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Artigos-->Cuba (vivências a partir de uma viagem - 3b) -- 06/06/2005 - 20:25 (Rodrigo Contrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Antes de continuar, é de bom tom tornar públicas algumas reflexões sobre a prostituição, de forma a melhor tentar entender o fenômeno, tal qual vem acontecendo em Cuba.



Houve uma época em que freqüentei muito o ambiente da prostituição, em São Paulo, claro. Não vou me meter a dar lições sobre o assunto, até porque, convenhamos, quem freqüenta esse ambiente em geral não tem nada a ensinar sobre nada. Afinal, paga por algo que deveria conseguir fazer facilmente. Falarei sobre uma impressão que fica. A impressão a que me refiro é o incômodo a que a prostituta e o cliente se vêem sujeitos na hora do pagamento. No meu caso, geralmente as garotas queriam receber antecipado. Isso faz com que o tesão, que é o que deveria motivar o encontro, diminua bruscamente. Pior, isso faz com que a garota assuma um comportamento mais agressivo do que o natural, dado que sem grana ela não está mesmo disposta a fazer nada. Afinal, se a cobrança ficar para depois, a garota fica em desvantagem. E não é muito fácil ficar com tesão depois de agüentar um momento tenso.



O que dá para derivar dessa minha simples reflexão? Aparentemente, que prostituição (ou crime em geral) denota tensão. Fazendo-se o que a sociedade em geral recrimina, e pagando-se por isso, sujeita-se a si mesmo a uma certa tensão (natural). Onde isso não ocorre? Onde pode-se supor que não haja crime, ou que este seja naturalmente aceito ou tolerado, ou onde o pagamento não faz muita diferença (um ambiente criminoso em que a grana pode ou não rolar solta, mas onde as regras são dadas antecipadamente ou não são postas em questão).



Voltemos a Cuba.



Há um clima tenso por lá? Há e não há.



Há porque se você der muito na telha sempre vai haver alguém disposto a te passar a perna. E não há porque essa disposição não está à vista de todos como se fosse algo proibido. Em outras palavras, corre-se o risco natural de ser enganado, e todo mundo aceita isso como algo natural. Ser roubado, isso não parece ser tido como aceito.



O que parece, então, ser a prostituição em Cuba? Pelo que vi, parece ser menos alguém disposto a se vender do que alguém disposto a enganar fingindo que se vende. Em suma, não é prostituição. É, como eles próprios dizem, estafa.



(continua)



© Rodrigo Contrera, 2005.
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