INDIGNAÇÃO
Filemon F. Martins
É impossível ficar passivo diante de tantas denúncias de corrupção na máquina do governo: é bem provável que as investigações que serão promovidas pela CPI dos correios encontre os culpados, mas esta denúncia do deputado Roberto Jefferson (PTB) de que o PT estaria pagando mesada aos parlamentares de algumas legendas da base governista em troca de votos e apoio político é de arrepiar.
O Partido dos Trabalhadores passou 25 anos pregando moralidade e ética, e agora, depois de ter traído vergonhosamente os trabalhadores, especialmente os servidores públicos e aposentados do serviço público federal, vê-se que tudo o que foi votado e aprovado, inclusive a reforma da previdência, prorrogação e aumento da CPMF, pode ter sido resultado – por que não? da compra de votos.
Neste caso, temos o direito de saber do Presidente Lula, que pertence ao PT, para quem, afinal, ele está governando? Sim, porque os aposentados continuam contribuindo com 11% de seus salários para que? Para fazer caixa e distribuir entre parlamentares em troca de votos que interessam somente ao governo?
Quem são, efetivamente, os principais beneficiados destas medidas encampadas pelo governo do PT? Existem “forças ocultas” ditando os rumos do governo federal, cujo partido prometia uma coisa e ao assumir, tem-se comportado de forma diversa daquela que o povo esperava?
O impasse ocorrido quando da instalação da CPI dos correios nos dá a impressão de que houve a reedição da “Operação Abafa” liderada por José Dirceu e Aldo Rebelo. José Dirceu já deixou a Casa Civil, conforme divulgado pelos jornais e televisão, mas deverá esclarecer melhor, já que foi alvo de acusações no caso Waldomiro Diniz.
Nestas circunstâncias, qualquer que seja o resultado das investigações das CPIs, do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Corregedoria da Câmara, será impossível esconder da opinião pública brasileira o que realmente está acontecendo dentro do governo em Brasília. Uma coisa, porém, temos certeza: depois de Roberto Jefferson, o PT já não é o mesmo.
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