Usina de Letras
Usina de Letras
62 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62198 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10353)

Erótico (13567)

Frases (50601)

Humor (20029)

Infantil (5428)

Infanto Juvenil (4761)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Plebiscito -- 02/06/2005 - 09:05 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Queremos mais plebiscitos







Já que a Igreja tomou a iniciativa de consultar seus fiéis e os militantes do PT sobre a complexa questão da dívida externa brasileira, um tema que divide os economistas e outros especialistas, pode-se perfeitamente esperar que ela também venha a promover outro plebiscito de igual importância para a vida das pessoas, e que diz respeito a assuntos mais diretamente ligados à sua seara.

A dívida externa do país, o pagamento de suas parcelas anuais e dos juros foi colocada como empecilho à solução de problemas que afligem nossa população. Ingenuamente dizem os promotores da consulta que com o dinheiro a ela destinado seria possível resolver a falta de habitação, duplicar o salário mínimo, ou alimentar milhões de carentes durante muitos anos.

Ora, o que se presume é que um calote do tamanho do nosso poderia resultar numa redução brutal de investimentos externos, um isolamento tão grande de nossa economia que o desemprego simplesmente dobraria, para mencionar apenas uma das perversas conseqüências da quebra de nossos compromissos internacionais.

Se a coisa fosse tão simples como pensa a Igreja e seus parceiros radicais, desde muito tempo este país teria erradicado a pobreza e outros males de nossa injusta sociedade, pois essa medida irracional foi adotada algumas vezes no passado.

Mas, o objetivo deste artigo não é discutir as questões suscitadas por u’a moratória da grandeza da brasileira e sim um novo plebiscito que a CNBB pode vir a realizar.

Apesar de se saber que a Igreja não adota a democracia como forma de governo, ela que pratica uma ditadura que até consagra a infalibilidade de seu chefe, é lícito supor que em certas questões temporais que afetam de modo fundamental a vida de milhões de seus fiéis ela possa ouvi-los de maneira formal para redirecionar sua doutrina social, se for o caso.

Os problemas mais agudos de nossa sociedade, nesse ponto, dizem respeito ao aborto e ao emprego de anticoncepcionais.

A respeito deles a posição da Igreja é muito clara, não os admite sob hipótese alguma!

Embora não existam estatísticas sobre o fenômeno, há estimativas de que se realizam mais de 3.000.000 (três milhões) de abortos por ano, dos quais resultam a morte de pelo menos 250.000 (duzentas e cinqüenta mil) mulheres.

Trata-se de um genocídio de proporções alarmantes em que os únicos culpados são as próprias vítimas, levadas a essa situação por leis que proíbem o aborto fora de pouquíssimas situações.

O principal responsável pela existência dessa legislação anacrônica é a Igreja, com sua postura intolerante e desumana.

Por outro lado, o uso de anticoncepcionais, sobretudo a “camisinha”, evitaria a gravidez indesejada e, conseqüentemente, as possibilidades de aborto e diminuiria as chances de crescimento da AIDs.

Inequìvocamente, essa simples medida preventiva concorreria para reduzir o número de mortes no país.

Vista nessa cruel perspectiva compreende-se porque seria importante que a Igreja fizesse um plebiscito sobre esses temas, uma consulta direta ao povo sobre assuntos que ele bem conhece, sobre os quais tem opinião formada.

Tal como fez acerca do plebiscito sobre nossa dívida externa, as questões seriam colocadas sob as premissas que o justificariam.

Assim, os fiéis teriam que responder se aprovam o aborto e o uso da camisinha como forma de se evitar a gravidez indesejada e a AIDs, e, portanto, com o objetivo de se reduzir o número de mortes.

A impiedade e a falta de compaixão da Igreja para com seus fiéis, o desprezo às suas necessidades mais fundamentais, como é o direito ao livre arbítrio e à vida, fazem lembrar os duros tempos da Inquisição, com a diferença de que a mortandade provocada por sua atual indiferença e sua obsoleta doutrina social é maior do que a produzida pelas sentenças ditadas por seus príncipes durante os séculos do obscurantismo.

1999

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui