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Artigos-->MISSA DO GALO - UM CONTO MACHADIANO -- 14/05/2005 - 01:33 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




MISSA DO GALO - UM CONTO MACHADIANO EM ABERTO



João Ferreira

13 de maio de 2005





O conto "Missa do Galo" de Machado de Assis, é publicado pela primeira vez em 1894, tendo sido incluído na primeira edição de Páginas Recolhidas, em 1899.

Conto destacado na narrativa machadiana, os críticos e antologistas fazem questão de o incluir na maior parte das coletâneas de contos do príncipe da narrativa brasileira. Destaquemos algumas:

1.Otávio Mangabeira, em Machado de Assis, Rio-São Paulo-Bahia, Civilização Brasileira 1954, pp. 186-187, dá um pequeno espaço antológico ao conto.

2. Em "A Literatura no Brasil", vol. II, Rio, Sul-Americana, pp.93-94, capítulo Machado de Assis, coletânea de estudos organizada por Afrânio Coutinho, são dedicadas duas páginas ao conto "Missa do Galo", onde se afirma: "Em Páginas Recolhidas acha-se o célebre conto "Misa do Galo", em que nada se passa aparentemente; há duas personagens que pousam, um adolescente que aguarda a missa da meia-noite e uma senhora que não consegue dormir. O tumulto interior transparece numa conversa sem sentido, de palavras espaçadas e longos silêncios[...] Conceição, a senhora da "Missa do Galo"é o mesmo arquétipo feminino de "Uns Braços", é a mulher no momento de sua maturação, que atrai como para um desaguadouro o filete inquieto e sem profundidade da sensualidade nascente"(Ib. 93). Citando a passagem:



"Não estando abotoadas, as mangas, caíram naturalmente e eu vi-lhe metade dos braços, muito claros e menos magros do que se poderiam supor",

o texto de Afrânio Coutinho remata: "[...] Eis aí com que precisão e delicadeza o escritor condensa a figura que está posta na cena, vista de longe como num remoto palco da memória, mergulhado na penumbra. Essa figura se move e nós a acompanhamos com a mesma concentração daquela adolescente espantado que ele descreve"(Ib. 94).

3. Na obra de Machado de Assis selecionada em 5 volumes, editada pela Lia Editor/ INL, no volume V - Contos B - é incluído "Missa do Galo" (pp.18O-187), com larga introdução teórico-crítica sobre a tipologia do conto em geral e a natureza do conto em Machado de Assis. Nas breves referências à Missa do Galo, o autor da introdução tece este comentário:



"Entre a veleidade indecisa e a fugacidade do tempo passam-se dois dos mais célebres contos de Machado: Missa do Galo e Uns Braços. Nos dois casos, a mulher madura está ao ponto de seduzir o rapaz, que tem 17 anos no primeiro conto e 15 no segundo. Mas os minutos da tentação passam. E não acontece nada. Nos dois cqasos, o efeito da narração é fortalecido pelo fato de que os rapazes ingênyuos não compreenderam e apenas vagamente sentiram a situação e seu significado; mas não a esquecerão, assim não a esquece o leitor" (Ib. p.34).



Nesta colectanea, o conto "Missa do Galo" é integrado no grupo de "contos tscheckovianos, de enredo apenas esboçado"(Ib. 32). Para compreendermos melhor a observação lembramos que segundo o Dicionário de Narratologia da autoria de Carlos Reis/ Ana Cristina M. Lopes (Coimbra, Almedina, 1987, pp. 77), "nos contos de Tchekov é um simples incidente do quotidiano, com algum significado humano, que suporta o desenrolar da ação."



INTERPRETAÇÃO





A frase inicial escolhida pelo narrador deixa-nos frente a um longo caminho hermenêutico: "Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta." É um traço de técnica narrativa que instala na mente do leitor uma ambiguidade que irá frear o ímpeto açodado dos críticos. Se o narrador nunca pôde entender a conversação entre Nogueira e Conceição, fica claro que é inteiramente perigoso um intérprete transformar uma análise literária em hermenêutica dogmática. O caminho será uma análise cautelosa e uma abertura de caminhos para o aprofundamento de leitura. Nada mais.



