TEMPO DOS SONHOS
Nas últimas semanas, por causa das aulas, andei às voltas com o ‘passê composê ‘, nome pomposo para designar o tempo que passou... e acabou. Ou seja, o nosso pretérito perfeito. Aliás, nem sei bem por que é chamado de perfeito, talvez para diferenciar do imperfeito, aquele que teve início no passado, mas permaneceu ainda por algum tempo até que alguma coisa aconteceu. A criança brincava e corria quando escorregou e caiu. Para mim, brincar e correr é muito mais ‘perfeito’ do que escorregar e cair rs. Isso tudo me faz pensar não nos verbos, mas na vida. Será que passando em revista os tempos idos não poderíamos classificar os momentos marcantes ou situações importantes em imperfeitas, perfeitas ou mais que perfeitas?... Relacionamentos com a família, amigos e colegas entrariam no passê composê. O que não deu muito certo ficaria no imperfeito, já o que funcionou direitinho, no pretérito perfeito... Aquilo que nos proporcionou enorme alegria e prazer entraria no mais que perfeito... Para conservar boas lembranças sempre por perto, o passado recente daria conta.
E os sonhos? Ah! Esses ficariam no futuro do pretérito... ou poderíamos jogá-los para o futuro mesmo. Entretanto, se fossem sonhos a dois, ficariam perfeitos num futuro próximo...
Deixando o passado e o futuro de lado, o que vale mesmo é o present continuous...
Beatriz Cruz
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