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Artigos-->A ILHA - 25 ANOS DE LITERATURA -- 06/06/2005 - 22:16 (Luiz Carlos Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
GRUPO LITERÁRIO A ILHA

25 ANOS DE LITERATURA





Por Luiz Carlos Amorim







O Grupo Literário A ILHA comemora as suas Bodas de Prata. São vinte e cinco anos de atividades em prol da poesia e da literatura catarinense e brasileira (por que não dizer?), pois nosso campo de atuação não se restringe apenas ao nosso estado.



E comemorar esse vigésimo quinto aniversário é vital, é dividir o reconhecimento vindo de meios literários e leitores de diversos pontos do país e também do exterior, por todo esse tempo de caminhada. Inúmeros escritores, de vários estados e de outros países, passaram pelas páginas deste suplemento literário e não só visitaram como colaboraram, com seu trabalho, no portal Prosa, Poesia & Cia, mantido pelo grupo desde os anos 90 na Internet, levando para o mundo todo a literatura catarina e brasileira. Sem eles, sem os escritores e os leitores, nosso trabalho não teria razão de ser e por isso agradecemos a todos o que construímos juntos até aqui.



E estamos comemorando, sim, começando com a publicação de edição especial de aniversário do Suplemento Literário, que traz, nas páginas centrais, a história do Grupo A ILHA, um apanhado do que se fez ao longo destes vinte e cinco anos.



Selecionamos, também, para publicação nessa edição especial, algumas matérias das tantas publicadas em quase cem edições da nossa revista, que abordam temas ou acontecimentos que marcaram, de alguma maneira, o grupo ou a literatura como um todo.



Estivemos comemorando nosso aniversário na Feira de Rua do Livro de Florianópolis, já em maio, quando lançamos a edição especial de aniversário do Suplemento Literário A ILHA e também livros publicados pelas Edições A ILHA: “Saudades de Quintana”, crônicas; “Nação Poesia”, poemas e “A Luz dos Seus Olhos”, contos.



Além disso, o Projeto Poesia na Rua estampará poema de Luiz Delfino, o maior lírico da poesia catarinense, em out-doors pelo estado.



Durante todo este ano de 2005, o grupo A ILHA estará participando das Feiras do Livro pelo nosso estado, nas quais fará o lançamento dos livros já citados e da revista Suplemento Literário A ILHA, também.







PEQUENA HISTÓRIA DA TRAJETÓRIA DO GRUPO LIT. A ILHA







Em junho de 1980 o jornal “O Berro”, de São Francisco do Sul, publicava a primeira edição do seu Suplemento Literário A ILHA. Devido ao recebimento de textos dos leitores – contos, poemas, crônicas – o jornal decidiu pelo suplemento, já que não havia espaço disponível. E foi feita a primeira reunião dos autores que publicaram no suplemento, nascendo então o Grupo Literário A ILHA.



O jornal acabou, mas o Suplemento Literário A ILHA existe até hoje, VINTE CINCO ANOS depois, com o propósito de dar espaço aos escritores que queiram lutar pela popularização e valorização da literatura. Desenvolveu suas atividades em São Francisco por dois anos e em 1982 transferiu sua sede para Joinville, onde participou da vida cultural do norte e nordeste de Santa Catarina até fins de 1999. No ano de 2000, fincou raízes em Florianópolis, voltando a justificar o nome que adotou em outra ilha, São Francisco do Sul.



No início, o grupo apenas se reunia para discutir os próprios trabalhos e falar sobre literatura, além de selecionar os textos que seriam publicados no Suplemento. No segundo ano, antes mesmo de mudar para Joinville, o grupo já participava, também da Feira de Arte da Cidade das Flores, com o seu Varal da Poesia, que consistia em cartazes estampando poemas, pendurados em fios, como se fossem roupas ao sol, em plena praça.



