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Artigos-->POST DE JUNHO -- 04/05/2005 - 10:56 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UM ÉPICO DO CAJU AO RECREIO



A

cena não me sai da memória, como se eu

estivesse participando de um filme épico,

percorrendo lugares ermos, buscando um sinal que

lembrasse-me a civilização.

Era como se eu estivesse nos países mais pobres da

Africa ou da Asia. Mais estava no Brasil,

numa viagem de ônibus que vai do Caju

ao Recreio dos bandeirantes,

via Avenida Brasil.

O trajeto abunda em outtdoors, indústrias,

comércios variados, favelas, muita pobreza no ar,

o que já deprime.

Mais um fato que chamou-me a atenção sobremaneira

foi que

até chegar-se ao Barra Shopping, em mais de hora

de viagem, olhando pela janela do ônibus,

tentando entender aquelas paisagens amorfas,

não se avista uma livraria sequer.

Fiquei pensando na violência, nas relações

genéricas

de um país continental que não cultua

livros como gênero de primeira necessidade.

Como se relaciona a população sem leitura?

Como pensar um povo sem cultura?

Que futuro pode haver?

descobri a pólvora nesse dia:

falta cultura de livros no Brasil.

Ou seja, o livro precisa ser descoberto.

A população simplesmente não sabe que através

do conhecimento poderia sanar parte de seus

problemas. Não se relaciona livro com poder

e dinheiro,

curioso... Assim que a informação

passou a ser meramente decorativa,

com "bacharéis" sem literatura,

daí a péssima qualidade do funcionalismo

e das trocas sociais em geral,

incluindo um comércio cego e imediatista,

religiões pitorescas,

e a vida vazia do faz de conta do vídeo,

com indivíduos abaixo da crítica, doentes.

Monteiro lobato ,

"descobridor do petróleo no país",

provavelmente com senso livresco,

dizia que um país se faz com Homens e livros.

Eu diria que os homens se fazem com livros

ou valores, pois são essas qualidades que

alçam a humanidade acima do reino animal.

Mais livros e se teria mais disciplina,

menos violência, se gastaria menos em drogas

e jogos, diminuiria a gravidez prolixa de pobres e

adolescentes.

Livro ensinaria a lei da consequência

e a descoberta do outro.

O livro é uma ponte entre o humano e o divino.

Ou será que se pode pensar a humanidade

sem livros? Eu diria até que certos homens

são dispensáveis; livros, não.

Aqui está a pólvora do mal brasileiro:

pensa-se ser possível chegar a algum lugar

sem informação.

Onde fica esse lugar mesmo?

Aliás, o que é lugar?

Quem quiser descobrir um país ( ou inventá-lo )

tem que começar pelos livros.

A falta de cultura é que engendra todos os males

do país da minha mãe.





04/05/2005





Marcelino Rodriguez, escritor hispano-brasileiro,

autor de "O Obervador de Pardais" 1996,

"O Espião de Jesus Cristo" 1999, "Juvenília"

2000, "Café´Brasil" 2001, "A Ilha" 2001,

"Boneco de Deus" 2002, "Mar, Romântico Mar" 2002, "Bom Dia, Espanha"

prêmio Pérgula Literária Internacional e Ação Cultural.

Todos os direitos dos escritos aqui publicados

são reservados ao autor e à Editora Luz do MIlênio

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