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Artigos-->O Ensino da Gramática -- 15/05/2005 - 21:21 (Paulo Machado da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ









ENSINO DA GRAMÁTICA







Hélio da Silva

Paulo Machado da Costa

Solange Cerqueira

Zuleika Machado







Introdução





Inicialmente, foi constatado, na análise apresentada, que a Gramática Normativa (aplicada ao estudo dos exercícios apresentados) contextualiza seu objetivo prescritivo em determinantes específicos, de acordo com seus pressupostos e paradigmas, na tentativa de fazer valer suas próprias verdades, desconsiderando, assim, outras variáveis, as quais discorrem no processo do ensino-aprendizagem.



Sabemos que, sob certos aspectos, o uso de da norma-padrão é importante e esclarecedor, já que é preciso que se domine o seu uso. Por outro lado, a prescrição de normas relega outros à obscuridade, pois se nota uma diminuição no campo de atuação e compreensão dos profissionais de educação e dos alunos, que lidam com essa problemática, principalmente no terreno das elaborações subjetivas, tão importantes quanto às objetivas, no que diz respeito à aprendizagem.



Os distúrbios encontrados pela excessiva prescrição de normas, sem os seus entendimento, geram uma situação vincular e institucional entre uma pessoa que aprende e uma que ensina (isso foi observado, mesmo que superficialmente, na análise dos exercícios). Se o professor não encontra em cada processo de ensino uma situação de aprendizagem para ele, muitos problemas seguirão, ao decorrer da vida, “mascarados”.



Entender o processo de aprendizagem como uma construção cognitiva, dramática, simbólica, já seria o ponto inicial para a superação das dificuldades encontradas na leitura e na escrita – e como já foi dito anteriormente, responderá pela hipótese das duas elaborações: as objetivas e subjetivas.



Observa-se que, situar o ensino-aprendizagem, diante das gramáticas, porém com a obrigação de se exercer um programa normativo, já estruturado é extremamente problemático, pois a construção da leitura e da escrita começa muito antes da criança ir à escola, escrever e ler é uma transcendência no tempo e espaço. Paradoxalmente, o lema em muitas escolas é: “está errado”, “não é assim que se escreve”, “sentada” “calada”... e isso já vai tirando da criança o direito de pensar, de ser autônomo, autor de sua própria história.



Com o passar do tempo, diante dos processos regulares de ensino – Fundamental e Médio – percebe-se o aprisionamento da inteligência da maioria, vê-se a inibição do desejo de aprender, diante de tarefas que só mostram regras, visto que não há uma preocupação dos autores didáticos (salvo, raras exceções) em problematizar (de uma maneira interessante) os fenômenos ocorridos na língua, os quais resultaram nas “regrinhas que o aluno tem que cumprir”.



Nos livros didáticos normativos, por exemplo, encontra-se a visão de que é preciso ter domínio das palavras, ou seja, extrair o significado absoluto. Um exemplo dessa postura pode ser observado, quando é solicitado ao aluno que dê o sinônimo ou antônimo de um vocábulo, sem que se faça a referência ao contexto, assim, pressupõe-se que sua função no texto não é importante para o processo - relega-se a um plano inferior.

É preciso refletir (e acreditar) que sempre haverá possibilidades seguras de se reconstruir um espaço para a formação adequada da leitura e escrita, a partir da conscientização que se percebe, tanto nos meios acadêmicos, quanto nos gerais, pois os educandos são os primeiros a sinalizar que nem tudo vai bem – eles mesmos têm pleiteado o uso de diferentes oportunidades de leitura e escrita, através de textos que circulam pela sociedade, isto é, o aluno quer assumir a palavra e quer aprender, desde que tenha oportunidade de produzir algo eficaz, sem o entrave do excesso de regras.







RESUMO





Ao estudarmos uma língua materna, devemos ter em mente que existem diversas gramáticas e que, para cada uma delas, fazemos atividades bem distintas.

