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Discursos-->TURMA JOÃO PAULO II - UPIS - DEZEMBRO DE 1983 -- 08/12/2008 - 12:28 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DISCURSO DE FORMATURA DA TURMA JOÃO PAULO II
PARANINFO LEON FREJDA SZKLAROWSKY
UPIS – 16 DE DEZEMBRO DE 1983
MEUS QUERIDOS E DILETOS AFILHADOS


Vocês me honraram, com a escolha, para lhes proferir a derradeira palavra, nesta solenidade maior de sua colação de grau, num gesto de suprema delicadeza e imensa generosidade.

Com certeza, desejam ouvir de mim – porque esta é a missão do paraninfo – manifestações de esperança e de saudade, de fé e de otimismo, bem como os últimos ensinamentos, quando se abrem as comportas do porvenir, feliz e promissor, como felizes foram seus dias, na UPIS querida, tão sua quanto minha.

Extremas lições, porquanto, se a oração do paraninfo deve ser a apreciação final de tudo quanto aqui se ensinou e se aprendeu, ela há de ser também o enunciado de saudade e de esperança, porque todos confiamos nos espíritos jovens que partem dos pátios e corredores, das salas de aula e dos laboratórios de ensino de nossa querida Faculdade, cadinho de sonhos e idéias que hão de motivá-los por toda a vida.

Eis por que, neste momento de regozijo, estou a acompanhá-los, a vocês que foram meus alunos de ontem, são os colegas de hoje e serão os amigos de todo o sempre, após o vitorioso esforço, a superação dos sacrifícios, durante todos estes anos, para, enfim,atingirem o ápice, com a diplomação nos cursos que elegeram.
Vocês, meus caros amigos, vão dedicar-se às mais diversas atividades que o grau de bacharel em Administração possibilita. Todavia, uni-los-á, sempre, o mesmo elo cultural, porque, qualquer que seja a profissão que abraçarem, formarao um corpo do mesmo espírito!

Não importa a onda de pessimismo e de descrença, de materialismo traiçoeiro, que atinge a humanidade, atirando nações contra nações, indivíduos contra indivíduos, pretendendo a destruição da ordem jurídica e moral, e quiçá da humanidade, sob o pálio de princípios falsos e de vã tecnocracia.
E por quê? Porque, como ensina o inesquecível jus-filósofo Del Vecchio, essa crise não é fruto de nossos dias, mas o Direito, a Ciência e toda vida humana encontram-se numa crise eterna, entendido esse estado de dúvidas e incertezas, como um esforço contínuo e um trabalho constante de adaptação, de transformação e superação desses momentos cruciais.

Espíritos luminosos surgem, em todas as épocas, travam tenaz batalha contra a ignorância, os desvarios e a opressão. Acendem luzes na escuridão do tempo!

Lembro-lhes, então, o Marquês de Beccaria, com o “pequeno grande” opúsculo, “Dos delitos e das penas”, que chegou a abalar seus contemporâneos, e a maravilhar muitos, por sua ousadia e inigualável lição, sempre presente, fixando, em definitivo, o primado do princípio da lei e do Direito.
E a Humanidade é rica de homens como o nobre Beccaria. Por isso é que lhes trago o bondoso e inesquecível poeta, Martins Fontes, com sua incandescente palavra, proclamando:

“Justo, quem pode ser? Quem será justo?
De tal realização quem é capaz?
Quem nesta vida poderá, sem susto,
Ter a calma certeza do que faz?

Humilde crente ou temerando ateu,
Se a justiça é impossível, sê bondoso,
Que de ser bom ninguém se arrependeu”.

E, no Colégio, onde estudava, ao descermos a escadaria, após as aulas, víamos no mural, bem de frente, significativa imagem do poeta, Martins Fontes, com a frase que o IMORTALIZOU e penetra na alma de todos nós: “COMO É BOM SER BOM!
E é, por isso, meus queridos amigos, que ao saírem da Faculdade, não se esqueçam, jamais, da responsabilidade que assumiram, perante vocês mesmos, a família, a sociedade e Deus!
A profissão que escolheram, Administradores – públicos ou privados, constitui-se num dos pilares maiores da sociedade contemporânea.
Está baseada no homem, depende apenas do homem toda e qualquer administração, seja ela pública e privada!
Desfrutam, atualmente, as empresas privadas de poderes incomensuráveis, constituindo-se, segundo os estudiosos, em super-poderes dentro do poder estatal, com caráter institucional e não mais derivadas de contrato.

