Corre a madrugada pelo espelho.
Atrás da janela, um rosto.
O mesmo que em meus sonhos
Materializa minhas ilusões,
Torna intensos os meus desejos.
As ampulhetas quebradas,
Os relógios de sol e de pulsos
Cortados pela correnteza de areia
Que escorrega por minha espinha,
Leve como a lâmina do teu olhar,
Retomam aquele velho jogo,
Iniciado na iminentia do infinito.
Embalsamado,
Nossos corpos fogem,
Buscam na dor da ausência,
Nessa constante absentia de amor.
Retomar o tempo perdido,
Trazendo de volta as lágrimas
Que escorreram pelas pétalas de tua flor.
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