Mestre Egídio e a Rainha
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Independente do fato
De quem ganhou a eleição
De quem conhece o Brasil
E adora esta Nação
Vou entrar nesse torneio
Não posso ficar no meio
vou aprender a lição
De quem ama esse país
Desse céu azul de anil
Pintou seu retrato em versos
Fez o mapa do Brasil
Mostrando seus rios e mares
Belezas de seus lugares
Esse homem varonil
Esse mestre da poesia
Mestre Egídio, o companheiro
Conhecedor das florestas
Seu descobridor primeiro
A falar de suas lendas
A mostrar as suas fendas
Nisso foi o pioneiro
Mestre também, das palavras
Educação, saber e humildade
Talvez o melhor cordelista
Rima com facilidade
Sugere um torneio decente
Pra animar toda essa gente
Que mora nessa cidade
Com seu jeitinho faceiro
A isca jogou sutilmente
Elogiando a Milene
Rainha de nossa gente
A sua filha querida
Aquela jamais esquecida
Ela ficou bem contente
Pois assim diz o ditado
Filha de peixe não é só da marinha
Pode ser onça pintada
E também, uma ararinha
E ela mordeu a isca
Quem arrisca não petisca
Não se fez de engraçadinha
Desconfiou da conversa
Do papo de algodão
Que o mestre jogou pra ela
Abrindo seu coração
Mas disse com muita humildade
Topava a parada é verdade
Comendo na sua mão
Falou em tom malcriado
Palavra de baixo calão
Depois tentou consertar
E não falar palavrão
Mas quase que foi traída
Quando tocou na ferida
Mostrando todo o tesão
Agora dou meu recado
A todo o norte e nordeste
Ao mestre de todos os mestres
Esse bom cabra da peste
Nosso professor de arenga
Que abriu essa pendenga
De feira lá do agreste
Não mexa com a Milene
Pois ela dá pano pra manga
Ali tem café no bule
Não mexa que ela se zanga
Mostra logo o seu gatilho
Com muito cabelo no milho
Esteja vestida ou de tanga
E agora nos finalmente
Ao mestre faço o pedido
Renove as regras do jogo
Pra ficar mais entendido
Faça talvez a minuta
Palavra que não se escuta
Mas resolve o aludido
Muita embora tenha gente
Que com certeza reluta
Com raiva dessa palavra
Não vai entender a labuta
Que filho de peixe é tudo
Não pode, no entanto, contudo
Ser só filho de uma truta