A gramática normativa estuda os fatos da norma culta de uma língua, baseando-se, geralmente, nos fatos da língua escrita e dá menos importância à variedade oral, que é idêntica à escrita. Esta gramática apresenta ainda normas para a utilização correta do idioma, seja oral ou escrita. Ela apresenta apenas uma variedade como verdadeira.

Dizemos que a descrição da norma culta só se transforma em regra da gramática normativa, quando a língua aparece e é utilizada de uma só forma. Podemos dizer, que a descrição da norma culta, pode aparecer como uma variedade da língua dentro da gramática descritiva ou como a descrição em leis, caso este da gramática normativa.

É a mais utilizada nas escolas. Quando um professor fala em ensino de gramática, se remete quase sempre à normativa, seja pela tradição ou por desconhecimento de outros tipos.

A gramática descritiva descreve cada variedade num período de tempo específico, abordando sincronicamente as categorias lingüísticas, as construções possíveis e o aspecto funcional dos elementos de acordo com os usos, portanto, ter gramática descritiva com qualquer variedade lingüística.

Esta gramática é o resultado das observações do que é dito ou escrito, gerando hipóteses para explicar o funcionamento da língua.

São nomeadas de acordo com os correntes sobre as quais foram construídas.

A gramática internalizada é as regras que os falantes possuem para o uso normal da língua. Ela é objeto de estudo dos dois tipos de gramática.

Além desses três tipos que são ligados a concepção de gramática, existe outros três tipos que estão ligados à estrutura e ao funcionamento da língua:



Gramática Implícita são as regras de constituição e funcionamento da língua: fonológico, morfológico, sintático, semântico, pragmático e textual-discursivo e que aparece na língua do falante sem que ele tenha consciência, utilizando-a para qualquer fim. Relaciona-se com o ensino de gramática e no trabalho escolar, com a gramática do uso.

A gramática explícita é a representação dos estudos lingüísticos numa atividade metalingüística sobre a língua. As gramáticas normativa e descritiva são teóricas explicando o mecanismo que o falante domina para usar a língua.

Já as gramáticas reflexivas são atividades de observação da língua, detectando as unidades e regras. A gramática reflexiva parte das evidências tentando formalizar que a gramática da língua é a gramática implícita do falante.

Nas atividades lingüísticas, o usuário da língua estabelece uma interação comunicativa, construindo um texto que adeque à situação aos objetivos de comunicação. Assim, o falante seleciona recursos lingüísticos.

As atividades epilingüísticas suspendem o desenvolvimento do tema, para tratar dos aspectos da interação. Para Geraldi elas estão presentes nas hesitações, correções, repetições, etc. Quando esta atividade é inconsciente está relacionada à gramática do uso, todavia, quando consciente, se aproxima da gramática reflexiva.

Nas atividades metalingüísticas, a língua analisa a própria língua, construindo assim a metalinguagem. Assim, a língua se torna o conteúdo, o assunto, o tema e o tópico discursivo. A análise dos elementos é consciente e explícita nas diferentes situações comunicacionais. A metalinguagem está relacionada com teorias lingüísticas e métodos de análise da língua. Podemos dizer, então, que todos os estudiosos da língua fazem metalinguagem e que todos os tipos de gramática são atividades metalingüísticas.

A gramática contrastiva descreve duas línguas ao mesmo tempo, muito usada no ensino de línguas, definindo as dificuldades. Numa língua materna, ela mostrará semelhanças e diferenças entre variedades de uma mesma língua.

A gramática geral compara o maior número possível de línguas, reconhecendo os fatos lingüísticos e as condições. É a gramática que leva em conta as possibilidades gerais. Formulam princípios de todas as línguas e as explicam. Identifica-se com a definição de uma língua humana possível e é vista como definição de ser humano.

A gramática universal descreve e classifica os fatos observados universalmente. Investiga características comuns a todas as línguas. Nem sempre se distingue gramática geral e universal.

A gramática histórica estuda as fases evolutivas de um idioma. Estuda a origem e evolução de uma língua, da origem aos dias atuais. No caso do ensino de língua portuguesa a origem é o Latim corrente e suas fases (medieval, clássica, moderna).

