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Artigos-->BUSH E URIBE LADO A LADO -- 04/08/2005 - 21:42 (Vitor Gomes Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BUSH E URIBE LADO A LADO



Vitor Gomes Pinto

Escritor, Autor de Guerra nos Andes



Nas Américas, o governo de Luís Inácio Lula da Silva vê sua política externa afundar em águas rasas, fazendo eco à desastrada campanha por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, a qual sofreu novo golpe com a declarada oposição de Argentina e México. Apenas para compensar, os irmãos do Prata decidiram apoiar a candidatura do economista e PhD por Yale, ex-secretário de Finanças de Martinha em São Paulo, João Sayad, ao posto de presidente do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Ao que tudo indica, foi mais um erro de estratégia tupiniquim que deixou a coordenação da campanha de Sayad nas mãos de um profissional competente, mas de 3º escalão (o Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, José Carlos Miranda), incapaz de fazer frente ao candidato vencedor, o colombiano Luis Alberto Moreno que teve a patrociná-lo o próprio presidente Alvaro Uribe que pessoalmente varreu a América Central e o Caribe para assegurar um apoio já antes recebido dos Estados Unidos, Canadá e México. O Mercosul votou aos pedaços, com Uruguai e Paraguai opondo-se à candidatura de Sayad, que na região teve de contentar-se com os sufrágios de Bolívia, Chile e Venezuela (Chávez à última hora foi à luta, cravando os últimos pregos no caixão do brasileiro). Outros adversários mais débeis ficaram pelo caminho, entre eles quatro ex-Ministros da Fazenda (Peru, Venezuela, México, Nicarágua) e o próprio presidente do Peru, Alejandro Toledo, até a pouco funcionário do BID.

Moreno, o baixinho que em seu país é tratado como O Pequeno Gigante, não tinha as qualificações técnicas exigidas para o posto, por ser um administrador de empresas sem conhecimento do campo econômico que é a essência das ações do Banco. Reconhecendo tal fato, buscou sustentação junto aos presidentes dos países e não nos Ministros da Fazenda, que colocam seus votos na urna em obediência à orientação de seus chefes. E, dessa feita, George W. Bush não estava disposto a repetir o fiasco diplomático da eleição da OEA (custou a cabeça do falcão e Subsecretário de Estado para a América Latina Roger Noriega, também responsabilizado pelo renascimento da liderança de Hugo Chávez) quando, após cinco votações empatadas, o mexicano Derbez que era pró-EUA teve de retirar-se permitindo a vitória do chileno José Miguel Insulza, considerado mais independente e latino-americanista. Chamou o Secretário do Tesouro, John Snow, e lhe disse: “que fique claro, estamos com a Colômbia”. Foi o reconhecimento ao apoio irrestrito de Alvaro Uribe à política norte-americana de combate aos cartéis da droga e à guerrilha das Farc, à invasão do Iraque e a qualquer coisa que invente. Os colombianos se orgulham do sucesso que foi a atuação de Moreno como embaixador em Washington (onde nasceu, mudando-se ainda criança para Bogotá) nos últimos sete anos e agora o substituíram por Andrés Pastrana, o último presidente, que tem em seu currículo a aceitação do Plano Colômbia criado pela administração Bill Clinton e incrementado, sob o nome de Iniciativa Andina, por Bush.

Na Colômbia, Uribe acumula prestígio por ter blindado as grandes cidades e por ter conseguido o abandono das armas de blocos de paramilitares, com gastos milionários suportados pelos EUA. Enquanto suas esperanças de aprovar a emenda que lhe permitiria concorrer à reeleição aguardam a decisão do Supremo Tribunal, Uribe enfrenta um forte recrudescimento da atividade guerrilheira no Putumayo, onde colocara 18 mil homens com o Plano Patriota, seu maior orgulho até o momento. Oito ataques guerrilheiros de alta violência perpetrados em junho e julho, deixaram a região do Maciço Colombiano isolada e no escuro, após as Farc dinamitarem a ponte sobre o rio Villalobos e as torres elétricas na estrada que liga Mocoa a Pitalito quase na fronteira com o Equador. É, também, uma reação da guerrilha às perdas sofridas no comércio da droga. Segundo a revista La Semana, cinco frentes paramilitares apoderaram-se nos últimos sete anos do negócio da cocaína que estava nas mãos das Farc e hoje o Bloco “pára” Central Bolívar produz ali cerca de 35 mil quilos de base de coca por ano.

Organizações ligadas aos direitos humanos não dão trégua ao presidente, acusando a Lei de Justiça e Paz, há pouco aprovada, de dar penas reduzidas e bloquear a extradição de responsáveis por crimes de lesa-humanidade, além de não dar qualquer garantia de que as profundas raízes do poder político e econômico dos paramilitares (ex-esquadrões da morte) desapareçam. “Quando alguém vai se desmobilizar não põe os bens em seu nome; constrói empresas de fachada”, foi a declaração de um “Pára”, incluída no último informe da ONG Human Rights Watch. A paz segue distante. De um lado Raúl Reyes, secretário das Farc, pede à população que rechace a reeleição, buscando uma alternativa pluralista e patriótica; de outro lado o comandante Don Berna dá entrevistas como um redimido e sorridente democrata que conduziu 2 mil paramilitares do Bloco Heróis de Granada a entregar parte de seu arsenal às autoridades do município de San Roque na província de Antióquia.

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