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Artigos-->NA COLÔMBIA, A GUERRA CONTINUA -- 05/07/2005 - 00:39 (Vitor Gomes Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NA COLÔMBIA, A GUERRA CONTINUA

Vitor Gomes Pinto

Escritor, Especialista em Relações Internacionais





Uma guerra sem tréguas contra a esquerda das Farc, com o apoio dos paramilitares (ex-esquadrões da morte) das Autodefesas Unidas da Colômbia, as AUC, é o perigoso caminho escolhido por Álvaro Uribe que mantém índices elevados de popularidade e tenta mudar a Constituição para convencer os colombianos a reelegê-lo em 2006. Após dois anos de discussões, a maioria uribista no Congresso aprovou a Lei de Justiça e Paz, considerada um escândalo e um contrato com a impunidade pela Anistia Internacional, reforçando duras críticas do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos e até do New York Times. A ONG Human Rigths Watch, que dera ao seu Informe Anual o título “Colômbia: livrando os paramilitares de suas responsabilidades”, afirmou que a nova Lei não obriga os “Paras” a cessar as hostilidades, reparar seus crimes nem a desmantelar sua poderosa e complexa organização, financiada por décadas de extorsão e pelo tráfico de drogas.

O poder econômico das AUC lhes dá grandes facilidades de reposição de quadros e, ultimamente, de eleição de políticos comprometidos com suas estratégias. Na prática, os “Paras” se livram da extradição aos Estados Unidos, conquistam o direito a penas reduzidas por “delitos de sedição” (ou seja, de caráter político. Os atrozes serão punidos com 5 a 8 anos de prisão em fazendas agrícolas) com base em declarações livres e espontâneas que farão quando deixarem as armas.

Foi reaberto o caso de Santiago Uribe, irmão do presidente, tido como o líder do grupo paramilitar Os Doze Apóstolos (porque um dos membros era o padre Palácios, hoje com 67 anos, preso e recém libertado) acusado de assassinato a sangue frio de 50 civis em Santa Rosa de Osos e Yarumay no estado de Antioquia, em 1966 quando o governador era Álvaro. O comando tinha como base de operações a fazenda La Carolina, de propriedade da família Uribe e administrada por Santiago.

Enquanto os paramilitares negociam com o governo e seus líderes são convidados a discursar no Congresso, os guerrilheiros das Farc são caçados como nunca. O exército acaba de descobrir uma incrível autopista, invisível mesmo em vôo de helicóptero sobre a densa cobertura da selva, cruzando dezenas de rios por 278 quilômetros nos estados de Meta, Guaviare, Caquetá e com acesso a Putumayo. Ligando o sul ao centro do país, a via serviu de escape para o alto comando das Farc quando o governo anterior invadiu a Zona de Distensão de San Vicente del Caguán. Mostrando que conservam alto poder de fogo apesar de debilitadas as Farc desfecharam violento ataque a tropas na localidade de Teteyé em Putumayo, junto à fronteira equatoriana, matando 19 militares no que se considera como o maior revés da era Uribe, cuja prioridade foi a ocupação dessa área, a mais forte produtora de coca do país.. Um mês antes a guerrilha distribuiu volantes aos moradores, avisando-os de que deviam ir embora, pois fariam desaparecer os soldados e o povoado. No último sábado cerca de 500 guerrilheiros chegaram pelo rio San Miguel às 5 horas da manhã e colocaram as forças oficiais sob intensa fuzilaria. É o oitavo ataque de grande escala deste ano, abrangendo 6 estados e deixando 104 vítimas fatais entre militares e policiais.

Embora as AUC estejam na lista das Organizações Terroristas Estrangeiras dos EUA, seu embaixador na Colômbia, William Wood apressou-se a declarar que apóia a aprovação da Lei de Justiça e Paz. Dia 4 de agosto próximo Álvaro Uribe será recebido pelo presidente Bush no exclusivo rancho de Crawford, no Texas, onde já estiveram alguns dos verdadeiros amigos dos EUA, como Putin, Tony Blair, o rei Juan Carlos, o mexicano Vicente Fox e o príncipe Abdullah da Arábia Saudita. As perspectivas de paz na administração Uribe tornam-se cada vez mais longínquas para a Colômbia. As vítimas e a oposição, em inferioridade, pensam em submeter ao Tribunal Penal Internacional os massacres cometidos pelas AUC, caso as autoridades nacionais se neguem a julgá-los.

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