E por último temos a gramática comparada que estuda a parte evolutiva de várias línguas, buscando pontos comuns. Este estudo teve seu auge no final do século XX, com parentescos entre línguas que aparentemente não teriam algo em comum.

Os manuais de gramática normativa são regras para falar e escrever bem e representam apenas a variedade culta, padrão. Para a comunicação, isto não é levado muito em conta. Estas normas baseiam-se nos bons escritores e ignoram os fatores orais. Portanto, quando ignoramos variedades que não pertencem à padrão, alguns preconceitos são criados equivocadamente como: purismo, vernaculidade, classe social de prestígio, etc.

Não se devem confundir regras de gramática normativa com a parte de gramática descritiva que aparecem no mesmo manual.

A qualidade da gramática normativa, muitas vezes, é problemática e, que freqüentemente, não tem relação com a língua e suas variações. A variedade culta é, normalmente, a das classes de prestígio, não considerando as funções comunicacionais das outras variedades. A tradição, critério para cumprimento das normas, é problemática, principalmente por duas razões: não há um critério único para separar o que atende ou não a tradição e também a aceitação ou não de formas mais antigas, negando assim a possibilidade de modificação de uma língua, de acordo com o surgimento das sociedades.

Além disso, este critério se preocupa muito com a morfologia e a sintaxe, mas pouco com o léxico. Um exemplo é a insistência com a existência numa passiva sintética e a concordância com o sujeito composto, como nesses exemplos.



Exs: vendem-se frangos.

Consertam-se eletrodomésticos.



Este tipo de passiva não possui agente da passiva. Esta atitude é aceitável, pois devemos aceitar a existência da passiva sintética e fazer concordância, conforme estabelece a norma padrão e culta. Porém, esta forma da língua só permanece por causa das regras gramaticais normativas.

Para nós, ensinar gramática normativa é desenvolver a competência comunicativa do aluno, para que ele possa usar adequadamente a norma padrão, culta da língua, importante por seu status social, inclusive no modo escrito.

O que falta é a aplicação de uma teoria gramatical à análise de fatos e dados da língua. Por isso, é importante ensinar as normas sociais das variedades em diversas situações.

É preciso ter cuidado com as normas para não termos comportamentos inaceitáveis, ao ensinar as regras da gramática normativa. Ao se ensinar regras do bem falar e escrever não se deve repetir palavras, para evidenciar uma riqueza vocabular.

As repetições servem como um recurso bem usado para reforçar ou mudar de idéias.



Exs: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.

Muda-se o ser, muda-se a confiança.



A repetição é algo essencial, quando ocorre por questão de continuidade e coesão referencial. Nos manuais de gramática normativa, os fatos da língua não sofrem mudanças e os professores, além de incorporarem esta visão, a vêm como arbitrária, aumentando a rejeição do português no que se refere ao ensino de gramática. Com atenção, o professor pode trabalhar com gramática normativa, ligando-se à realidade da língua e buscando a comunicação entre os alunos e do professor para com os alunos.





Objetivo da Análise





O objetivo dessa análise consiste na tentativa de encontrar teorias esclarecedoras de os aspectos apresentados: perspectiva de gramática-concepção de gramática, através da coleção didática “Montagem & Desmontagem de Textos”, previamente escolhida.



Iremos esclarecer alguns pontos relevantes do tema “Como Ensinar Gramática?”, à luz de alguns teóricos – dentro do campo de atuação encontrado na citada coleção.



Pretende-se demarcar, através do mecanismo descrito acima, os aspectos positivos e negativos, diante de alguns exercícios escolhidos. Ou seja, na relação de professor e aluno. A análise do conjunto existente, no material apontado pode ser entendida mais claramente, a partir dessas hipóteses elaboradas como uma busca de um melhor entendimento gramatical, lingüístico, pedagógico e social.