Uma vez com a sede em Joinville, poetas da região foram integrados ao grupo, ampliando o leque de atividades. Além da participação em Feiras de Arte como a de Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, o Varal da Poesia foi levado também para cidades como Florianópolis, Blumenau, Brusque, Curitiba e a locais como escolas, bancos, festas, lojas. As reuniões de estudo e trabalho, todas as semanas, além de apreciar os textos dos integrantes, estudavam os autores consagrados, além de procurar novas alternativas de levar a poesia até o público. Recitais de poemas eram apresentados pelo grupo na Feira de Arte, em escolas, em lançamentos, palestras, eventos culturais e até no rádio.



Os poetas do grupo visitaram diversas escolas, em Joinville e região, a convite, para falar de literatura. Nessas palestras, apareciam novos poetas, que se juntavam, quase sempre, aos poetas da praça.







GRANDES EVENTOS – LANÇAMENTOS







O Grupo Literário A ILHA realizou grandes eventos literários nos anos oitenta e noventa, em São Francisco do Sul e em Joinville. Como exemplos, temos a comemoração do Dia do Escritor Francisquense, em novembro de 81, que reuniu autores de São Francisco e de Florianópolis numa noite de autógrafos. Na oportunidade, foi instalada, também, a delegacia da Associação Catarinense de Escritores na Babitonga.



Em Joinville, no mês de outubro de 91, o grupo promoveu a Noite dos Escritores Catarinenses. Participaram da coletiva de autógrafos os escritores Enéas Athanázio, de Balneário Camboriú, Urda Alice Klueger, de Blumenau, Abel B. Pereira, de Florianópolis, entre outros.



Inúmeros lançamentos de livros foram promovidos por A ILHA em Joinville, São Francisco do Sul, Jaraguá, Itajaí, Corupá, Guaramirim, Brusque, Blumenau, Rio, Cuba e USA, nestes vinte e cinco anos, além dos eventos acima mencionados. Aconteceram noites de autógrafos de integrantes do grupo e de convidados, de livros publicados pelas Edições A ILHA ou não.



Edições A ILHA é nome da “editora” dentro do grupo. Editora que existe desde a criação do grupo, ainda que sem recursos. Dezenas de livros já foram publicados por ela e ela é, na verdade, uma das principais atividades dos poetas e escritores que compõe o grupo. A revista Suplemento Literário A ILHA e a publicação de livros e opúsculos constituem os maiores espaços desta que é a entidade do gênero mais perene e mais representativa da literatura de Santa Catarina.



O custo das edições ou é pago pelo autor da obra ou, se ele conseguir, com apoio de entidades comerciais, industriais ou culturais. A prática de se conseguir os recursos para se pagar a publicação de um livro com pequenas colaborações da indústria, do comércio ou da “cultura oficial” já funcionou em tempos idos, não tanto a última. Hoje em dia é muito mais difícil, se não impossível se conseguir.







CHEGANDO ATÉ O LEITOR







Para colocar a poesia nos olhos e nos ouvidos do leitor, talvez mais exatamente nos seus corações, o Grupo A ILHA usou, além do Varal da Poesia, dos folhetos – as famosas sanfonas poéticas, dos livros e dos recitais, novas alternativas, recursos pioneiros como o Projeto Poesia na Rua – poemas ou trechos deles em out-doors, espalhados pelas ruas, misturando-se ou destacando-se entre os outros painéis de propaganda; como o Projeto Poesia no Shopping, um varal da poesia atualizado, nos corredores dos shopping centers, no caminho do leitor, não mais os cartazes pendurados nos fios, mas banners colocados em biombos ou painéis.



Alternativas, ainda, como o Projeto Poesia na Escola, lançando mão da tecnologia da informática, ao elaborar apresentações em power-point reunindo a poesia de vários autores para que as escolas possam usá-las em sala de aula. Ou como o Projeto Poesia Carimbada, aderindo ao simples uso do carimbo para imprimir poemas em qualquer suporte, a qualquer hora. Ou como o Projeto Som da Poesia, que facilita e pereniza a distribuição da poesia declamada, gravada em CD.