1. Tipologia do conto



Partimos do princípio, na esteira do que alguns críticos já assinalaram, de que Missa do Galo pertence ao grupo narrativo da linha tsheckoviana, onde o enredo é apenas esboçado e o desenrolar da ação se baseia em pequenos episódios quotidianos, com algum significado humano. Em virtude desse pressuposto, nossa análise irá ater-se a algumas fronteiras hermenêuticas. A primeira delas é que no interlóquio entre Conceição e Nogueira, não há uma intriga nem um "mistério"a resolver. A segunda é que nos diálogos de aproximação entre os dois personagens principais do conto,não há uma concentração de ação nem uma linearidade intencionalmente produzida para seduzir o leitor. Nesta linha de raciocínio, que cremos objetiva e textual, caberá desenvolver uma leitura literária preservando o texto machadiano, a partir de dentro, numa intencionalidade hermenêutica imanente.



2. Hipóteses de leitura e caminho hermenêutico



Diz-se que "uma das "qualidades características de todas as obras de Machado é a falta de ênfase" (OBRA de Machado de Assis, selecionada em 5 volumes, vol. V. Contos -B, Introdução, Rio, Lia Editor/INL, p. 21). Parece que essa "falta de ênfase"atinge especificamente o conto Missa do Galo. Será lógico, então, que, em face disso, o intérprete seja cauteloso.

Para além da leitura linear do conto, onde aparece uma mulher em vigília conversando com um adolescente à espera do horário para ir à missa do galo em véspera de Natal, é possível descobrir outras leituras e outros estratos no texto. Difícil é conter a imaginação e ater-se ao produto machadiano sem o descaracterizar com teorias pesadas de fora para dentro, o que é desaconselhável pelas mais avançadas teorias hermenêuticas contemporâneas, desde o formalismo russo, new criticism americano, estruturalismo e interpretação ontológica até à teoria de análise do discurso.

Um dos exageros frontais que poderiam ser cometidos na exegese deste conto seria o de tentar vender um pensamento meramente subjetivo na qualidade de leitor ou de crítico sem o rigoroso nexo textual que é o motor da análise. Em qualquer hipótese, não podemos esquecer que o narrador diz claramente que nunca pôde entender essa conversação. Este é um dado a ter em conta. Uma espécie de alerta para irmos com calma na análise e, ao mesmo tempo, uma indicação clara de que estamos diante de um texto aberto e polifônico, onde a par de uma análise intuitiva do "não dito", dos indícios e das estratégias narrativas, é preciso atender critérios metodológicos básicos que nos dêm a compreensão das macroestruturas textuais e da gramática textual:

"Uma série de argumentos decisivos, linguísticos e psicológicos, pode ser invocada para sustentar a hipótese segundo a qual a coerência textual é definida também num nível macroestrutural. Esse nível que se pode também identificar com a estrutura profunda de um texto, especifica um conteúdo "global" do texto, determinando a formação global das representacções semânticas das frases sucessivas. Sem tal macroestrutura e as regras que a sustentam, a coerência do texto seria somente superficial e linear"(VAN DJIK, Teun A. - "Gramáticas textuais e Estruturas narrativas", In: Semiótica narrativa e Textual, São Paulo, Cultrix-Edusp 1977, p.2O9). Fundamentalmente, seria necessário recorrer às hipóteses da análise estrutural da narrativa e às "funções"narrativas fundamentadas nas ideias de Propp (Ib. 2O9), e ao estabelecimento de uma homologia entre as estrutras profundas do texto e as da frase (Ib. 21O), o que confirmaria a existência de princípios universais de interpretação(Ib.21).



3. A Leitura psicanalítica



Entre as leituras possíveis está a psicanalítica. A única dificuldade de início seria interpretar sentidos pouco evidentes relacionados com objetos psíquicos escondidos no texto literário.