Desse modo, espera-se ampliar a visão de uma realidade, na qual, observa-se que é preciso situar a leitura e a escrita em um contexto, que ao mesmo tempo é marcado pela intransigência que a gramática normativa impõe, porém a permissividade de alguns lingüistas não, fato que pode e muito, prejudicar o entendimento de o aluno.





Metodologia





Privilegiamos, nessa coleção dois exercícios de gramática para cada série do ensino fundamental. O tema escolhido para exemplificar tais atividades é a Sintaxe, na montagem de textos, os quais estarão nos anexos. O autor dessa coleção acredita que os temas sujeito, predicado, advérbio e termos da oração são capazes de estruturar bons textos.





ENSINO E GRAMÁTICA



Atualmente, observa-se uma grande preocupação, através de constantes debates, quanto ao ensino de Gramática da Língua Portuguesa, por parte de teóricos das mais variadas correntes lingüísticas, percebe-se, mesmo numa pequena amostragem, que mesmo em abordagens opostas, há, quase uma unanimidade no quesito apresentado pelo ensino tradicional da Gramática: a prescrição, através da repetição dos mesmos itens, durante a vida escolar, o que geraria deficiências por grande parte dos alunos (do Ensino Fundamental ao Médio).

Podemos discorrer sobre o pensamento de alguns autores, a respeito do tema abordado, pois é inegável que os avanços da Lingüística são enormes e cada vez mais se contesta a utilidade da rigidez das normas aplicadas pela língua-padrão.

Segundo o texto: Ensino de Língua e Gramática alterar conteúdos ou alterar a imagem do professor? De Sírio Possenti e Rodolfo Ilari, caberia aos professores de Português, uma seleção dos conhecimentos de Gramática e de Literatura, os quais realmente, fossem proeminentes no trabalho educativo. Para eles, os conteúdos irrelevantes que os professores apresentam, somente os auxiliam no tocante da imagem social, ou seja, através desses conteúdos, passa-se uma imagem de competência.

Possenti e Geraldi defendem a reflexão sobre o ensino do Português para que seja oferecido ao aluno, um embasamento e posturas consideradas importantes, deixando de lado a imagem social do professor. Eles asseveram, que uma das contribuições da Lingüística mais importantes para o professor de língua materna é a que apontou que o termo, gramática, não tem uma só definição, o qual tem relação com várias realidades. Os autores dão o seguinte exemplo: o fato da Gramática Normativa só ter significado para quem tem o domínio da variante-padrão: grande parte dos alunos não tem essa modalidade, então ao chegarem nos recintos escolares, evidencia-se a limitação social, pois a sociedade separa, através da limitação, o indivíduo que usa a variedade-não-padrão, ou seja, esses alunos, cuja competência gramatical só se realizou na variante-não-padrão e que por sua vez, não foram estimulados na variante-padrão, aumenta o contingente de excluídos.

A lingüista Kato, cujo trabalho está no campo psicolingüístico justifica uma abordagem educacional em língua materna, que enfatize o trabalho metalingüístico: “a língua materna é um objeto legítimo de indagação no nível da iniciação científica do estudante”. Ela afirma que, o ensino formal de gramática poderia ser considerado uma atividade de conscientização do educando sobre o seu próprio saber lingüístico. Pode-se observar, de acordo com a visão pedagógica da autora – a qual privilegia as atividades metacognitivas – que o falante já possui uma idéia de gramática, sem saber.

O ensino de gramática satisfaria a necessidade do aluno em pensar e raciocinar sobre os novos significados, desde que, psicologicamente motivados, isto é, esses dados passariam a interagir com os seus esquemas prévios.

Quanto ao momento mais oportuno para se ensinar gramática, segundo a autora, seria no período da alfabetização (gramática + alfabetização), porque a criança já começa a escrever. Essa proposta da lingüista remonta do período em que o homem demonstrou interesse por gramática, a partir do momento em que se ateve à escrita.



Reconhece também que o ensino tradicional não tem eficiência, quando faz a seguinte afirmativa: “Se tenta ensinar os mesmos conceitos desde o início do primeiro grau até o último ano do curso colegial”.

