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Cordel-->Comparando o interior com a capital -- 21/10/2002 - 13:04 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Comparando interior com capital


Bota um copo para encher
De pingo em pingo a cair
Com o tempo o copo enche
Que a água começa sair
Este é o exemplo dado
Que se for observado
Vão me dar razão aqui.

Nas grandes cidades estão
Muitos desempregados
Gente que foram buscar
O trabalho remunerado
Venderam tudo que tinha
Por esta sorte mesquinha
De largar o seu estado.

Aqui no meu interior
No extremo sul da Bahia
Tinha gente mais ou menos
Vivendo na sua terrinha
Com ganância de ter mais
Debandaram pras capitais
Dizendo, nunca mais vinha.

Cada fazendeiro daqui
Tinha muitos empregados
Que viviam trabalhando
Com roça no chão plantado
Cada um com sua casinha
Vivendo a sua vidinha
Com os filhinhos do lado.

Mas depois que apareceu
Por aqui um sindicato
É que as coisas mudaram
E isso já é um fato
Apertaram os fazendeiros
Com direitos e dinheiro
E até com desacatos.

Então os donos das terras
Foram tirando um por um
Capim no lugar de lavoura
Roça de jeito nenhum
Foi assim que a região
Enfiou capim no chão
E o emprego virou um pum...

Muitos se debandaram
Para as grandes capitais
Achando que por lá
Iam ganhar muitos reais
Esqueceram que na fazenda
Economizavam nas rendas
E sobrava muito mais.

Compararam o ganho aqui
Com o salário da capital
Falavam que em São Paulo
Eles não iam passar mal
Então fizeram a procissão
Despediram do sertão
É a realidade do jornal.

São Paulo não coube mais
Por isso veio a favela
Sem teto pra se abrigar
E sem feijão nas panelas
O desemprego é geral
É um caso nacional
Que já virou novela.

Na fazenda não pagavam
A água lá da torneira
Não compravam o bujão
Lenha? até pra fogueira!
E o leite das vaquinhas
Davam até pras criancinhas
Não tiravam da gibeira.

Não pagavam energia
Nem precisavam de metrô
Até mesmo o aluguel
Não pagavam não senhor
Tinha capado no terreiro
E frangos no galinheiro
Até beiju prus comedor.

E as suas liberdades!
Tudo aqui sem violência
Passeavam de cavalo
Isso com muita freqüência
Pescavam peixes nos rios
Tinha lá os desafios
E vencer era a tendência.

Enganaram com o salário
O daqui é muito pouco
Mas se for observar
Dá pra viver o caboclo
Não é o mesmo da capital
Mas lá não tem animal
E o metrô exige o trôco.

Compare o fazendeiro
Que labuta no curral
Pelo grande milionário
Que é um industrial
Os salários por regiões
Favorece os patrões
E tudo ficará normal.


Airam Ribeiro




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