Mas há um texto e a pesquisa psicanalítica terá como finalidade estudar as relações posíveis da linguagem com o inconsciente. A grande questão será a de descobrir como ler o inconsciente de Conceição e Nogueira, via texto. De partida há uma obscuridade ("Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora[...]"confessada pelo narrador. Como superá-la? O sonho é considerado por Freud como a "via régia" que conduz ao Inconsciente. Para o autor de O Significado dos Sonhos, o sonho representa a realização disfarçada de um desejo esquecido. Se analisarmos o texto que tentamos interpretar veremos que Missa do Galo não reproduz sonhos. Não havendo um estado de sonho nem de paranoia entre os personagens, resta-nos tentar penetrar nas possíveis artimanhas da linguagem presentes nos devaneios ou nas fantasias inconscientes. É possível que haja alguns vestígios ou efeitos na elaboração da linguagem poético-literária ou na retórica mais profunda. E será possível que se declare a homonímia estrutural entre a linguagem de superfície, a retórica verbal explícita, e a linguagem do Inconsciente que é o discurso do implícito. No decorrer de toda a narrativa de Missa do Galo, o analista literário terá de remontar as estratégias de leitura de modo a perceber toda a extensão da expressão. Parece de antemão que além de não haver sonhos, nem paranoias, nem lapsus linguae nem lapsus calami, a psicanálise do texto torna-se mais sutil . Vamos analisar personagem por personagem. Conceição era a segunda esposa do escrivão Meneses, que uma vez por semana dava uma escapulida para dormir com uma amante, com a desculpa de que ia ao teatro. Conceição sabia do caso e resignara-se e acostumara-se achando que era muito direito (12):

Boa Conceição . Chamavam-lhe a Santa e fazia jus ao título tão facilmente suportava os esquecimentos do marido.Em verdade era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática.. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar."(12).

Feita a apresentação de Conceição, o narrador mostra-nos Nogueira sentado, em plena sala "daquela casa assombrada da rua do Senado", lendo Os Três Mosqueteiros de Dumas, fazendo hora para ir à Missa do Galo com um vizinho. Tinham dado onze horas da noite quando Conceição assomou à porta da sala, perguntou ao Nogueira se ainda não tinha ido e entrou "arrastando as chinelinhas da alcova"(13):

Vestia um roupão branco, mal apanhado na cintura. Sendo magra, tinha um ar de visão romântica, não disparatada com o meu livro de aventura.(13).

Nogueira fechou o livro.

Ela foi sentar-se na cadeira que ficava defronte de mim, perto do canapé. Nogueira perguntou se a tinha acordado. Ela respondeu: "Não. Qual? Acordei por acordar"(13).

Nogueira não acreditou na explicação e verificou que os olhos de Conceição "Não eram de pessoa que acabasse de dormir. Pareciam não ter ainda pegado sono"(13). Nogueira aventou a hipótese de que talvez não dormisse justamente por minha causa e mentisse para não me afligir ou aborrecer. Já disse que ela era boa, muito boa.(13). O cavaco entre os dois começou mais animado e é Conceição que observa:

-Que paciência a sua de esperar acordado enquanto o vizinho dorme . E esperar sozinho .Não tem medo de almas do outro mundo? Eu cuidei que se assustasse quando me viu(13). Ao que Nogueira respondeu:

- Quando ouvi os passos estranhei; mas a senhora apareceu logo(13). A partir deste momento, o diálogo é sobre leituras: Três Mosqueteiros e Moreninha.

Verifica-se uma identificação de interesses quando Conceição diz"

- Eu gosto muito de romances, mas leio pouco por falta de tempo. Que romances é que você tem lido? (13)

"Comecei a dizer-lhe o nome de alguns"- diz Nogueira.

Conceição ouvia-me com a cabeça reclinada no espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio-cerradas, sem os tirar de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços para humedecê-los. Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim por alguns segundos. (14). Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles, pousar o queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os olhos espertos."(14).

- Talvez esteja aborrecida, pensei eu. E logo alto: - D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu...

- Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio; são onze e meia. Tem tempo. Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia? - Já tenho feito isso. -Eu, não, disse Conceição.perdendo uma noite, ao outro dia estou que não posso[...] Mas rambém estou ficando velha(14). -Que velha o quê, D. Conceiçao - disse Nogueira.

Tal foi o calor da minha palavra que a fez sorrir. De costume tinha os gestos demorados e as atitudes tranquilas; agora porém ergueu-se rapidamente, passou para o outro lado da sala e deu alguns passos entre a janela da rua e a porta do gabinete do marido.Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma impressão singular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem lhe custa levar o corpo. Essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela noite.Parava algumas vezes examinando um trecho de cortina ou consertando a posição de algum objeto no aparador; afinal, deteve-se ante mim, com a mesa de permeio. Estreito era o círculo de suas ideias.Tornou ao espanto de me ver esperar acordado; eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa do galo na Corte e não queria perdê-la. (14).

Ela apressou-se em dizer que "é a mesma missa da roça e que todas as missas se parecem"(14). [...]