Perini, por sua vez, defende a importância do ensino formal de gramática nas escolas, descartando, porém da tradicional, por estar desatualizada, segundo ele em relação aos resultados das pesquisas lingüísticas dos últimos anos e ainda, devido ao fato de não ter coerência na teoria e muito menos adequação com a realidade.

O autor procura incentivar o uso de uma nova gramática, a qual busque descrever a estrutura do Português, porém com princípios mais rígidos, o que contraria, segundo ele os das gramáticas atuais.

Concordando com Lemle, Perini defende o ponto de vista, de que só o indivíduo que lê e escreve poderá aprender gramática. E quanto ao ensino formal de uma gramática descritiva do português – nos ensinos regulares – ele apresenta duas justificativas, as quais podem ser: o componente cultural (certos conhecimentos implícitos – entre outros, o conhecimento da própria nação - os quais seriam considerados, pela sociedade: parte integrante da formação da pessoa) e um (o seu mais forte argumento) de formação de habilidades (as habilidades de raciocínio, de observação (...) ou seja, de independência de pensamento).

Ele reafirma sua tese, dizendo que através do ensino gramatical, o aluno obterá meios de crescer e se libertar intelectualmente, desde que se entenda o estudo da gramática como parte da formação científica do aluno.

Concluímos o seu pensamento, mediante os tópicos propostos por sua Gramática Descritiva do Português:

1) A exigência de uma caracterização precisa e explícita dos instrumentos analíticos e a coerência entre as definições e sua aplicação;

2) A sustentação da análise em um nível formal das estruturas de superfície independentemente no nível semântico;

3) A delimitação de seu alcance - a variedade do padrão de língua portuguesa;

4) O reconhecimento de seus limites, com a explicitação das dificuldades;

5) O estabelecimento de uma taxionomia rigorosamente articulada com a análise que se propõe.











Concepção de Gramática



A forma de organizar os princípios gerais da linguagem humana, “estudo ou tratado que explicita a estrutura de uma língua”, estudo do caráter normativo sobre os usos de uma língua.



Definição de Sintaxe

Podemos defini-la como parte da gramática que estabelece as relações de combinações entre as palavras, isto é, estuda a fusão de dois ou mais elementos em que o determinante estabelece um elo de subordinação com o determinado, formando uma unidade ou locucional, ou de um termo de oração, ou oracional (sintagma).

Exemplificando

Podemos citar uma comunicação através da escrita em que fazemos uso de habilidades básicas, relativamente à linguagem: nós temos a capacidade para selecionar, entre as palavras do idioma, as que nos interessam naquele momento e, ao mesmo tempo, a de combinar adequadamente entre si as palavras selecionadas.

Desconsideraremos as alterações ortográficas, pois procuram reproduzir um sotaque estrangeiro.







“Quando non terr salzicha Sadia, me dar um brruto zaudate da Alemanha...”



O homem do comercial tem o domínio de certos mecanismos de seleção e de combinação existente em português.

Algumas palavras são por ele selecionadas, ordenando-as em uma seqüência válida. Estabelece adequadamente, entre as escolhidas, necessárias relações de complementação de sentido:

Ter = alguma coisa (Salsicha Sadia);

Dar = em alguém (me) (saudade);

Saudade = de alguma coisa (Alemanha).

Notamos em outros aspectos, no entanto, que a fala desse imigrante tem divergências em relação ao português.

- conjunção – quando – pede a flexão do verbo ter (quando não tem);

- o verbo dar precisa ser flexionado - me dá;

- o artigo e o adjetivo têm que concordar com o substantivo saudade. -“uma bruta saudade”;

- o artigo deve concordar como substantivo Alemanha.

Para que o enunciado esteja adequado às regras de sintaxe da língua portuguesa, será necessária esta modificação.













Quinta Série do Ensino Fundamental.



Trabalharemos, Sujeito e Predicado.



Ao falar, e ou ao escrever, organizam-se as palavras em pequenos conjuntos.

