Muitos acreditam e passam a difundir a idéia de um Deus vingativo, cruel e opressor, pois dessa forma conseguem manter sob seu jugo os ingênuos e desprovidos de um mínimo de bom senso. E é isso que um certo elemento da Usina de Letras, chamado Fernando Zocca, quer associar à Doutrina Espírita, sem conhecer ao menos seus princípios mais básicos !

E nem é preciso ser um “expert” em estudos das Sagradas Escrituras para não incorrer nesse erro tão elementar, pois os detratores da religião alheia se esquecem que o método crítico histórico de investigação bíblica, que surgiu no século XIX, salienta a necessidade de compreendermos o que os próprios Autores Bíblicos entendiam com aquilo que diziam, considerando-se a posição deles dentro da história. Esse método de investigação salienta que eles viveram em uma época em que a Ciência era deficiente e muito limitada ; que eles viviam herdando idéias primitivas sobre a natureza ; seus pontos de vista sobre Deus eram bastante antropomórficos, daí a correlação de sentimentos humanos, como a vingança, crueldade e opressão, atribuídos a Deus. E esses elementos continuam, em pleno Século XXI, utilizando o mesmo raciocínio dos Homens daquela época ...

Talvez esteja faltando a esses indivíduos um pouco de humildade e uma visão mais clara sobre a Ciência da Hermenêutica, a qual procura recapturar os eventos anunciados pelos Profetas, extraindo dali o sentido próximo da realidade. Isso envolve mais do que entender o que um Profeta qualquer tem a dizer, no contexto de sua própria época. Antes, devemos procurar penetrar no seu sentido, naquilo que significa hoje em dia, pois a verdade reveste-se de uma universalidade que é comunicada por meio da linguagem.

E esse tal Fernando Zocca deveria saber, antes de se precipitar a emitir opiniões infundadas, que quando codificaram o Espiritismo, fizeram-no no sentido de, justamente, preencher o vácuo deixado por atividades danosas impostas pelo clero assassino, reinante e secular e que não media esforços quando se tratava de “torturar e matar em nome de Deus”.

E para aqueles que se arrogam a escrever sobre aquilo que mal conhecem, ou conhecem de ouvir falar, como é o caso de Zocca, caberia a humildade de reconhecer a fragilidade de seus argumentos torpes e ridículos, os quais reduzem a Doutrina Espírita a um simples tratado de espíritos bons ou maus. Isso só demonstra a mediocridade de uma crítica sem um mínimo de fundamentos e que só servem para induzir incautos ao erro e ao mesmo tempo satisfazer seu ego insano e sua retórica revestida de hipocrisia.


Trejeitos e tons da voz nunca fizeram parte da Doutrina mas fazem parte do rol de sofismas de quem se julga dono da verdade. Chico Xavier psicografava quase que imóvel e nunca se utilizava de artifícios dessa natureza.

Ah, mas há pessoas que assim o fazem ! Mas é claro. E baseado nisso, esse "Zocca" tenta julgar TODA uma Doutrina Religiosa com base em meia dúzia (!!!)

Embustes e embusteiros existem em qualquer meio, e no meio religioso é ainda mais abjeto. Sem dúvida que as crianças pobres, bonitas e estudiosas podem ser os alvos preferenciais das mentes malsãs e psicóticas. Basta lembrar que alguns padres rezam missa de manhã e praticam a pedofilia à noite, no fundo de uma sacristia. Ou então lembremos daqueles que tiram da manga, a carta do demônio e oprimem os ingênuos para deles extorquirem dinheiro.

As vítimas desses criminosos podem ter sequelas para o resto da vida, seja pelo trauma de saber que Deus não é um banqueiro que paga juros pelas ofertas dadas numa Igreja ou pelo trauma de ter sido violentado sexualmente por reverendos psicóticos, os quais contam com a capa protetora da sua Instituição religiosa que os livrará de qualquer importuno da Lei ou então os transferirá daqui para li, para que, com o tempo, o fato seja esquecido e o meliante fique impune. Mas a postura de bondade e serenidade dos prelados mantêm a capa da hipocrisia, diante de uma Igreja lotada de séquitos em busca de milagres e soluções para suas dívidas.

Esse maquiavelismo religioso não impede que se afirme então ser a diretriz toda baseada na fantasia e no engodo. Os devaneios e absurdos são os mesmos que instituíram a mula-sem-cabeça, o coelhinho da páscoa, o papai-noel e toda série de absurdos impostos com base na fé-cega, sempre presente e próxima de tantos “vendedores de pedacinhos do céu”, os quais vivem enchendo estádios e mais estádios, impondo ao povo o cabresto do fanatismo, pregando a teologia da prosperidade e com promessas de “salvação”, para aqueles que não querem ter responsabilidade de seus atos, deixando essa responsabilidade para Deus, pois assim é mais cômodo e não exige esforço. Desejamos sinceramente que um dia, esses líderes religiosos possam falar verdadeiramente de Jesus para preencher os corações alheios, e não seus próprios bolsos.

Nesse quadro de ambições e privilégios, não há lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e ensina que o nosso futuro está condicionado ao empenho da renovação interior e não à simples adesão e submissão incondicional aos Dogmas de uma Igreja, os quais, para uma perfeita assimilação, era necessário admitir a quintessência da teologia : "Credo quia absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que seja absurdo", princípio, ainda adotado nos dias de hoje por algumas religiões, que se limita a ensinar que a fé, para crer, não necessita de compreender ( Tertuliano, 155-220 d.C, apologista Cristão ).

E isso só reforça a existência do assédio moral pelos ávidos do poder e dinheiro, dominados pela cupidez, ciúme e certeza da impunidade.

