Do Infante, Mestra, avante
Em décimas, pouco a pouco,
Alternando um e outro
Poderemos levantar
De novo e ressucitar
Aventuras e terrores
Dos grandes descobridores
Da grã-gesta portuguesa
E descrever com beleza
Naves e navegadores!
Para mais fortes primores
Escrevendo aqui a par
Venho oh Mestra convidar
Seus novos fortes pendores
Pelo cordel em valores
Que possui e tão bem usa
Com fluência profusa
O que ajudará a obra
A demonstrar como prova
Os dotes versejadores.
Como outros estros fulgores
Com paciência e engenho
Quem sabe se nosso empenho
Dará à luz esplendores
Sobre os épicos amores
Dos rijos homens do mar
Que se deram a fundar
O Império Português
Que a traição de dois ou três
Não deixou continuar.
Teremos que bem rimar
D inspirado pensamento
Costumes daquele tempo
Em candente versejar
E dum e doutro tirar
Sugestões, limar defeitos
Até que fiquem perfeitos
Nossos versos e a rigor
Divulgar com pundonor
Dos navegantes seus feitos!