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Poesias-->De Alguns Silêncios -- 07/04/2002 - 15:48 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De Alguns Silêncios







A última vez que te vi, partias.

O coração contrito já provava saudades

Sabem as mãos das tuas ausências

E tecem inquietudes, desdobrando o tempo

Como a negar esta desmedida solidão

Em que se refugiam meus olhares.

É que é tua a voz que me vasculha,

Quando em todos os meus silêncios

Ato os nós da garganta da vida.

Há em mim uma ternura implícita e líquida

Que só se derrama em tua sede



Em tuas faltas, diluo-me sem gestos.

Sabe-me a espera, em lenta agonia.

Quisera que fosse somente esta aflição

Que dizes me tomar plena e insone,

Quando me rabisco traço perdido.

É a doçura dos teus dedos que conhece

Meus frágeis refúgios, recônditos

Em que me dedilho com o som do grafite

Notas que somente teus ouvidos alcançam.

Basta um sinal qualquer vindo de ti

Para que as palavras desenhem-se sóis

Secando as dores estendidas no peito.

És este itinerário que me abriga

Convite tácito ao meu destino



Não te fies aos meus silêncios.

Não quero nos lábios limites

Para que saibas, o que me habita:

O eco de desamparo dos meus cristais,

Os muros, os desertos, os seixos

Em que me reconstruo, reaprendendo-me.

Na dicotomia do viver, desfolho-me

Inventando outonos primaveris.

Porque há na angústia atravessada

Vezes uma cegueira absoluta e necessária,

Vezes a tormenta que incita qualquer certeza.

Ainda assim é vã a tentativa de ocultar

Que é só em ti que me sei gerúndio.

És o que sempre perdura e vivifica

A soma do resto dos meus dias

O que antes chamei de acaso...



© Nandinha Guimarães

Em 07.04.02



Visite minha HP:

http://br.geocities.com/nandinhaguimaraes
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