Ex:

Eu resolvi o exercício.

Você vai à minha casa?

O professor já fez a chamada.



SUJEITO = TEMA PREDICADO= INFORMAÇÃO



Eu resolvi o exercício.

Você vai a minha casa? O professor já fez a chamada.







Para cada desenho, construa um conjunto informativo em que haja tema e informação.













O cachorro está de cartola e gravata borboleta







Sujeito = tema o cachorro



Predicado = informação está de cartola e gravata borboleta



O urso polar é um animal dócil.



Sujeito = tema o urso polar



Predicado = informação é um animal dócil











Conhecemos aqui os dois componentes básicos de um conjunto informativo: tema e informação.

Os gramáticos – pessoas que estudam a língua – dão nomes especiais a esses dois elementos.

O tema é denominado sujeito e a informação recebe o nome de predicado.





Para a Sexta Série do Ensino Fundamental





Será trabalhado o Advérbio.

Obs: Advérbios: (palavras colocadas junto (=ad) do verbo).



Na frase:

Eu vou.

É indicado apenas quem realiza a ação: EU;

A ação: VOU.





Eu Vou

Sujeito Ação





A língua nos oferece outras palavras que permitem precisar essa ação.



Amanhã eu vou lá.



As palavras que acrescentamos referem-se à ação, indicando o tempo e o lugar.







Amanhã



eu

vou

lá.



Tempo

Tema

Ação

Lugar

.



Vou (palavra de ação) pertence à classe dos verbos.

Amanhã e lá, por estarem relacionadas a um verbo, pertencem à classe dos advérbios.





Amanhã



eu

vou

lá.



Advérbio

Tema

Verbo

Advérbio









CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS



Para conhecermos as palavras da língua portuguesa que pertencem a classe dos advérbios, é importante sabermos as informações que elas podem acrescentar ao verbo.



• Indicar o tempo: Alexandre sempre vendeu sorvetes.

• Indicar o lugar: Alexandre vendeu sorvetes longe.

• Indicar o modo: Alexandre vendeu os sorvetes rapidamente.

• Negar uma ação: Alexandre não vendeu sorvetes.

• Afirmar uma ação: Realmente, Alexandre vendia sorvetes.

• Duvidar de uma ação: Talvez Alexandre venda sorvetes.

• Intensificar uma ação: Alexandre vende muitos sorvetes.

De acordo com essas informações, podemos estabelecer uma classificação dos advérbios.



ADVÉRBIOS



CLASSIFICAÇÕES



Tempo







agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve,

cedo, depois, então, hoje, já, jamais, logo,

nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc.





Lugar baixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, através, atrás, cá, defronte, dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto, etc.





Modo assim, bem, debate, depressa, devagar,mal, melhor, pior (e quase todos terminados em mente: carinhosamente, rapidamente, etc)



Negação não

Afirmação sim, certamente, efetivamente, realmente, etc.



Dúvida acaso,porventura, possivelmente, provavelmente,

talvez, quiçá, etc.



Intensidade muito, bastante, demais, bem, mais, menos,

meio, pouco, quão, quase, tanto, tão, etc.









Sétima Série do Ensino Fundamental





Assunto a ser trabalhado:



PREDICADO: é o elemento da oração que declara algo sobre outro, que é o sujeito. Essa terminologia tem origem na identificação da oração com uma proposição lógica, e veio a substituir, ainda na Idade Média, a tradicional denominação de aposto.

1) O menino ouviu aquelas acusações.

2) O menino ficou calado.

3) O menino ouviu aquelas acusações calado.





Nessas três orações, observemos os diferentes tipos de informações que o predicado pode prestar ao sujeito e, ao mesmo tempo, a palavra em que se centraliza essa informação.



Sujeito PREDICADO INFORMAÇÃO

Ação Palavra

1- O menino ouviu aquelas acusações ouviu verbo

Estado

2- O menino ficou calado calado substantivo

Ação e Estado

3- O menino Ouviu aquelas acusações calado Ouviu, calado verbo e nome





Na frase 1, o predicado , informa uma ação do sujeito. A palavra que indica a ação é o verbo.





