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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO -- 17/08/2002 - 21:17 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO
- baseado na obra de Dalmiro Saenz –
Catarina (Leandra De Marchi ); João (Josué Torres ); Ana (Daniela Tomasso )

( Tempo nublado, úmido, frio. Cenas de rua e da janela do quarto. Cama e quarto vazios. Fusão para casal enroscado na cama )
Catarina ( levantando a cabeça da almofada ): Você gosta de Ana.
João: Sim.
C: As mulheres continuam a te agradar como antes?
J: Não! É diferente... me agradam mais mas, através de você.
( ela o olha profundamente e voltou a cabeça para a almofada )
C: Nunca vou sair daqui.
J ( ouviu mas fingiu que não ): Não entendi.
C: Que não vou sair nunca mais.
( se abraçam e se beijam )
C: Toma! Toma! ( e oferece o peito para ele morder e beijar e lá vai... ) Você gosta de Ana. Vi como a olhava... você a olhava com, toda atenção... A mirava nos olhos? Não?... Se ela estivesse aqui, o que faria?
J: Que faria você?
C: Eu... olharia.
J: Agora você diz que sim, mas, depois... você dirá que não.
( deitam-se lado a lado, olhando o teto )
J: Não creio em você.
C: Sim, é sério.... porque serei assim? ( ela se ri ) sou uma degenerada...
J: A mim também gostaria de ver vc com um homem.
C: Com quem?
J: Qualquer um... alguém que você goste. Miguel, por exemplo.
C: Não gosto de Miguel... eu azaro o carinha porque sei que isso excita você.
( imagem do casal que se olha, sobrepõem-se imagem do quarto vazio.Tic-tac do relógio. Detalhes da colcha pregueada. Relógio com tic-tac. Espelho. Dobras da cortina. Telefone toca bem alto. Ninguém atende )
( C chega em casa. J a ajuda com a roupa de chuva e toma de toalha para enxaguar seus cabelos molhados e pés )
C: Devia ter colocado os sapatos velhos.
J: Sim.
C: Deixa que eu me seco sozinha. Me dá vergonha que me veja os pés.
J: Não!
C( ela o olha de cima ): Fez alguma coisa, hoje à tarde?
J: Que tipo de coisa?
C: Você sabe que coisa. Você foi ver Ana?
( eles riem e se encostam as cabeças )
C: Não! Você já sabe que não.
( C se recosta, J olha e, lentamente passa mão no rosto de C )
C: Sou uma tarada mas morro de medo. Quando estou excitada eu peço que você procure Ana. Depois, me dá medo.
J: Deixa de ser boba. Esquece.
( C o olha seriamente )
C: Está preocupado com algum coisa?
J: Não.
C: Sim... está sim...
J ( suspira ): Estive pensando...
C: O que ?
J: Nisso que falamos de Ana.
C: Faz tempo que falamos dessas coisas, mas não antes e nem depois... sempre durante...
J: Antes me dava vergonha pensar nessas coisas, mas agora não. Hoje pensei todo o tempo e não entendo porque... porque falamos dessas coisas... porque as pensamos.
C: Por que nos excita.
J: Mas, por que nos excita?
( C pega as orelhas de J e abre como um leque )
C: Se você fosse assim eu te queria menos.
J: Seria mais cômodo para você.
S: O que?
J: Nos querermos menos.
C: Sim.
J: Sim?
( toca o telefone )
J: Olá! Sim.. sou eu... oi!... como vai? Estivemos falando de você hoje... com Catarina... muitas coisas... Onde você está?... Bom... então venha... Tchau.
( desliga e baixa o fone )
C: Era Ana?
J: Sim.
C: Que disse?
J: Que estava a duas quadras... se podia vir.
C: Ela sabia que eu estava?
J: Não... creio que não...
( fusão com mulher que anda na rua, carregando um livro. Tic-tac do relógio. Eles se olham )
C: Já deve estar aí em baixo.
J: Não faremos nada... você vai sofrer... pode ter medo... ficar com ciúmes.
C: Não! Não! Morro se não fizermos... Diga que não estou e eu fico escutando do outro quarto.
J: Tem certeza que é isso que vc quer ?
C: Sim... por favor.
J: Talvez nada aconteça... talvez ela não queira.
C: Sim... vai dar certo... você a encanta, sabe muito bem que a encanta. Diga a ela que eu não virei em toda a tarde... faça alguma coisa...
( C vai para outro quarto. Apoia-se na porta e ouve. Entreabre mais a porta. Vê-se fragmentos das cenas na abertura da porta )
C: (pensa) Por que o faço? Tenho medo e tenho ciúmes... por que faço isso?
Ana: Olá!
J : ( som de beijo ) Olá!
C: (pensa) Ele a beijou. Deve ter beijado. Às vezes a beija, às vezes lhe dá a mão. Mas, desta vez deve ter beijado o mais perto possível da boca.
A: E Catarina?
J: Não está... não vem essa noite.
A: Eu trouxe um livro dela.
J: Você queria vê-la para algo especial?
A: Não, apenas queria devolver-lhe o livro, nada mais... como estava por perto aproveitei. E você? O que faz aqui sozinho?
J: Não estou completamente só. Você está aqui.
A: Eu não conto. Eu sou a mulher do seu próximo.
J: Eu sou o meu próximo. ( eles riem meio sacaninhas )
C (pensa assustada ): Ele a deve estar olhando nos olhos. Deve estar olhando da mesma forma que me olha. Ou talvez não. Talvez ela esteja olhando pela janela, para que ele possa olhar seus cabelos... suas costas.. sua cintura... suas pernas... Ela sabe que tem umas pernas lindíssimas. João deve olhar e pensar que são muito mais lindas que as minhas. Ela deve estar queimada... certamente estará muito queimada... como nada tem a fazer deve passar o dia todo ao sol.
A: Já não chove mais... aonde vc disse que Catarina foi?
J: Saiu. Não volta mais essa noite.
A: Catarina é um amor.
J: É sim.
( silêncio )
C: (pensa) Por que não dizem nada? O que estarão fazendo? O que eu faria em seu lugar? Não posso aguentar que estejam calados. Não, não pode ser...
J: Com água ou só?
A: Com água.
C: Então não estão juntos perto da janela.
( cena de delírio de C onde ela imagina que o J está amassando A por trás . Ela se desespera. Um misto de excitação e ciúmes e gozo e enfim; ela põe a mão entre as coxas,enquanto chora se acaricia, chora numa explosão e num urro de prazer. Imediatamente J se aproxima e faz carinhos )
J: Calma querida. Ela se foi. Tomou um whisky e se foi. Como eu disse... não fizemos nada.


FIM
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