômetros horários, quando se deparou com um animal morto na estrada que estava sendo devorado por um grupo de urubus. Ocorre que os urubus levantaram vôo mas um deles, que aparentava estar doente e meio tonto, não conseguiu se livrar da Kombi e acabou entrando pela janela dianteira lateral e aprontou uma enorme confusão dentro do carro. Era um abutre que já estava pintando de branco e, por isso, já devia ter por volta dos cento e trinta anos, com o pescoço muito encaroçado e com aparência muito feia. Ocorre que o animal não se conformou em ficar pousado dentro do veículo começou a voar para a frente e para a traseira do carro, sendo que em cada vôo ele expelia vômitos e fazia cocô, de sorte que aqueles minutos foram uma verdadeira tragédia. Todos os seis passageiros que estavam no veículo foram atingidos pelos seus vômitos e pelo seu cocô. Nunca eu havia visto nada mais fedorento. E qual foi a solução? Tivemos que ir a um posto de gasolina e tomar banho com uma mangueira, usando shampoo de lavar carro e depois espuma de sabonete. E o carro ? mesmo depois de lavado, conservou aquele mau cheiro sem fim. Acho que aquele animal, por ser bastante velho, comeu demais, estava meio tonto e por isso foi atingido pelo veículo. Certamente estava acometido de alguma doença, como dor de barriga, tonteira etc. Além de cômico, aquele quadro fez com que nossa viagem se tornasse inesquecível e foi motivo de comentários muitos e muitos anos… Às vezes o Luiz me oferecia carona para a Capital e eu lhe fazia uma pergunta: Você garante que desvia dos urubus de Igarapé ?







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