O Portal do grupo, PROSA, POESIA & CIA, desde o início dos anos 90 no ar, democratizou ainda mais os espaços oferecidos, pois os leitores e os escritores de qualquer parte do mundo poderiam acessá-lo e participar, não só lendo as diversas seções mas também colaborando com seus textos.



Com todas essas ações, ao comemorarmos as Bodas de Prata do Grupo Literário A ILHA, podemos concluir que estamos alcançando os objetivos desejados: proporcionar espaço para levar até o público leitor a obra dos nossos escritores e insistir na tentativa de popularizar a poesia e a literatura, como um todo.



São vinte e cinco anos de trabalho e realizações, mas também de falta de reconhecimento e decepções. Felizmente o resultado do trabalho realizado nos mostra que tivemos uma parcela de sucesso significativa. Por isso continuaremos.



O GRUPO A ILHA COMO AGENTE TRANSFORMADOR



O Grupo Literário A ILHA, de Santa Catarina, nos seus vinte e cinco anos de existência, mudou a maneira que o público tinha de olhar a poesia. E de olhar o poeta, também. Quando se falava de literatura, há duas ou três décadas, pensava-se em romance. Poesia era literatura de outros tempos, muito antigos. A ILHA mudou essa visão. Levando o Varal da Poesia a todos os lugares, fazendo recitais nos lugares onde era levado o varal, e mais, no rádio, na televisão, até em bares, conseguindo espaços em jornais, grandes ou não, para falar de literatura, publicar poemas e divulgar a cultura, conseguiu-se aproximar a poesia do grande público. Colunas literárias e culturais assinadas por este articulista em jornais como Diário Catarinense, A Notícia, Jornal de Santa Catarina, e em vários outros regionais, faziam com que a poesia e a literatura chegasse até a casa do leitor. A Internet, nos anos 90, diminuiu distâncias.

Um fato importante foi o de tirar a poesia do seu suporte tradicional, o livro, para levá-la à rua, literalmente, nos anos oitenta, o que fez com que as pessoas esbarrassem com o poema. E dar de cara com a poesia na rua, na praça, na loja, no banco, nas festas populares, na escola, no bar, fez com que as pessoas a conhecessem, pois muitos, até então, só tinham ouvido falar dela. Os poetas da praça levaram a poesia a todos esses lugares e o Recital de Poemas também.

Quem nunca tinha tido qualquer aproximação com a poesia, quem nem sequer tinha ouvido falar dela, de repente, ouvindo um poeta recitá-la, ao passar pela praça, ou tendo a sua atenção despertada pelo cartazes com letras grandes, cores e ilustrações pendurados ao vento, estampando poesia, descobria que gostava dela. Ou não. Mas cada um que gostava era um novo leitor que nascia, que não ia ler só os novos poetas que estavam expondo o seu trabalho, mas também os grandes autores, os mestres da poesia. O que significa que os livros de poesia passaram a vender mais, então. Tanto na praça, como na livraria. Não só os livros de poetas locais, como dos grandes nomes da poesia, como Quintana, Coralina, Pessoa, etc.

As coisas mudaram efetivamente nas livrarias, pois quando se queria comprar um livro de um grande poeta brasileiro ou português, nos anos oitenta ou antes deles, era preciso encomendá-lo. Com o advento do Varal da Poesia e do Recital de Poemas, levados a diversos lugares, até ao rádio e à televisão, a poesia tornou-se bem mais conhecida e apreciada por um número maior de leitores, sendo possível encontrar livros do gênero nas livrarias sem ter que esperar que chegassem. A venda de livros, pelo menos nas regiões de penetração do Grupo Literário A ILHA, já não se resumia a romances, clássicos e didáticos.

E, como já dissemos, com tudo isso mudou também a maneira de se olhar para os poetas. Não raro, eles tinha receio de dizer que eram poetas. Poderiam ser ridicularizados ou ser alvo de desdém, se confessassem que escreviam poemas. Hoje, depois que A ILHA levou a poesia para a rua, tanto a poesia escrita em cartazes, folhetos, livros como a declamada nos recitais, os poetas são vistos como escritores, como artistas da palavra que são.

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