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Artigos-->A gente não quer só comida... -- 31/05/2005 - 14:57 (Clarice Rosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tomei coragem e fui conferir a XII Bienal do Livro. Digo que tomei coragem porque não é muito fácil atravessar a Ponte e o Rio de Janeiro inteiro só para chegar até o Riocentro. E fiquei com pena da galera que mora desse lado da Baía... Ir à Bienal precisa também de dinheiro, e não é pouco. Para os providos de veículo automotor se paga caro pela comodidade: pedágio na Ponte, pedágio de ida e de volta na Linha Amarela e, ainda por cima, estacionamento pago nas instalações do Riocentro. Ou seja, vai mais barato quem vai de ônibus! Passada essa fase... Para entrar na Bienal, propriamente dita, paga-se R$10. Estudantes, pessoas acima de 60 anos e crianças de até 1m de altura pagam meia. Bom, se o objetivo é fazer com que o brasileiro leia mais ou que, pelo menos, se interesse pela leitura, isso cai por terra logo de cara. Quando me refiro a "brasileiro", falo da maioria da população que tem dificuldade até de comprar um pão. Como vão pagar R$10, só de entrada?

Lá dentro tudo é muito grande, tão grande que se torna impossível olhar todos os pavilhões por completo. Logo no primeiro stand em que entrei descobri que minha esperança, de comprar livros um pouco mais barato do que nas livrarias, tinha acabado ali. E não seria só essa esperança que iria se desfazer... Queria muito assistir um debate sobre crônica com o Chico Caruso e o João Ubaldo Ribeiro, no Café Literário. Ainda bem que eu queria. A fila para pegar uma senha, que me daria acesso ao debate, estava virando quarteirão, isso porque faltava ainda uma hora para começar. Carlos Minc também estava participando de um debate no stand da Petrobrás. O assunto - biodiesel -, muito interessante, ficou de lado com a presença do “gatinho” do Cláudio Heinrich como mediador. Bem que tentei assistir, mas fiquei cansada de ficar na ponta dos pés, estava lotado. Tive que decidir: ou comprava livros ou assistia ao debate ou ficava na fila. Resolvi comprar livros.

Comprei muito menos do que queria e do que precisava. E só pude comprar porque ganhei 20% de desconto em algumas editoras pelo fato de ter pai e mãe professores. Procurar por um livro naquela imensidão exigia tempo, disposição e saber o nome da editora. Os stands das duas principais livrarias do país estavam completamente entupidos e as filas para pagar os livros estavam quilométricas. O jeito era descobrir a editora do livro que estávamos querendo para facilitar a vida. Se estava ruim para comprar por causa da falta de dinheiro, pior estava para pagar. Não teve um stand em que eu entrasse que a fila para pagar não estivesse dando voltas... Nesse ponto todos estavam mal planejados.

As crianças é que estavam bem servidas! Tantas atrações que até elas ficavam perdidas. Eram contadores de história, peça teatral, música, aula de desenho... opção não faltou. Após muitas horas de andança, resolvemos tomar um café. E mais uma vez sofremos um assalto. Pagamos R$ 2 por um cafezinho... fiquei me perguntado se no pó do café também havia pó de ouro.

Cansados de tantas surpresas resolvemos ir embora. Na volta para casa fiquei pensando no objetivo real da Bienal e quem era seu público alvo. Cheguei à conclusão de que a Bienal foi feita para que as editoras e os livreiros possam aumentar seus lucros. E o público alvo? Esse eu ainda não sei. O que sei é que não faço parte desse público, porque comprei pouco, muito pouco.

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