O Veado do Alencastro
(por Domingos Oliveira Medeiros)
O César, além de Castro
Precisa tomar cuidado
Pois tem gente já pensando
Que o bicho é capado
Gosta de se olhar no espelho
Age como um pentelho
E só anda perfumado
Cheiroso ele se diz
Tal qual filho de barbeiro
É talco por todo lado
De longe se sente o cheiro
O bicho é bem vaidoso
E ainda por cima é teimoso
Continua no terreiro
Já mexeu com gente grande
Com poeta de primeira
Já curtiu a sua fama
Já falou muita besteira
Agora passou da hora
Do palhaço ir embora
Sossegar a sua beira
Ou então mudar de rumo
Praticar a humildade
Ouça o Rubenio, primeiro
Que além de mestre da rima
De todos aqui na Usina
Ele é o melhor conselheiro
Aprenda de uma vez, Alencastro
Use bem a liberdade
É um bem que não existe
Sem respon-sabilidade
Procure ser mais ameno
Tudo de mais é veneno
Essa é a grande verdade
Por fim aceite o conselho
Se você gosta da rima
Não se faça de rogado
Peça ajuda na Usina
Saia daqui bem letrado
Mate logo esse veado
E dê a volta por cima