Na frase 2, o predicado , informa um estado do sujeito. A palavra que indica estado é o nome (adjetivo ou substantivo).



Na frase 3, o predicado , informa ao mesmo tempo ação e estado. Há dois centros de informações: verbo e nome.







CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO

De acordo com a informação prestada ao sujeito, o predicado classifica-se em:



PREDICADO VERBAL



• 1. Predicado verbal : chama-se predicado verbal porque o verbo é o centro da informação.

No predicado verbal, a oração apresenta obrigatoriamente duas estruturas básicas.



Estrutura 1 .

Ação Palavra

1- O menino ouviu aquelas acusações ouviu verbo



O núcleo do predicado verbal é sempre o verbo.



PREDICADO NOMINAL

O predicado nominal transmite uma qualidade ou estado do sujeito.



Estrutura 2 -

Estado

1- O menino ficou calado calado substantivo



2- O menino é nervoso

Qualidade

nervoso

adjetivo



Sujeito do predicado nominal

No predicado nominal, deve ocorrer obrigatoriamente a presença de dois termos; verbo de ligação e predicativo do sujeito.

O núcleo do predicado é o predicativo do sujeito.



Predicado verbo nominal

O verbo dá informações referentes ao sujeito, à ação realizada por ele, e o nome atribui uma característica ao objeto direto.

Estrutura 3-

1- O menino Ouviu aquelas acusações calado Ouviu, calado verbo e nome



Esse predicado apresenta dois núcleos.





Predicativo do sujeito



– Termo que se refere ao sujeito, por meio do verbo, indicando-lhe um estado ou qualidade. É o núcleo do predicado nominal e pode ser constituído por:

• Adjetivo – Ele estava cansado.

• Substantivo – Conceição era uma pessoa simpática.

• Numeral – Somos dez.

• Pronome – Os responsáveis somos nós.



Verbo de ligação – Estabelece uma relação entre o sujeito e o predicativo. Principais verbos de ligação: ser, estar, parecer, permanecer, ficar, tornar-se, andar, viver, etc.







Oitava Série do Ensino Fundamental





Iremos trabalhar com os termos da oração





“Sujeito + predicado” constitui a ordem natural desses dois termos.



Denomina-se ordem direta. Se ocorrer outra disposição, teremos ordem inversa.



Ordem direta: A cerimônia será realizada às cinco horas.

Sujeito predicado



Ordem inversa: Às cinco horas, será realizada a cerimônia.

Às cinco horas, a cerimônia será realizada.

Será realizada a cerimônia às cinco horas.





Para se analisar uma oração, é necessário dispor os termos na ordem direta.







CONCLUSÃO



O foco deste trabalho, foram os mecanismos usados para ensinar sujeito, predicado, objeto direto, indireto, complemento nominal, agente da passiva, predicativo do sujeito e predicativo do objeto, para alunos das quatro séries do Ensino Fundamental, na visão do Sargentim autor da coleção em destaque.

O autor da coleção trabalha com o advérbio de negação “não”, como sendo o único existente (Sargentim, 6ª série, 1999, p. 144). O professor Manoel Pinto Ribeiro, classifica a palavra “absolutamente” como de negação. (Ribeiro, 2002, p. 222). O dicionário Houais também classifica como advérbio de negação e advérbio de modo no Brasil, diversos autores fazem essa classificação de forma diferente do autor citado. Dependendo do contexto, o não pode significar sim.

O professor ensinou os exercícios, mas será que os alunos aprenderam? Com esses exercícios propostos, os alunos escreverão bons textos?

É realmente necessário que os alunos aprendam sujeito, predicado, objeto direto, indireto, complemento nominal, agente da passiva, predicativo do sujeito e predicativo do objeto para construir bons textos? Machado de Assis e Monteiro Lobato tinham todo esse conhecimento?

