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Discursos-->Discurso do esgoto -- 06/12/2008 - 23:47 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DISCURSO DO ESGOTO

Josias de Souza

Lula trazia um pronunciamento escrito por assessores. Mas avisou: "Não tem nenhuma razão para eu ler esse discurso aqui".

Falaria sobre o Fundo Setorial do Audivisual, lançado no Rio, nesta quinta (4). Desistiu: "A pessoa menos indicada para falar de audiovisual seria eu". Preferiu tratar de "um outro assunto".
Brindou a platéia de produtores culturais e artistas com um improviso de 45 minutos sobre a crise global.

Em certos momentos, recorreu a um linguajar de botequim:

-Um médico não diz ao paciente que ele `sifu`
-Sou otimista, adoro uma crise, adoro ser provocado`
-Às vezes, eu me sinto como se fosse o Dom Quixote,
-Parte da elite brasileira é colonizada intelectualmente`
-O mercado teve uma diarréia daquelas, insuportável`
-O Brasil vai sair dessa crise `por cima da carne seca`


Leia mais: Josias de Souza (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/):

06/12/2008

Lula de 2008 deveria recordar o Luiz Inácio de 1967

A irreverência do carioca criou uma gíria para a demissão em massa: passaralho.

O professor Aurélio guindou a brincadeira à condição de verbete de dicionário.

O vocábulo voa macio no começo. Lembra a inocência de um passarinho.

É no timbre fálico das duas últimas sílabas que se insinua a encrenca.

Se a origem é aviária, a inspiração não há de ter vindo do canário. Nem do beija-flor.

O bicho guarda semelhança com o carcará, a ave que pega, mata e come.

No caso específico, come empregos. E voltou a lenvatar vôo neste finalzinho de 2008.

Para quem não sabe o que significa, vai abaixo o relato de alquém que viveu o drama:

"Eu sobrevivia fazendo bico para ganhar algum dinheiro. Eu comia o pão que o diabo amassou..."

"...Eu lembro que chegava na hora de comer e não tinha o que comer. Se tinha, era arroz e batatinha cozida no molho..."

"...Eu procurava trabalho nas empresas, fazia tudo a pé, não tinha dinheiro para ônibus..."

"...Tem coisa mais humilhante do que você sair com uma carteira profissional de manhã..."

"...E voltar com ela de tarde, com ela suadinha, sem arranjar emprego, meses após meses?..."

"...Eu às vezes parava no meio do caminho e chorava muito."

O depoimento é de um velho conhecido de Lula. Chamava-se Luiz Inácio da Silva.

Está disponível na biografia "Lula, o Filho do Brasil", da jornalista Denise Paraná.

Começa na página 83 e transborda para a folha 84. "Isso aconteceu na crise de 1965..."

"...Foi uma época muito difícil. Foi uma crise de desemprego muito, muito pesada".

O peso da crise iniciada em 15 de outubro de 2008 ainda não foi à balança.

Mas nada assegura que será mais leve do que a crise do marechal Castello Branco (1964-1967).

Na pele de gestor de marolas, o Lula-2008 deveria reler o Luís Inácio-1967.

Não vai resolver a crise. Mas talvez acione uma luz que parece apagada em Brasília.

Sob o ex-operário, o governo já socorreu exportadores e montadoras de automóveis.

Não levou à mesa, nem mesmo como cogitação, a contrapartida da manutenção dos empregos.

O Planalto mandou ao Congresso um par de medidas provisórias anticrise.

Numa, autorizou o BC a derramar dinheiro nas arcas de bancos ilíquidos.

Noutra, transformou o BB e a CEF em sócios potenciais da banca privada e de construtoras.

De novo, o candidato ao desemprego não freqüenta os textos senão como personagem longínguo.

O Lula de 2008 convida o trabalhar ao consumo. Não é mal que o faça. Porém...,

Porém, a vítima do passaralho talvez prefira a extensão do seguro-desemprego a um novo empréstimo consignado.

É o que se depreende das palavras de Luiz Inácio:

"Em 1965, eu fiquei parado um bom tempo. Era uma situação muito difícil, tinha muita miséria na minha casa..."

"...O cara desempregado, sem dinheiro, sem cigarro, sem poder tomar a sua cervejinha..."

"...É uma situação realmente de muita tristeza para um trabalhador".

Em tempo: No pior ano do marechal Castello, a economia brasileira cresceu 2,4%.


Escrito por Josias de Souza às 14h50


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