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Artigos-->MIGUEL GUARANI, UMA BIOGRAFIA (5) -- 07/06/2005 - 17:03 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MIGUEL GUARANI, UMA BIOGRAFIA (5)



Francisco Miguel de Moura*



Continuando o dito no capítulo 4, aqui se faz mister pequena pausa para um registro da imprensa, se bem que muito posteriormente. Sobre o governo de Rocha Furtado, em “Trechos do Meu Caminho”, Teresina, 1976, livro de memórias do ex-governador Leônidas Melo, estão registrados esses dois parágrafos, que foram transcritos no jornal “Diário do Povo”, de 16 de fevereiro de 1991, pág. 4:

“O Governo udenista (1947-1951) iniciou-se sob maus auspícios, praticando atos de prepotência e perseguição partidária que atingiram, sobretudo o funcionalismo público. Preterição de direitos; demissões injustas; transferências desnecessárias; atraso de pagamento tornaram-se normas seguidas.

O Ensino e a Receita do Estado foram consideravelmente prejudicados com as repetidas transferências de professores e coletores.”

Historiador da Associação dos Professores do Estado do Piauí, no livro “APEP, Organização, Lutas e Conquistas”, ao tratar do governo de Rocha Furtado (1947-1951) diz José Olímpio Leite de Castro que ele deixou profundas feridas no seio do magistério e, a título de ilustração, transcreve alguns depoimentos, entre os quais o que Francisco Miguel de Moura lhe prestou:

“Quando houve aquela mudança na política piauiense, Rocha Furtado pela UDN sobe ao poder. Papai contava com 9 anos e 6 meses de magistério público. Faltavam apenas 6 meses para efetivar-se, segundo a Constituição do Estado. E foi aquela expectativa. É claro que meu pai não se rendeu à política, não era do seu feitio. Nunca pensou em recorrer a um político do lado de Rocha Furtado (UDN), para pedir proteção. Não. Pertencente, pelo lado materno, à família Santos (primo legítimo do coronel Francisco Santos, de Picos), tendo sido toda a vida acompanhante de seu partido, não iria agora procurar quem não conhecia e naturalmente o odiava por pertencer ao outro lado, o PSD. Pois bem, papai ficou desempregado. E sem condição de adquirir seu emprego. Ficou lecionando a particulares. Felizmente as pessoas do lugar deram-lhe apoio. Durante um ano não foi nomeado nenhum professor, no povoado Santo Antônio, fazenda Rodeador. Aí prova a maldade dos que agiram na proposta de sua demissão do cargo de professor.

– E quando uma professora para lá foi nomeada, quem era?

– Uma ex-aluna sua...”

Também Miguel nunca mais recuperou o seu cargo, mesmo no governo seguinte, do pessedista Pedro de Almendra Freitas (1951-1955) e por isto nunca se aposentou. Apesar dos esforços do Cel. Francisco Santos, não voltou a ser professor pago pelos cofres públicos, pois continuava sem o poder municipal. E a subida de um Governador do PSD não alterou sua posição diante dos políticos do município de Picos. Já era democracia, mas como se não fosse. Não havia concursos, não havia seleção, tudo provinha da vontade dos chefes locais. Mesmo na área da educação.

Mas muitas pessoas lhe deram apoio para continuar vivendo com sua escolinha particular. Eram os homens mais importantes da terra, todos alinhados com o PSD: Arlindo Cipriano, Manoel Sinhô, Antônio, Licínio e Gabriel Lima (os três Limas), Antônio Joaquim, os irmãos Batistas (Justino e outros), Joaquim Bineta, seu André, Manoel Carlos entre outros, a maioria moradores do povoado Santo Antônio (fazenda Rodeador), ou muito próximo.

___________________

*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina.

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