Tenho sempre vivido fora de mim,
para o mundo ou em sua intenção,
procurando, em cada canto, um coração,
p’ra desabrochar em flores noutro jardim.
E assim vou vivendo em Dom de esquecimento
de tudo o que há em meu jardim,
cujas flores estão murchas, pois só há capim,
sem saber que perderei tudo num momento.
Poderei, depois, achar perdão
para um ingrato coração
que não sabe cuidar de si?
Terei eu força suficiente
para ficar inconsciente,
quando for chamado por ti?
26.05.60.
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