Dizem os cientistas: não houve amanhecer no Universo. Quando chegou a luz do Cosmos, ela veio de uma só vez, abruptamente, acompanhada de grande explosão de raios e trovões, logo depois do famoso Big Bang, a teoria mais aceita, até hoje, para explicar a formação dos planetas. Enquanto isso, os dinossauros sumiam do planeta depois do choque de um asteróide com a Terra, deixando, no seu lugar, alguns políticos, bem, isto é assunto prá outra matéria.
Há 14 bilhões de anos atrás, “aproximadamente”, o Big Bang teria emitido intensa radiação e energia. Depois veio o resfriamento, concomitantemente à formação de prótons e nêutrons que se uniram para criar os elementos de formação da Lua, como o hidrogênio, lítio e hélio. Depois, esses núcleos atômicos absorveram os elétrons e formaram os átomos.
Em 300 mil anos, “aproximadamente também”, o universo era composto de nuvens de hidrogênio e átomos de hélio. Mas, já naquela época, reinava a escuridão. Portanto, não foi obra iniciada por este governo. É coisa bem antiga o período conhecido como a idade das trevas, ou do apagão, como queiram.
Pouco se sabe a respeito, pois o brasileiro, sabidamente de memória curta, não poderia lembrar-se, com precisão, de coisas ocorridas há bilhões de anos. Entretanto, supõe-se que, à certa altura, densidades mais altas de hidrogênio ficaram mais compactadas e provocaram um colapso em sua própria gravidade, dando origem às estrelas e galáxias. Surgia assim a luz. Bem próximo ao carnaval.
Mas, a luz não durou muito tempo. Pelo menos aqui no Brasil. O fato é que, logo depois do apagão de 2002, veio o famoso blecaute, na sua concepção moderna, que os astrônomos do governo FHC, embora não demorassem bilhões de anos para explicar, em pouco mais de dois ou três dias, e portanto muito mais rápido do que se podia esperar, explicaram o fenômeno: Trata-se do resultado científico obtido através de um observatório rádio-telescópico que, colocado no lado mais distante da Lua, e bem próximo da Terra, mais precisamente aqui no nosso querido e amado Brasil, verificou que a queda dos três cabos que teria ocasionado o fenômeno do blecaute da era moderna, deu-se por conta de um mineral, muito comum no solo brasileiro, o ferro.
Transformado em liga de aço, e depois de fundido à uma temperatura de 500 graus centígrados, resultou num pequeno parafuso que, mal colocado, ou mal conservado, teria pego de surpresa todos os astrônomos e engenheiros do governo, inclusive o próprio presidente. Ah! Bom!.. Agora entendi!...Como faz falta um parafuso no lugar!...
O problema é que o sistema de transmissão de energia elétrica do Brasil tem 1,5 milhão de parafusos. Diariamente são registrados de dez a vinte acidentes ao longo de 72 mil quilômetros de linha, o que expõe o país ao risco de novos apagões. O último deles deixou 67 milhões de brasileiros no escuro.
É caso para preocupar, principalmente próximo às eleições. Que possui números e condições bem parecidos. Cerca de 70 milhões de eleitores, distribuídos numa área de 8,5 mil quilômetros quadrados.
Domingos Oliveira Medeiros
22 de fevereiro de 2002
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