Mudando o assunto, voltemos a atenção para a prática ilegal da Medicina. Antes de se definir essa prática ilegal, deveria ser definido que é ato médico, o que nem os Conselhos Regionais de Medicina ainda não definiram e o regulamentaram em Lei, mas os detratores inconsequentes, como o sr. "Zocca", já fizeram essa proeza !!! Basta dar uma olhada no Fórum de discussões do CRM-SP o qual busca fundamentá-lo em Lei :

http://www.cremesp.org.br/forum/viewtopic.php?t=252


E se fossemos julgar prática ilegal da Medicina deveríamos abranger aqueles que usam de hipnose em seus cursos alienadores, e que objetivam transparecer o ensino da parapsicologia, mas que no fundo apresentam espetáculos deprimentes de degradação humana, ministrados por “certos padres”, cuja renda lhes proporcionam excelentes resultados financeiros, e nos quais o público assiste tão-somente prestidigitação e o achincalhe da já desrespeitada ética e dos valores morais, o que é inquestionavelmente condenado pelo Conselho Federal de Medicina. Basta ler :

http://www.cremesp.org.br/forum/viewtopic.php?t=687


As vítimas desses inescrupulosos, a exemplo do próprio Cristo, são hoje os destituídos de um mínimo de informação, os sem-teto, os ingênuos que reverenciam os pseudo-parapsicólogos travestidos de autoridade religiosa. Os indigentes, alcoólatras e viciados, são presas fáceis desses grupelhos que vociferam nas igrejas o comércio religioso, oferecendo aos sofredores uma solução e também um pedacinho do céu a preços módicos, e uma liquidação celestial imperdível, para aqueles que querem entregar seus problemas para Deus resolver. Mas o pior é que entregam também a carteira com seu minguado salário para os abutres e exploradores da fé alheia !

E para dar respaldo a muito do que acontece com esse espúrio comportamento de dominação, muitos clérigos modificaram com a ajuda de tradutores tendenciosos, as Escrituras Sagradas. Basta ver uma pequena amostra do que fizeram com a Bíblia em :

http://geocities.yahoo.com.br/fabiohpbr2001/nsheb.html


Mas na própria Bíblia, os mesmos que, achando-se impunes, escudam-se na sua pseudo santidade e deixam o recado, de forma inconsciente, para si mesmos e assim podemos ver o que lhes foi reservado no Apocalipse, em seu Cap.22, versículos 18 e 19 :

" Todos aqueles que ouvirem as palavras da profecia deste Livro : Se alguém lhes ajuntar alguma coisa, Deus ajuntará sobre ele as pragas descritas neste Livro ; e se alguém dele tirar qualquer coisa, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, descrita neste Livro ".


Nesse pequeno mundo dos detratores desinformados, seu "Zocca", o que impera é a retórica torpe e estúpida, além de evitar o contraditório a todo custo, embora seja facílimo retirar-lhes a máscara da hipocrisia. Apoiam-se nas premissas de um teólogo ou pseudo-parapsicólogo, e assim se preparam para achacar quem está em busca de um caminho ou contra um grupo à procura de seu norte. A eloquência e termos bonitinhos e desconhecidos para a grande massa, são suas armas preferidas, pois contam como certo o desconhecimento generalizado da maioria da população. A razão é o que menos importa, pois confiam na força do assédio psicológico e da impressão que as palavras articuladas causam nas mentes desprotegidas.

É notório a forma que os detratores usam para tentar denegrir a religião alheia. Dão como certo a desinformação e a fácil alienação de quem os ouvem ou lêem. Mas o cuidado com esses elementos é fundamental para não cair no fosso da ignorância intelectual, a qual tem lugar para muitos que acreditam estar lendo algo verdadeiro, mas que é sustentado pelos pilares da arrogância e do silogismo erístico, consubstanciando um comportamento que revela a antítese cristã e a oposição ao comportamento dos mansos e humildes, tão difundida pelo Nazareno.

É fácil para esses elementos se arrogarem a comentar o que desconhecem e difícil de reconhecerem suas falhas e consequentemente trilharem o caminho da volta. Mas não é difícil identificar nesses indivíduos traços de Torquemada, rei da satânica, digo, “santa” inquisição e características episcopais dos Auto-de-fé de Barcelona. E numa alusão à resposta dada pelo Codificador, cabem aqui suas próprias palavras : “Graças a esse zelo imprudente, todos na Espanha ouvirão falar de Espiritismo e quererão saber o que ele é, e isto é o que desejamos. Podem queimar livros, mas não se queimam idéias. (...)”


Infelizmente, muitos, como esse elemento que atende por "Fernando Zocca", preferem limitar-se a ler a letra que mata e não percebendo o espírito que vivifica. Se, ao invés de ficar procurando justificativas para combater algo que os incomoda, e realmente procurassem a verdade em toda a Filosofia de uma Religião, "determinados indivíduos" poderiam ser considerados críticos mais autênticos e com legítimas credenciais para o Juízo e discernimento entre o que é verdadeiro e falso na Religião alheia. Quando tomamos a tarefa de censurar o trabalho de alguém, devemos primeiro provar que somos dignos de crédito para tal empreendimento. Ademais, já dizia Kardec :


“ O verdadeiro crítico deve provar não somente erudição, mas um saber profundo no que concerne ao objeto que trate, promovendo um julgamento sadio e com uma imparcialidade a toda prova. Do contrário, qualquer sanfoneiro poderia se arrogar o direito de julgar Mozart, ou um pintor de paredes, o de censurar Van Gogh.”