A herança me vem em sonhos.; ilusões que alimentam a inóspita realidade.; os corpos se amontoam em prismas.; carcomidos pela violência da saudade.
Amedronto-me, cubro-me, despeço-me.; neste holocausto de prazeres e luxuria.; os rouxinóis, como os sinto! Perdoe-me por despertar tua fúria.
Desperto-te porque admiro os que me encaram.; grite, apresente-se, morda.; só não fique me esperando.; tenho certeza de que não voltarei.
Minha rua não tem portas.; mas sempre que preciso pulo as janelas.; os olhos se fecham em dúvidas.; vaporam o cinza que está no ar.
Procuro as chaves em meus bolsos.; não tenho bolsos! Quanto menos chaves! tenho trincos, portas vedadas.; tenho amor e não posso amar.
A estibordo as lágrimas.; boreste, a luz do sol na proa.; um canário belga que voa.; Sem onde ir, chegar, ficar. |