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Artigos-->Sim, você já se perguntou sobre isso... -- 20/06/2005 - 09:24 (Paulo Milhomens) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A pergunta que não quer calar: o que iremos fazer? Não acreditamos num partido, uma agremiação representativa que possa alcançar nossos ideais? No fundo, não temos tanta certeza disso. O aspecto político da sociologia – principalmente quando falamos no que acreditamos – quase sempre esbarra em interesses pessoais. A grande maioria das pessoas ( inclui-se os intelectuais “engajados”) ligadas a um partido esboçam uma tendência natural na sua estabilidade material. Isso é humano. Na cultura capitalista, cristã, ocidental, católica e individualista, as grandes teorias que agitaram a humanidade são interpretadas de outra forma. O que muitos indivíduos chamam de “conjuntura”, “contexto” ou, como diriam os mais sinceros: “cada um sabe o saco que carrega”, não chega a ser uma saída satisfatória para os problemas do mundo. Algo muito interessante, por exemplo, foi dito por uma pessoa a quem muito admiro na pacata cidade de Porto Nacional – a capital intelectual do Estado do Tocantins – quando lá estive pela última vez. “Paulo, os movimentos sociais estão percebendo o que é o valor do Estado para eles. Quais as máscaras que mudam quando a balança pesa”. Quando nos incomodamos com aqueles que pedem um pedaço de pão, estamos dentro dos valores de nossa real ideologia. Isso transcende qualquer agremiação partidária. Precisamos dele, pela necessidade de materializar a ideologia. Como se fosse possível colocar o sonho no ar palpável. Obviamente, há os que necessitam fazer o mal, por sua orientação pessoal, mas esse não é o “X” da questão. Recentemente, conversando com meus colegas de trabalho, ouvi comentários que se repetem com quase todas as pessoas que conheço e que são ligadas a partidos. “ Se eu faria propaganda pra fulano? Claro pô! Estou do lado de quem pagar mais, aqueles porras nunca me tiveram consideração! Eles não têm moral nenhuma pra me cobrar ideal de porra nenhuma...” é uma situação reacionária? Claro, mas de uma orientação esquerdista. Isso mesmo leitor, esquerdista. Existem muitos militantes do PT frustrados com o atual governo, inclusive os mais aguerridos, que participaram da fundação desse partido durante o Regime Militar. Quando Eloísa Helena foi ofendida por setores mais centro-esquerda do partido, no ato de sua desfiliação, inúmeros militantes taxaram a senadora de estúpida, imediatista e controversa. Ela não é tão contraditória quanto o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Tínhamos medo de promover uma ruptura? Só vamos saber, se tentarmos. É claro que FHC, Roberto Marinho ( o tão “odiado” cidadão Kane brasileiro ), Antonio Carlos Magalhães, entre outros, seriam tão bem referendados pelo nosso nobre presidente. Deu até dinheiro do BNDS para a Rede Globo... nossa poderosa massa de manobra eletrônica está mal das pernas no exterior, graças aos deuses! Mas não há muito que comemorar. Muitos se desapontaram profundamente. O que sempre defendi é que para se ter uma ideologia esquerdista por convicção, dependerá do processo de estudos a qual buscamos. Essa é a arma para intervir na sociedade. E não apenas estabelecer uma dinâmica que costumo chamar de “síndrome do favor social”, coisa que tem sido muito freqüentes entre os “novos” petistas do país. Palmas criou uma moda interessante, um perfil aburguesado e pouco interessado nas questões sociais inflamam as asas do partido. Teve uma garota que teve o disparate de me dizer que “estava procurando um movimento social para militar”, pois seria muito bom para seu currículo universitário, como se fosse uma questão de modismo. O detalhe: é militante antiga do partido local. E quanto aos siqueiristas ( referência ao ex-governador Siqueira Campos-PL) que ocupam cargos no novo governo municipal rindo da situação?. Uma enxurrada de contratações irregulares sem concurso público já aconteceram, e a situação ficou até pior. Se meus colegas de trabalho dizem que vão fazer campanha para quem pagar mais, pouco ligando para os que questionarem a posição, é hora de rever certos conceitos. Ser esquerdista é muito mais do que ler resumos de teoria. Quem lê os grandes pensadores com profundidade? Quem está mais antenado com a América Latina neste país? Quem leva a fundo às coisas que acredita na vida? Se você nunca parou para se perguntar sobre isso, corre o risco de ter que admitir que nunca foi de esquerda. Era qualquer outra coisa, mas não sabia. Culpa sua? Nem tanto, o problema foi ter engolido tanta coisa sem questionar como reza a filosofia ocidental. Perceba sua orientação política pelas coisas que tocam sua estrutura psicológica. Se certas futilidades ditas normais e interessantes para os donos do poder lhe trazem interesse, você pode ser um liberal, um conservador ou social-democrata e contradizer aquilo que leu. Há pessoas que fazem isso até inconscientemente, pois as coisas só ficam mais claras quando certas experiências são realizadas. Se essa estrutura não corresponde ao que acredito, então não há alternativas? Esse dilema virá a definir seu caráter político, finalmente, será inclinado para uma orientação de vida – essa definirá seu perfil democrático.



Posso afirmar com plena certeza – mesmo nunca tendo pertencido a qualquer partido – que os Movimentos Sociais mudarão a cara desse país, fazendo com que o povo perceba seu potencial de luta, de articulação, precisando apenas da ponta do icerberg. Dentro da sua exclusão, sem intelectualismo acadêmico, experimentar uma concepção de domínio sobre suas ações, suas práticas cotidianas que o faça sentir-se senhor de si mesmo, sem representações administrativas incapazes de resolver o seu problema. Talvez agora, esses mesmos Movimentos Sociais estejam caminhando para fazer desse país aquilo que de fato acreditamos, pois o capitalismo carrega em suas décadas, todas as doutrinas de sufocamento nas vísceras da massa. E talvez, assim, a balança esteje começando a pesar...







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