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Artigos-->A Prática de Trabalho Voluntário como Prevenção de Doenças -- 07/05/2005 - 23:40 (Vera Bassoi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Prática de Trabalho Voluntário como Prevenção de Doenças Psicossomáticas.



Por Vera Lucia Muniz Bassoi

Resumo da monografia apresentada à FACIS/IBEHE, para obtenção do título de especialista em Psicossomática (SP/2001) e recém apresentada no 4º Encontro Internacional de Medicina Integrada, na UNICENP – Curitiba – 16 e 17 de abril de 2005. Artigo a ser publicado no próximo nº da revista da ASAMI (Academia Sul Americana de Medicina Integrada).



“Na nossa cultura, a formação dos médicos e dos psicólogos está toda voltada para lidar com a doença e não com a saúde” – Volich (1998). A partir da constatação dessa realidade, sentimo-nos chamados a voltar a atenção para a prevenção ou profilaxia de doenças e desenvolvermos nossa consciência para uma Psicossomática Comunitária.

De acordo com a Psicossomática, a maior parte das doenças é de origem emocional e se instala no corpo, ou soma (doença física), ou na mente (doença psíquica) do indivíduo que cria, por um motivo ou outro, sua própria necessidade de adoecer. Segundo Zenidarci - "Os processos desencadeadores do adoecer estão estreitamente ligados às perdas e frustrações vividas pelo indivíduo e à elaboração ou não destes fatos. O stress, tanto físico quanto psíquico, e a baixa tolerância ao ’não’ também são fatores desencadeantes. Cada um de nós tem um estilo de vida, portanto, temos com isso um próprio estilo de adoecer. Os grandes filósofos e médicos da antigüidade já diziam que o principal fator causal das doenças é a conduta do indivíduo e suas conseqüências."

Como ninguém é uma ilha, estando todos na roda da vida sob influências do meio sócio-cultural-econômico e, ainda, tendo que levar em conta nossa personalidade com todos os complexos e traumas adquiridos desde o nascimento, podemos inferir ser utópica a possibilidade de um indivíduo nunca ficar doente. (Isso sem levar em conta fatores externos, pertencentes ao meio ambiente físico).

Segundo a OMS, "saúde é o total bem-estar biopsicossocial do homem." Se aceitarmos essa definição de saúde como um estado de permanência, ficaremos desesperançados e nos sentiremos impotentes diante das circunstâncias da vida. No entanto, se considerarmos que vivemos num continuum entre não doença/doença/não doença..., então poderemos nos motivar a permanecer o maior tempo possível no estado de não doença (equivalente a saúde) e, ainda, se entrarmos na doença, existirá a possibilidade de sairmos dela por um esforço pessoal, vontade e deliberação.

Conforme nos diz Romano, "O fato real é que o psiquismo é fundamental na conservação da saúde e que o indivíduo adoece por ‘opção’ de vida, mesmo que de forma inconsciente!” Muitos são os fatores e, entre eles, o que mais comumente aparece é a necessidade que o ser humano tem de ganhar atenção e cuidados especiais, ou seja, a necessidade de sentir-se amado.

Como na Psicossomática é importante considerar o indivíduo como um todo, pois ele adoece por inteiro, e de acordo com o embasamento teórico apresentado nesta monografia, faz-se necessário incluir o nível espiritual na definição de saúde proposta pela OMS, passando a ser assim definida: "saúde é o total bem-estar bio-psico-social-espiritual do homem", indo, dessa maneira, ao encontro dos conceitos da Psicologia Analítica, da Psicologia Transpessoal e da Psicossíntese.

