PALAVRAS...
Filemon F. Martins
É bom relembrar o discurso de Lula, no ano 2000: “O empresário tem que ter medo do PT, pessoas que degradam o meio ambiente têm que ter medo do PT, pessoas que praticam corrupção têm que ter medo do PT, aqueles que querem manter relações com o Estado entrando pela porta dos fundos têm que ter medo do PT.”
Com este e outros discursos do mesmo jaez, Lula chegou à Presidência da República. O povo, embalado pelo sonho de viver num País melhor, mais justo e mais humano, votou para mudar o Brasil. Até o poeta, impregnado de esperança e de sonhos, escreveu trovas, como esta: É a voz do povo a clamar/ com talento e competência: / o Brasil quer prosperar/ com Lula na Presidência.
O povo cumpriu a sua parte votando e elegendo aquele que parecia ser e estar, pelo menos naquele momento, ao lado dos trabalhadores, dos desesperançados, dos pobres e desvalidos, mas infelizmente assim que o PT assumiu, não demorou muito, as promessas feitas ao longo de 25 anos de luta pela moralidade, pela ética e pela decência foram substituídas para satisfazer a elite, sempre atrelada às benesses do poder, incapaz de um gesto nobre que possa beneficiar o povo brasileiro.
Ora, a miséria está estampada em todas as cidades brasileiras: pequenas, médias e grandes. Ainda assim nada tem sido feito para melhorar a vida destas pessoas. Ao contrário, assim que o novo governo se instalou, foi possível constatar o descontentamento do povo através dos servidores públicos federais, dos aposentados e dos que produzem em geral, bombardeados com reformas e medidas prejudiciais aos trabalhadores.
Hoje (junho de 2005) o governo do PT e seus aliados se debatem num mar de lama e de escândalos que vêm à tona aos borbotões em toda a administração sob a batuta do governo petista. Se confirmadas as denúncias do “mensalão”, propina paga pelo PT aos deputados da base governista, conforme denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB), tudo o que foi aprovado até agora no governo de Lula estará sob suspeita. Mas este é um assunto para os Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Pior é imaginar que daqui a dois meses tudo estará devidamente esquecido e os trapaceiros e seus comparsas estarão livres e continuarão suas ações ilegais causando prejuízos aos cofres públicos, cujos reflexos são o aumento da desigualdade social, violência, o caos na saúde pública, na educação, na Previdência e o abandono das estradas brasileiras, entre outros.
É desanimador, porque o Brasil é um País imenso e rico, com um povo ordeiro, trabalhador e bom, mas a insensibilidade dos políticos e administradores é um absurdo. O povo, com certeza, não merece.
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