"Só damos importância às coisas que não temos."
Roberley Antonio
Desliga a TV. Levanta-se e vai até a janela olhar a chuva que cai. Está só mais uma vez. Retorna à TV. Nada de interessante. Vai então ao quarto, empoeirado pelo tempo. Pega seus álbuns de fotografias e começa a folhea-los. Em determinada fotografia, para e fica admirando-a. Erro do cupido. Uma lágrima mancha a foto gasta pelos longos anos. Decide sair. Vai estudar mais um pouco. Sua pesquisa está quase concluída. Entra no seu FlyCar. Dez minutos e está no laboratório.
Espreguiça-se em sua cadeira preferida. Acessa seu computador. Entra na Internet. Procura novas matérias. Sai da Internet. Desliga seu computador. Dirige-se para a sala de pesquisas atômicas. Verifica o projeto Anti-matéria. Acompanha os testes com o acelerador de partículas. Confere os resultados. Realmente, uma grande quantidade de anti-átomos podem ser criados. Conclusão: mais energia com menos matéria. Sai da sala.
Encontra colegas. Discute novas tecnologias óticas para utilizar com telescópios espaciais. Sempre tem razão. Despede-se e continua caminhado. Uma cientista, a única do laboratório, cumprimenta e o convida para um jantar. Aceita. Desmarca. Volta para casa.
A chuva parece que não vai mais acabar. Pega um livro. Começa a ler. Desiste. Nota que sempre desiste de ler o mesmo livro, no mesmo lugar e na mesma hora. Coincidência. Vai ao telefone. Disca. Ocupado. Deixa para lá. Deitar-se. Dorme. Sonha. Esquece. Levanta-se e liga o rádio. Vai dormir novamente. Amanhece. Acorda. Café da manhã...
*clique*! E o volume da TV é diminuído.
- Que filme mais chato!!! - fala, enquanto sacode a cabeça.
Desliga a TV. Levanta-se e vai até a janela, olhar a chuva que caia...