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Artigos-->Drama real com closes e cortes, como no cinema -- 04/06/2005 - 19:22 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Drama real, com “closes” e cortes, como no cinema



I



Amélia sempre achou que a coisa mais importante de sua vida aconteceu quando tinha 24 anos de idade. Foi a incorporação da cooperativa de crédito em que trabalhava no Recife por um banco de porte nacional.

Esse fato, para o qual não concorreu e que aparentemente não tinha qualquer relação com sua vida pessoal, mudou inteiramente seu destino.

De um emprego instável e mal remunerado passou a uma situação segura. Resolveu fazer carreira no banco e garantir seu futuro ali mesmo.

Moça feia, tímida, intelectualmente modesta, com apenas o curso de ginásio, não teve a sorte de casar-se com nenhum dos poucos namorados.Mas, uniu-se de modo tão completo ao banco, trabalhava com tanto empenho e amor como se fosse dona dele.

Agora, véspera de Natal e com 29 anos de serviço, preparava-se para as férias que tomaria a partir de janeiro. Como coordenadora de caixas, ganhando quase 10 salários mínimos e vivendo sozinha com a mãe viúva, a cada dois anos fazia uma viagem com as economias que amealhava. Este ano, iria a Foz de Iguaçú!

Foi chamada à sala do tesoureiro às 17 horas para tomar conhecimento de sua demissão. Seu nome estava no corte...

Quase morreu na hora, e, alguns dias depois, com o vazio de sua vida, lamentava não ter morrido naquele momento.



II



Bem ali perto, na agencia Boa Viagem, Detinha, 42 anos de idade, 17 de Banco, estava tranqüila sem se importar com a "boataria". Afinal, apesar de ser apenas uma recepcionista, sabia que era muito popular e querida, tanto pelos colegas mas, sobretudo, pelos clientes. E, seqüestrada recentemente num assalto cinematográfico transmitido ao vivo para todo o país pela TV, achava que o Banco não a mandaria embora depois de tamanho trauma.

Estava enganada! À mesma hora de Amélia foi avisada pelo gerente de que seu Natal seria uma droga. Nem precisaria vir no dia seguinte para a festa do amigo secreto!

O que fazer da vida agora?



III



Essa mesma notícia chegou para "seu" Anísio na manhã do dia 24, de modo inteiramente inesperado, em Salvador. Trabalhando há 4 anos, como contínuo, no gabinete do diretor de Recursos Humanos, esse pobre homem de 52 anos de idade e 28 de banco, cuja única alegria era comemorar a vitória do seu time do coração, o "Esporte Clube Bahia, jamais imaginou que viesse a perder seu belíssimo emprego.

O Diretor não teve peito para dar-lhe a noticia e essa foi sendo adiada, até que o chefe de Pessoal foi incumbido de lhe comunicar o fato.

- "Tudo acabou para mim naquela hora" disse ele, acrescentando que não fez uma besteira porque se lembrou que tinha 3 filhos trabalhando no Banco... Ia ser lavador de carros no estacionamento da "Fonte Nova".

IV



A demissão de Moises, também com 28 anos de Banco, 46 de idade, 3 filhos e uma brilhante carreira bancária, foi mais bem elaborada.

Primeiro, foi rebaixado do cargo de superintendente ao de gerente especial, na mesma agencia sede de sua regional. E com festa: fizeram um coquetel para a clientela, pretendendo apresentar o fato como uma promoção. Submeteu-se à palhaçada. Afinal, o que podia fazer?

Meses depois, às vésperas do Natal, num despacho de rotina com o novo superintendente, pessoa muito jovem e despreparada, ouviu deste que o diretor não o queria mais no banco. Não ia com sua cara.

Voltou à sua casa nessa noite amargurado, um homem diferente, achando que havia alguma coisa de muito errada no seu banco!



V



Tereza não achava o banco um grande emprego, mas já estava nele há 10 anos. Apesar de caixa, era Assistente Social e aguardava uma vaga no Serviço Social.

Tinha absoluta razão de estar tranqüila nessa semana de natal, em que as demissões no banco haviam entrado em rítmo frenético: estava grávida de 3 meses e a Convenção Coletiva dos bancários lhe assegurava estabilidade temporária durante a gravidez até 60 dias depois do parto. Ia passar o Natal com os pais que tinham vindo de Barreiras,

especialmente para a festa.

Assim, foi um tremendo choque e chegou mesmo a ter um troço quando o gerente administrativo da sua querida agencia da Barra lhe comunicou que estava demitida: o banco indenizaria os 8 meses de seu período de garantia mas não a queriam mais por lá.

Naquela hora, chorando, aflita, tudo o que pensou foi: "vou ter um aborto e perder meu primeiro filho! Malditos banqueiros!"



VI

Orlando era um dos sujeitos mais felizes nesse natal de 1987. Desempregado desde fevereiro, seu primeiro filho nascera em abril. Estava na casa do sogro e não gostava disso. Bonitão, saudável, 23 anos, cursava economia e esperava que sua vida mudasse.

E mudou!

Em outubro, foi admitido no banco onde fizera testes no começo do ano, já tinha até esquecido!

Apesar do salário modesto -2 mínimos- já dava para ajudar o sogro, afinal um homem pobre como ele.

Foi demitido depois do natal, no dia 27. O chefe explicou que preferiu "cortar" os dois mais novos do grupo, achava esse critério mais justo...



VII



Dalva vivi
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