O lobo e o cordeiro
Um cordeirinho matava sua sede em um riacho. Longe dele, mas próximo do poço, um lobo fazia o mesmo. Num abrir e fechar de olhos, quando viu o cordeirinho, gritou:
— Por que você está sujando a água que eu quero beber?
— Não é possível! Replicou o tímido cordeirinho. “Estou aqui em baixo e você aí em cima, tão longe; a água corre de você para mim. Eu acho que nunca passou pela minha cabeça fazer qualquer maldade a você".
— Ora, veja só! Você está fazendo isso aqui, agora, como seu pai, há seis meses atrás; agora me lembro muito bem, você também estava aqui, mas felizmente escapou, quando eu tirei a pele dele, por insultar-me.
— Mas, senhor?... Implorou o trêmulo cordeirinho, "Tenho só quatro semanas de idade e não pude conhecer meu pai, que já tinha morrido; por que devo ser castigado por suas faltas?".
— Você, sem vergonha... Assim terminou o lobo, fingindo-se enfurecido e trincando seus dentes, “morto ou não, só sei que toda a sua raça me odeia, e por isso devo vingar-me".
Sem maiores delongas, abocanhou e sufocou seu pescoço, rasgou-o e arrastou-o.
***
Tenha consciência de si mesmo diante do maldoso; ele procura contorcer os fatos, a fim de satisfazer sua própria perversidade.