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Artigos-->Partido do Servidor Público -- 16/05/2005 - 23:00 (Luis Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Partido do Servidor Público

Luís Gonçalves

Junho vem chegando de mansinho. Trazendo aquele friozinho besta do meado do ano, que deita a flor da mangueira no chão.

É hora de preparar a lenha para a fogueira, muita pipoca e quentão. Conversa para bater queixo á gente arruma na hora.

Este ano também não vai faltar assunto. Se duvidar tem conversa que vai rasgar o pano do tempo indo encostar do outro lado do ano.

Estamos vivendo a boa época dos gêneros. A reorganização social apresenta uma nova modalidade política. Seguindo a velha tática café com leite.

Os plantadores de soja acreditam que podem e devem fazer seus mandatários. O que tem de técnico agrícola andando de galope pela região em busca de candidato é de dar medo.

Quem ganha com isso é o pessoal que gosta de rodeio. Porque tem público garantido nas festas de rodeio e feiras agropecuárias. Os produtos são bem aceito.

Para estar nesse time é importante que o sujeito tenha afinidade com o arbusto. Seja austero. E a marca registrada dessa seita é a botina de couro cru.

Isso já aconteceu nas igrejas evangélicas. Nos cursos intensivos de aperfeiçoamento, para candidato religioso. Boa parte era dedicada ao modo como o cidadão empunhava a bíblia.

Essa história de ter representante junto ao poder abre precedente desnecessário a tudo quanto é facção. Talvez pela necessidade de consumo. Afinal, o mundo é consumista.

Seguindo o mesmo tirocínio, os plantadores de algodão vislumbram a mesma meta. Procuram ótimos modelos que possam exibir seus tecidos de algodão com elegância e sofisticação.

Bem ali ficam os donos das usinas de álcool. Tudo que desejam é o controle do gás. Visam minar a graça da galera da soja e do algodão aumentando o preço dos combustíveis.

Parece que está havendo um consórcio entre os postos de combustíveis, as oficinas mecânicas e as borracharias. Querem indicar seus candidatos através de uma lista tríplice.

Faz muito tempo que a coisa deixou de ser política e se tornou financeira. A questão é: quem produz o quê?

Por exemplo: os lojistas estão montando uma barricada com o que sobrou no mercado para aumentar a representação junto às câmaras setoriais. Estão buscando apoio majoritário.

Assim não criam intrigam com ninguém e se mantêm firme dentro do processo. Cedem apoio para serem apoiados.

O comércio é uma discussão à parte. Precisam obter o produto pelo menor preço e vende-los bem. Para tanto é preciso poder de barganha junto aos especuladores.

Como não são plantadores se igualam aos arrendatários. Alguns são vistos como atravessadores pelos setores de ponta.

Dessa forma acabam marginalizados pelo sistema. Ficam na retaguarda e aguardam um momento oportuno.

Na maioria das vezes acabam fazendo bom proveito da situação. Esperam o momento exato e ganham de assalto.

Os camelôs estão se preparando para entrarem na disputa. É uma revolução silenciosa. Estão à vontade para desafiarem as concorrências institucionais.

Primeiro, porque podem oferecer um preço melhor. Segundo, são livres dos encargos fiscais e seus fornecedores não são daqui. Sem dizer que levam uma boa fatia do mercado.

Neste ano não vamos ter aquela tradicional briga política. Aquele bate boca extrovertido via mídia. A coisa agora ficou sofisticada. O acordo é feito nos bastidores.

Quem perde com isso é a população carente de diversões. Se não pode rir de seus políticos vai rir de quem? Humoristas estão cobrando o olho da cara para fazer gracinhas.

Tudo é uma questão de valores, que envolvem cotações de mercado. Técnica de venda, rolagem de dívida, etcêtera e tal.

Tudo indica que o melhor ainda virá do setor público. Aliás, o servidor público é o único que ainda zela pela verdadeira política. Aquela coisa de velha convivência.

Não se faz mais política como antigamente. Tudo bem. Mas abandonar a prática é um desperdício sem quantia.

De repente seria a hora de um grande levante nacional. O servidor público deveria ser contemplado com um partido. Haja vista ser ele o único a fazer política a moda antiga.

Seria interessante. Porque a sociedade anda carente de padrões e conceitos que já deram certo em outros momentos.

Era tão bom quando a gente sonhava com um partido dos trabalhadores. Quando a gente acreditava que tudo ia mudar.

Quando a gente podia ficar hora ao redor da fogueira levantando nomes de supostos candidatos. Comendo batata e tomando quentão.

Eu até não ligo para as falcatruas. Mas o salário de setecentos reais, esse eu não perdôo.

Não tem santo que me faz esquecer.

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