PRIMEIRO DE MAIO OU TREZE DE MAIO?
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Se o governo continuar com o discurso (ao meu ver equivocado) de que o sistema de cotas - nas universidades públicas -, para os nossos irmãos de pele negra, visa, tão-somente, a reparar a grande injustiça que foi o trabalho escravo, realizado, quase sempre, sem observância da dignidade da pessoa humana.; e se levarmos em conta que o trabalho escravo não se fez com observância das garantias dos direitos básicos e fundamentais de moradia, alimentação, educação, assistência à saúde, entre outros, somos forçados a concluir: os milhares de brasileiros, de todas as raças, crenças e religiões, que passarão a ganhar R$ 300,00 reais por mês, teriam direito, líquido e certo, ao mesmo benefício, como forma de reparar a escravidão, a que estão obrigados, por força da insensibilidade e hipocrisia de alguns governantes e parlamentares que reprisam, há anos, a mesma cantiga de sapo de que “reconhecem que o salário é baixo demais, mas que a conjuntura econômica não permite mais do que isso, sob pena de falir a Previdência Social”.
Como se a Previdência não estivesse falida há tempos. Como se o salário mínimo fosse o culpado pelos constantes déficits e escândalos de que tem sido palco aquela autarquia.
Sem falar nos trinta e cinco milhões de brasileiros que estão abaixo da linha de pobreza e miséria absolutas. Sem emprego, e sem esperanças.
Mas com direito ao voto.
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