Acordei sobresssaltado por causa do novo papa, O Bento 16, que no meu pesadê-lo, além de ter escondido meu passaporte europeu, disse que minha missão no Brasil era ser humorista, se quisesse me safar e que nem Jesus podia fazer nada por mim.
Pertenço a minoria dos heterosexuais. Não tenho preconceito contra a vida sexual de ninguém,e até acho que, digamos assim, eu não valha muita coisa entre quatro paredes.
Sou quase cem por cento macho, mas confesso que ando assustado com a viadagem. Eles tomaram o poder. A viadagem não é apenas uma atitude sexual, é uma opção do caráter. Sei que vou tornar-me sutil, mas a palavra homem pra mim pressupõe: integridade, honra, lealdade, solidariedade e fraternidade. São essas coisas que sempre entendi por homem, sei que falo de coisa do século passado, mas são valores que trago comigo e que tem dificultado minha vida com a viadagem que ameaça o país com um golpe de estado massivo! Não nos iludamos, nós, a minoria... A viadagem tem matizes. Andei tirando os tipos.
Há o viado desonesto.
O viado omisso.
O viado burocrata.
O viado espalhafatoso.
O viado sensacionalista.
O viado que não quer saber a verdade.
O viado que conta a verdade pela metade.
O viado competitivo.
O viado almofadinha.
o viado de Cristo.
O viado sem Cristo.
O viado superficial.
O viado bombados.
O viado que ostenta cultura.
O viado que detesta a cultura.
O viado que atrasa seu próximo.
O viado é aquele que ocupa ou deixa de ocupar espaço; ou é o criador de casos, a viadagem é uma doença séria.
E eles estão no poder.
Eles sabem que agora podem tudo e então estão metendo a mão em tudo... E a viadagem faz passeata para serem os mais viados do universo! Que orgulho!
Eu só não condeno essa corja toda de viados que infernizam nosso dia-a-dia, porque
na mídia parece que só entra viado também. Homem sério, sem trejeitos, a mídia estranha. Os viados adoram se combater.
Claro que tenho, como todo mundo, uma pequena viadagem. Medo de avião. Um horror! um horror! Um horror!
Mas estou a esquerda dessa viadagem subdesenvolvida e miserável, subproduto da verdadeira viadagem, discreta, à francesa.
E a propósito, meu caro Bento 16, como vou poder ser humorista com essa viadagem do mau caratismo que impera no país verde e amarelo.
- Meu filho. O problema com avião é seu, não meu.
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Marcelino Rodriguez, escritor hispano-brasileiro, autor de "O Obervador de Pardais" 1996, "O Espião de Jesus Cristo" 1999, "Juvenília" 2000, "Café´Brasil" 2001, "A Ilha" 2001, "Boneco de Deus" 2002, "Mar, Romântico Mar" 2002, prêmio Pérgula Literária Internacional e Ação Cultural.
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