A noite desce fria e calma. Pensei em quantas mulheres amei. Baixei meu olhar em direção ao chão com leve constrangimento e amargura. Fixei-o no fundo de minha consciência. Nenhuma das mulheres me ficou e todas estavam em mim. Fantasmas assombravam as pedras de minha memória Era a saudade de minha paixão?
Entrei em casa e corri ao espelho. Disse a mim mesmo: Odair, você não tem rugas.
E aquele homem do outro lado do espelho prontamente me retrucou: suas rugas estão em sua consciência, são marcas indeléveis de suas vivências.
Quando as rugas estiverem em meu rosto, voltarei ao espelho reflexo, côncavo e convexo
e perguntarei se aprendi a amar.