Vivenciando experiências inusitadas, talvez ímpar, ela já está contando nos dedos das mãos. Experiências oportunizadas na idade adulta e que não foram proporcionadas em outras idades cronológicas.
Andar de bicicleta - Verdade que nos tenros anos tentou. Mas, após uma queda não se arriscou mais. Até o nascimento dos filhotes. E, então, um belo dia, estava a pedalar no Parque da Jaqueira. E outros passeios se repetiram, sem no entanto, isentá-la de esfolar o joelho esquerdo. Mas, valeu a pena! A sensação de liberdade! O vento batendo no rosto, nos cabelos, ainda longos.
Desfilando na passarela - Acompanhando a filhota nas aulas de modelo, inesperadamente, recebeu convite para, também, participar dos ensaios. Vencendo a timidez e o preconceito de estar entre crianças e adolescentes, lá estava ela. E o primeiro desfile a gente nunca esquece... Um dia todo de preparação para alguns minutos de glória... Ensaio geral. Maquiagem. Cabelo. O friozinho na barriga. O temor de um tropeção. Uma, duas, três entradas. E a experiência a se repetir por duas vezes mais, registradas em fhash e guardadas na memória.
Cachorrinho Tico - Foram alguns anos de insistência. Muita argumentação. Por parte do marido e dos filhotes. Até que um dia, ela cedeu aos apelos. Verdade que quando avistou à quela bolinha branca, de dois meses, em uma caixa, ficou na defensiva. Não ia querer aproximações. Não ia querer gostar. Afinal, anos de tabus e preconceitos estavam em cheque. Porém, Tico, foi se chegando. Dócil. Brincalhão. Às vezes, zangado. Um amigão. O caçula da mamãe...
Plantar, criar, escrever - Segundo consenso popular, para viver feliz e passar pela vida três coisas são necessárias: plantar uma árvore, ter filhos e escrever um livro. A primeira, materializou-se, ainda, na infància: um abacateiro, cuja semente, removida
constantemente, quase não permitia o nascimento da árvore, que cresceu viçosa. E muitos abacates deliciosos frutificaram. A segunda realização aconteceu há década e meia. Um casal de filhos, veio dar um outro sentido ao seu existir. E, finalmente, o livro. Surgiu, na idade da loba. Uma simples e sincera homenagem ao biografado, que de repente, tomou corpo, se fez livro.
Agora, na idade da loba, ela anseia viver intensamente, buscando no dia-a-dia, novas vivências, que enriqueçam seu existir.