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Artigos-->Memória do Movimento Estudantil: história da Ação Popular -- 19/05/2005 - 09:54 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Notícias de Jornal Velho: a "Ação Popular" (AP) - Parte I



por Carlos I.S. Azambuja (*) em 19 de maio de 2005



Resumo: A história da Ação Popular é a da proletarização de um partido reformista pequeno-burguês.



© 2005 MidiaSemMascara.org



A Ação Popular (AP), constituída em 1962 com raízes no cristianismo, particularmente na Juventude Operária Católica (JUC), que exercia domínio indiscutível sobre a União Nacional de Estudantes (UNE), passou, no seu início, pela influência da Revolução Cubana, adesão ao marxismo-leninismo, pensamento de Mao Tsetung, em 1968 e, finalmente, integração de sua maioria ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) em 1973.



A história da Ação Popular é a da proletarização de um partido reformista pequeno-burguês. Parte dessa história passará a ser contada com a valiosa colaboração de um ex-militante que esteve muito próximo do Comitê Nacional da Organização.



Teve, essa história, várias etapas que marcaram os diversos momentos dessa transformação: de pequeno grupo radical católico organizado sob o patrocínio da Igreja, a pequeno grupo radical católico sem patrocínio eclesiástico. Essa é a primeira dessas etapas, em que foi constituído no seio da Juventude Universitária Católica (JUC) um núcleo radical que teve grande atuação política, que se organizou fora da JUC e depois rompeu formalmente com a Igreja.



A Ação Popular foi fundada em junho de 1962, em Belo Horizonte. Seus fundadores foram Herbert José de Souza, Aldo da Silva Arantes, Luiz Alberto Gomes de Souza, Haroldo Borges Rodrigues Lima, Cosme Alves, Duarte do Lago Brasil Pacheco Pereira, Antonio Lins, Severo Albuquerque Sales, Péricles dos Santos, Maria Angélica Duro e Manuel Joaquim Barros (“História da AP”, Aldo da Silva Arantes e Haroldo Borges Rodrigues Lima, editora Alfa-Omega, 1984).



Utilizando a União Nacional de Estudantes e, mais propriamente, a chamada “UNE volante”, foram organizados vários núcleos da Ação Popular pelo Brasil, tendo como base militantes da JUC. Nessa etapa, a AP adotou como filosofia as teses do padre Henrique de Lima Vaz que foram aprovadas em um Congresso da Organização, realizado em 1963 em Salvador-BA. Essas teses receberam a denominação de “Documento Base”.



Segundo esse “Documento Base”:



- o marxismo era considerado como algo ultrapassado, cuja dialética não mais respondia às necessidades do tempo presente;



- o socialismo era entendido como sendo o fim da dominação do homem pelo homem no campo econômico. No plano político, a democracia era considerada a forma ideal de organização e funcionamento de uma comunidade;



- a prática política era de apoio aos mais radicais dirigentes políticos da época (Brizola, Miguel Arraes e outros). A AP passou a integrar a Frente Nacionalista e o Pacto de Unidade e Ação (PUA), além de dirigir a UNE sempre em frente com outras forças de esquerda, principalmente o Partido Comunista Brasileiro (PCB). O “Documento Base” advogava as reformas de base e a instauração do socialismo;



- a organização interna consistia de uma Coordenação Nacional à qual se submetiam as Coordenações Regionais. Os métodos de atuação eram a infiltração no governo (o que não era difícil, podendo ser citado como exemplo o caso de Herbert José de Souza, o “Betinho”, membro da Coordenação Nacional, que exercia em 1963 no gabinete do ministro da Educação, Paulo de Tarso, o cargo de coordenador da assessoria do ministro), a agitação e a propaganda junto às massas, sendo usado para esse fim, o Movimento de Educação de Base (MEB) e diversas organizações voltadas para a educação que utilizavam o método de Paulo Freire.



Com a queda do governo Jango, em março de 1964, ocorreu a desorganização generalizada da AP, com muitos militantes presos e outros exilados, como Aldo Arantes e “Betinho” que se exilaram no Uruguai.



Há, então, a primeira cisão.



Uma ala de São Paulo defendia o pacifismo e advogava a reestruturação da AP a fim de se enquadrar na nova situação do país. Outra, dirigida por “Dias” (Aldo da Silva Arantes), defendia a luta armada como única saída para a revolução e acertou com Brizola, no Uruguai, a organização de focos guerrilheiros pelo país.



Em meio a essa disputa foi constituído, em 1965, um Comitê Nacional, denominado CTN, em substituição ao antigo Comitê (CT), com suas “Teses Políticas”, abrindo uma nova fase da AP.





(*) Carlos I.S. Azambuja é historiador.





(Texto extraído de http://midiasemmascara.org/artigo.php?sid=3680)













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