O Guaribas, rio que corta a cidade de Picos, é responsável por sua origem ainda hoje agoniza, esperando uma mão que o salve da sua segunda morte, pois já faz muito tempo que os ambientalistas, biólogos e geógrafos denunciam a morte do velho Guaribas, que durante muito tempo foi a base de sustentação da economia da região, mantendo vivo o status de maior produtor de alho do Estado por muitos anos. Com o crescimento populacional e a falta de uma política administrativa voltada para o Guaribas, o rio foi morrendo com o assoreamento, o despejo dos esgotos residenciais e os dejetos hospitalares, além de lixo residencial, restos de material de construção, além de construções nas margens, umas até dentro do próprio rio. As autoridades responsáveis pela proteção e fiscalização como o Ministério Público e a Prefeitura têm feito muito pouco pelo resgate daquele que foi um dia o meio de sobrevivência dos picoenses. O rio agoniza e pede socorro e não percebemos ninguém dando a mão para que esse rio que tanto foi importante para o povo dessa região, receba um pouco de volta de tudo aquilo que proporcionou a todos nós. É uma injustiça o que estão fazendo com o Guaribas, ou melhor estão deixando de fazer. Enquanto não houver uma conscientização dos habitantes da região ribeirinha e uma atuação mais efetiva do Ministério Público, punindo os infratores e uma preocupação da Prefeitura para zelar pelo seu maior patrimônio, o Guaribas continuará morrendo e aos poucos deixará de existir, quando nos dermos conta não existirá mais nem o lugar. Aí será tarde demais. Socorramos enquanto há tempo!
(Francisco das Chagas de Sousa, jornalista e professor)