Mostre os teus passaportes,
Mostre sempre que tens sorte,
Que não te alcançam as mortes,
Que é o amor que te leva,
Para outros mundos...
Galáxias perenes de ilusões,
Carinhos, sonhos, paixões.
Vamos, coragem, amigo rei,
Reabra teus passaportes,
Deixa à mostra tuas fotos,
Que elas sejam bem tu e você,
Em épocas diversas,
Ótimas, boas, perversas.
Entreveja nas muitas páginas,
Cicatrizes, carimbos, conversas,
De tantas viagens vãs.
Estiveste em busca de um destino,
De teu sonho de menino,
Um colo, um carinho, um regaço,
O beijo puro da irmã,
Onde se esquece o cansaço.
Eia, vem o cheiro da romã,
Que alguém estende, amistoso,
Ou o punhal do inimigo,
Mentiras, palavras vãs.
Carimbe teus passaportes,
Vá de novo, tente a sorte,
Ame de novo, uma outra vez,
Altiva, ergue a tua cabeça,
És forte, amigo rei, não esmoreças,
A esperança nunca é vã.
Avance sobre ela, fogoso,
Não tenhas medo de perder...
Pois já sabes e muito:
Vai doer!
Mário Galvão é jornalista e profissional de RP
|