Dentro da Psicossíntese, é clara e concisa a afirmação sobre a importância do desenvolvimento espiritual na saúde mental dos indivíduos. Nesse sentido, "o termo ‘espiritual’ remete não somente a experiências tradicionalmente consideradas religiosas, como também a todos os estados de consciência e a todas as funções e atividades humanas que têm como denominador comum a posse de valores superiores aos comuns - valores éticos, estéticos, heróicos, humanitários e altruístas" (Assagioli, 1997, p.51)

Se, como foi dito anteriormente, cada um de nós tem um estilo próprio de adoecer, poderemos também afirmar que cada um de nós tem seu próprio estilo de não entrar na doença, ou seja, de preveni-la permanecendo, assim, em ótimo estado de saúde.

Refletindo sobre a possibilidade de trabalhos humanitários e altruístas serem o caminho para se permanecer em estado de saúde, surgiram duas hipóteses para serem investigadas: 1) o que leva um indivíduo a realizar trabalhos voluntários é o fato de ele ter tido um despertar espiritual e, conseqüentemente, estar em busca da satisfação das suas metanecessidades; 2) o indivíduo que satisfaz suas metanecessidades mantém sua saúde psíquica e física.

Definindo os conceitos propostos nas hipóteses, temos:

Despertar espiritual - acordar para outra realidade diferente daquela que esteve até então; é sair do mundo da ilusão; é a tomada de consciência de outros níveis da mente.

As experiências que costumam preceder o despertar espiritual são aquelas que causam algum choque emocional ou que colocam a vida em xeque como, por exemplo, a perda de um ente querido, ter sobrevivido a um acidente grave ou a uma doença, ter entrado em estado de coma, separação de laços afetivos ou matrimoniais, a dor da traição, mudança de cidade ou país com culturas e costumes diferentes, a perda de emprego, rompimento de sociedades, etc. Porém, Assagioli diz que, “por vezes, a crise que precede o despertar espiritual se manifesta sem causa aparente e no pleno gozo da saúde e prosperidade. A mudança começa, muitas vezes, com uma crescente sensação de insatisfação, de carência, de "alguma coisa que falta" e que nada tem de material e definido. Acrescenta-se a isso, gradualmente, um sentido de vazio com relação à vida cotidiana. Assuntos pessoais, que antes absorviam tanto a atenção e o interesse, parecem perder a importância e o valor. Surgem novas preocupações. O indivíduo começa a procurar a origem e o propósito da vida, a perguntar a razão de muitas coisas que antes tinha por certas - a questionar, por exemplo, o sentido do sofrimento pessoal e alheio, e da justificativa possível para tantas desigualdades no destino dos homens". O despertar espiritual provoca as chamadas metamotivações - motivações advindas da alma, tais como: vontade de ajudar o próximo, de diminuir a dor e o sofrimento do outro, colocar-se a serviço de Deus e da humanidade.

Metanecessidades - necessidades da alma, tais como: sentir alegria, paz, harmonia, amor incondicional, humildade, compaixão, sensibilidade, intuição, preencher o vazio interior, estar próximo de Deus e fortalecer a fé.

As quarenta pessoas que fizeram parte da amostra para a realização deste trabalho científico, todas voluntárias que aplicavam o Reiki, ao serem entrevistadas, nos forneceram dados que vieram comprovar as nossas hipóteses. Todas elas haviam passado por um despertar espiritual e haviam sido motivadas a ouvir a voz interior que apontava para um trabalho humanitário. Tendo restaurado o eixo ego/self, isto é, o equilíbrio entre a personalidade e a alma, tornaram-se saudáveis psiquicamente. Em decorrência da saúde mental tornaram-se, também, saudáveis fisicamente.

Dessa forma, ficaram comprovadas as hipóteses que, justapostas, nos dão a seguinte fórmula operacional: o despertar espiritual &
61664; metamotivações &
61664; trabalho voluntário &
61664; metanecessidades satisfeitas &
61664; saúde psíquica &
61664; saúde física.

E, assim, terminamos o nosso trabalho com a certeza de que a afirmação feita por São Francisco de Assis foi comprovada científicamente: “É dando que se recebe”.

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