Destino
maria da graça almeida
Velhas chagas que não curo,
finjo serem bons regalos.
Não desenho meu futuro,
tão-só tento adivinhá-lo.
Sem deter melhores pistas,
piso os passos mais incertos.
Ao turvarem-me as vistas,
só poeira vejo perto.
Com as pernas já cansadas
tiro os pés do bom caminho,
numa rota mal traçada,
culpo as linhas do destino.
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