Quando o autor se propõe a ensinar sujeito e predicado, ele o faz bem. Porém, quando se ensina objeto direto, indireto, complemento nominal, agente da passiva, predicativo do sujeito e predicativo do objeto, deixa a desejar.

Cabem aqui ainda algumas palavras finais: o desafio intelectual instigante que foi o confronto de trabalharmos esse autor e compará-lo aos demais autores e verificarmos quantas divergências existem na forma de explicar tais assuntos.

Notamos também a dificuldade que é para o aluno entender este tema abordado seguindo a linha do autor.





ANEXOS





Exercícios para a Quinta Série do Ensino Fundamental



1) Identifique, em seu caderno, o sujeito dos seguintes conjuntos informativos.



a) Ela saia correndo através da mata.

b) Essa flor abre suas pétalas enormes.

c) Aquela estrela é Nacaíra.

d) Eu as conheço todas.





2) Identifique em seu caderno, o predicado dos seguintes conjuntos informativos.



a) As estrelas luziam no céu.

b) Naiá apaixonou-se pela lua.

c) Os jovens mais fortes e bravos lhe fizeram propostas de casamento.

d) O velho cacique conhecia todos os mistérios da natureza.



Exercícios para a Sexta Série do Ensino Fundamental



1) Observe a transformação:



A) Alexandre vendia tudo.

B) Alexandre não vendia nada.



Para transformar a frase (A) afirmativa em frase (B) negativa empregamos o advérbio de negação:



Não.



Transforme as frases afirmativas em negativas.



1) Encontrei alguém na sala.

2) Fizeram tudo para ele ir embora.

3) Conseguiu ouvir algum barulho.

4) Talvez você encontre alguém na estação.







2) Amplie as frases, acrescentado-lhes advérbios de tempo da relação.



FRASES ADVÉRBIOS DE TEMPO



1) Você receberá um disco. hoje

2) Comemoraremos o aniversário de nosso colégio. nunca

3) Houve bondes em São Paulo. cedo

4) Namorei aquele garoto tarde

5) Pensei que ela fosse capaz de tal atitude. ainda

6) Podemos sair, embora tenhamos que voltar. sempre

7) Há muito de você regularizara matrícula no clube. brevemente

8) Ela respeitou os meus direitos. outrora

9) Não se deixa o que se pode fazer. jamais

10) Poderei dar-lhe uma resposta definitiva. logo

anteontem

amanhã





Exercícios para a Sétima Série do Ensino Fundamental







1. Classifique os verbos abaixo como transitivo ou intransitivo.



a) De repente, Zé Eduardo deu um salto.

b) Rapidamente, ela correu até a esquina.

c) A mulher olhou fixamente o menino.

d) Dona Mariana estremeceu.

e) O rapaz sentou-se na poltrona.





2. Analise as orações, identificando o sujeito, o predicado nominal, o verbo de ligação, o predicativo do sujeito e o núcleo do predicado.



a) Seu rosto parecia bonito.

b) A prateleira estava vazia.

c) Os detalhes do quadro eram nítidos.







Exercícios para a Oitava Série do Ensino Fundamental



1) Coloque as frases abaixo na ordem direta.



a) Era inabalável a minha resolução.

b) Em poucos minutos, o major sucumbira.

c) Naquele mesmo dia, foram sepultados os mortos.





2) Copie o sujeito.



a) A esse grupo, um pânico geral apoderou-se dos moradores do cortiço.

b) Na rua passa um operário.

c) Neste fim de semana, aconteceu um violento incêndio na cidade de São Paulo.

d) Subitamente, reapareceram em bandos os modestos cantores da aurora.

e) Reprovaram esta história.

f) A paisagem estendia-se imensa e tranqüila.









BIBLOGRAFIA







BASTOS, Neusa Barbosa (org). Língua portuguesa em Calidoscópio. São Paulo. EDUC, 2004.



CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagem. São Paulo: Atual, 1998.





LUFT, Celso Pedro. Língua e Liberdade. São Paulo: Ática. 1999.



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