Pouco a pouco tinha-se inclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e metera o rosto entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas, as mangas caíram naturalmente e eu vi-lhe metade dos braços, muito claros e menos magros do que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto também não fosse comum; naquele momento porém, a IMPRESSÀO QUE TIVE FOI GRANDE. AS VEIAS ERAM TÃO AZUIS, QUE APESAR DA POUCA CLARIDADE, PODIA CONTÁ-LAS DO MEU LUGAR. A PRESENÇA DE CONCEIÇÃO ESPERTARA-ME MAIS QUE O LIVRO. Continuei a dizer o que pensava das festas da roça e da cidade[...] Falava emendando os assuntos, sem saber porquê, variando deles ou tornando aos primeiros, e rindo para fazê-la sorrir e ver-lhe os dentes que luziam de brancos, todos igualzinhos. Os olhos dela não eram negros, mas escuros; o nariz, seco e longo, um tantinho curvo, dava-lhe ao rosto um ar interrogativo. Quando eu alterava um pouco a voz, ela reprimia-me: -Mais baixo, a mamãe pode acordar(15).

E não saía daquela posição, que me enchia de gosto, tão perto ficavam as nossas caras.[...]Afinal cansou; trocou de atitude e de lugar.Deu volta à mesa e veio sentar-se do meu lado, no canapé. Voltei-me e pude ver, a furto, o bico das chinelas; mas foi só tempo que ela gastou em sentar-se, o rou- pão era comprido e cobriu-as logo (15).

- Mamãe está longe mas tem o sono muito leve; se acordasse agora, coitada, tão cedo não pegava no sono. -Eu também sou assim. - O quê? Perguntou ela inclinando o corpo para ouvir melhor.(16)





É claro que nos diálogos entre Conceição e Nogueira há muitos conteúdos a serem intepretados. A libido pouco clara em Conceição tem um possível período de retorno em Nogueira que em certa altura fica mais aceso e consciente frente à mulher com quem conversa. Os complexos de Édipo e de Eletra podem estar em jogo. Mecanismos inibidores das tendências libidinosas dos personagens podem ser lidos em palavras, gestos, atitudes, pausas. Pulsões escondidas, afectos ocultos podem subjazer no discurso. O subconsciente e inconsciente de Conceição e Nogueira ocultam muita coisa no interesse e naturalidade com que conversam. O mito de Eros escondido no inconsciente dos personagens podem ser uma adequada manifestação das falas mútuas do adolescente e da mulher casada. Na liberação das forças do inconsciente, o discurso e o entretenimento interessado dos dois, levam a um afastamento da realidade, a devaneios e esquecimento. Tudo isto pressuposto como possível subjacente ao discurso, não fica claro até que ponto, os dois personagens se transformaram em máquinas desejantes. De todas as precedentes observações concluímos que uma leitura psicanalítica pode ser apenas uma ajuda para leitura e interpretação. Não é nunca "a" interpretação, já que outras leituras são possíveis. No conto não há indicios de perturbações neuróticas, de rupturas, de tabus, nem manifestação de complexo de castração. Não há distúrbios, nem estados neuróticos, nem psicoses, nem perturbações, nem desesperos, nem fixacões, nem delírios, nem obsessões, nem manias eróticas, nem erotismo que são pontos fortes do dicionário psicanalítico. Se esta é a postura linear do discurso, como orientar uma leitura, onde os "indícios"possam revelar as linhas de uma leitura mais profunda? Deve ser observado, para conduzir a leitura que quando há uma pendência psicanalítica é indispensável que o cliente exponha sua psiquê e o psicanalista analise para depois estabelecer a terapêutica. No conto de Machado de Assis, há uma conversa. O discurso não é intencionalmente aberto nem intencionalmente dirigido para expor um problema psíquico. O leitor e o intérprete têm por isso mesmo dificuldades em "estabelecer"a verdade psíquica dos interlocutores, quando eles, na verdade foram simplesmente dois conversadores. Será que a crítica terá direito de se erguer acima e além do texto e dogmatizar em cima de uma conversa? Até que ponto isso é lícito? E se é lícito, onde fica o texto machadiano, que "não disse ou não quis dizer o que estão dizendo que ele disse"? Esta é a grande questão.

Mas não podemos desistir de uma leitura e muio menos da ambição de tentar um caminho mais amplo.



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