Sem dúvida, os deveres e responsabilidades dos administradores privados são imensos, como gestores do patrimônio social ou órgãos permanentes da sociedade, cabendo-lhes, destarte, a fiel observância da lei e dos Estatutos, na salvaguarda dos direitos e interesses da sociedade, dos acionista e de terceiros: um verdadeiro corpo de elite na manutenção da ordem societária, para a realização dos fins sociais.
Não menos relevante é a atuação do administrador, no âmbito da Administração Pública, pois o Estado, embora criação abstrata do Direito, atua através daquela e de seus órgãos, e sua vontade exprime-se, por meio de seus agentes, investidos em cargos e funções.
O administrador, consoante propõe o estudioso Hely Lopes Meirelles, gere, às mais das vezes, interesses alheios, daí por que o gestor deve fazê-lo, calcado na obrigação de, bem e fielmente, obedecer aos preceitos do Direito e da Moral Administrativa, pois é o fim social e não a vontade do administrador o núcleo de toda atividade administrativa, que presume sempre a existência de uma norma de Direito.
Vocês hão de trabalhar na Administração Pública ou Privada, como administrador público ou privado, sempre, porém, abrigado na esteira do Direito e da Moral.
Não é, demais, salientar que hão de trabalhar contra a burocracia, que, às mais das vezes, entrava o correto trabalho do administrador e infelicita o administrado, e encontrou, no Ministro Beltrão, seu maior batalhador, nesta meritória luta de demolir as arcaicas estruturas da Administração, fazendo renascer a fé e a confiança no homem brasileiro!
São vocês, ainda, testemunhas da grande revolução tecnológica, que avança, a passos largos. O mundo transforma-se a cada segundo. A automação e a computação eletrônica dominam a sociedade. A máquina cibernética adentrou em todos os setores, desde os mais sofisticados até o mais singelos. O homem está perplexo!

O 1984, de Orwell, pura ficção, já é uma realidade que poderia assombrar o homem. Assustar a todos!
Não obstante, o homem sempre suplantou os obstáculos. Esmagou a adversidade.
É possível receber a novidade e conciliar o extraordinário progresso da técnica e da ciência com a preservação dos objetivos éticos bem definidos.
E a moral e o amor se fazem mais necessários nas relações humanas!

Meus prezados formandos,

Minhas Senhoras

E Meus Senhores,
Finalizando esta dissertação, permitam-me acrescentar, ainda, poucas palavras. Palavras de saudade, filha do amor, do bem querer, da amizade! Sem amor, dizem os poetas, não há saudade. E a saudade, já começo a senti-la, dos alunos, dos amigos, dos queridos afilhados, que se diplomam, neste dia festivo. Dos paraninfados com quem aprendi, no dia a dia do convívio, a lhes bem-querer, pela simplicidade, pela cordialidade, pela generosa compreensão da vida, pela sede do saber! E esses também começam a sentir saudade dos bancos escolares, dos colegas, com quem conviveram por anos, com quem aprenderam a solidificar amizades. Os diretores e o corpo docente também estão a sentir saudade dos alunos, porque o sacrifício, a que se impuseram, demonstram, irrefutavelmente, o amor que dedicaram a esta Turma!
Meus queridos amigos,
Concluo esta oração, dando-lhes os sinceros parabéns, pela sábia eleição do nome da Turma:
- “JOÃO PAULO II”.
E por que congratulações?

Por que este administrador tem demonstrado o que não me canso de repetir: Toda administração depende do homem que a conduz. E a figura humana de João Paulo II ultrapassa as muralhas do Vaticano, física e espiritualmente.
Caminhando por quase todo planeta, a beijar a terra e abraçar os homens, de todas as nacionalidades e de todas as crenças, fez-se presente, fisicamente, em todos os continentes.
Com o ecumenismo, por ele pregado, faz-se presente, em espírito, no coração de todos os homens, que amam a Deus, qualquer que seja seu credo ou religião!
Ainda, hoje, acabo de ler que o Papa, reunido, em Roma, com 38 reitores de Universidades Católicas e mais 400 professores da Europa, diz-lhes que evitem “encerrar-se cada um em sua torre de marfim” e comprometam-se com a formação de consciências capazes de “dizer não à morte, ao ódio, à violência, ao terror, ao mal e à degradação.
Finalmente, estão de parabéns os meus afilhados, por que Sua Santidade o Papa, que lhes dá o nome à Turma, tem como preocupação substantiva a FAMÍLIA.
Por isso, deixem-me transferir a homenagem que me prestaram, ao me elegerem paraninfo, aos que têm sido os paraninfos ocultos da cada um de vocês.
Em primeiro lugar, aos pais e às mães de cada um de vocês, que os vêm paraninfando desde o berço, amando-os, protegendo-os e aconselhando-os.
Em segundo lugar, às mulheres aos maridos de cada um de vocês, pelo sacrifício que tem suportado, pelo incentivo que tem dado, e pela lealdade no companheirismo.
E finalmente, como preceito de justiça, entendo que, ao me escolherem paraninfo, pretendiam, naturalmente, que eu representasse, nesta querida e imortal UPIS, porque os mestres são, desde o primeiro momento de aula, os verdadeiros paraninfos do futuro dos alunos.
E ao patrono de vocês, o mestre de todos nós, Prof. Ivo Krebs Montenegro, por sua cultura e fidalguia, traduz o sentimento de todos.
Tenham, pois, sempre um ideal na profissão. O ideal é a força motriz de tudo.
Busquem sempre a grandeza e humildade. Para que conviver, obedecer e chefiar é preciso, antes de tudo, além de conhecimento técnico, a medida humana da grandeza e da humildade!
Sejam sempre estudiosos e trabalhadores como o foram até agora. A aplicação nos estudos e o devotamente ao trabalho impregnam o homem da certeza de que será sempre uma criatura de Deus e da Pátria, atuante e produtiva.
Procurem realizar-se, profissionalmente, não apenas para “vencer na vida”, mas para serem felizes, e para se realizarem espiritualmente.

É o que desejo de seu paraninfo!

Muitas felicidades.

Muito obrigado!



Leon Frejda Szklarowsky





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