A PROBLEMÁTICA DO TRANSITO DE PICOS
O Código de Trânsito Brasileiro completou cinco anos. Foi criado para reduzir acidentes e mortes, com punições muito mais rigorosas do que antes. Mas, na prática, as estatísticas continuam aterradoras. O trânsito mata mais que o revólver, a faca e o crime em geral. A cada ano, milhares de pessoas morrem em acidentes de trânsito e outras tantas ficam feridas.
Em estudo da UNESCO, foi possível detectar que as principais causas de mortalidade entre jovens são acidentes de trânsito, homicídios e suicídios... estados com bons índices de acesso à escola e bons níveis de renda registram também altas taxas de mortes violentas. E o grande vilão dessas mortes violentas tem sido o acidente de trânsito.
Em Picos, a situação não tem sido diferente dos demais Estados e Municípios brasileiros, mas como não queremos estar dentro desses índices estarrecedores, precisamos agir, porque o caso é grave. O problema do trânsito de Picos, nem a sociedade, nem as autoridades ainda entenderam a dimensão que esse problema está tomando. Vivemos em clima tenso, pois fatos que ocorrem nos grandes centros, está acontecendo em nossa cidade, como, os pegas pela madrugada, menores dirigindo com ou sem a autorização dos pais, adultos conduzindo veículos embriagados, pessoas dirigindo sem a devida habilitação, além de muitos outros problemas que a priori parecem ser simples. Mas o pior de tudo isso, é que todos são conhecedores do risco que correm e que estão colocando a comunidade em que vivem, pois tanto causam danos pessoais como aos outros. E ainda por cima, essas pessoas não são as de pouco conhecimento, são as que integram um grupo seleto de conhecimento e de poder econômico, e quando questionados não dão a mínima.
Picos, assim como o Brasil, precisa na verdade é de investimento no setor educacional, de forma constante, a fim de mudar a cultura do povo, fazendo com que respeitem as leis e, quando infringidas, realmente sejam punidos severamente. O caso não é simples, mas com educação e cultura, pode se conseguir algumas mudanças.
No caso específico da cidade modelo, temos uma nova administração que encontrou a cidade totalmente esburacada, sem sinalização, semáforos e um povo totalmente desprovido de qualquer respeito ao trânsito e às pessoas, mas que já iniciou um processo de sinalização das ruas, através de parceria com o Detran. A continuidade desse trabalho deverá trilhar com o funcionamento dos faróis, a guarda municipal e um investimento na área educacional e cultural, através de campanhas educativas e culturais em escolas, universidades e nos clubes de serviços.
Para concluir, a Organização Mundial de Saúde reconhece, atualmente, os acidentes de trânsito como um problema Mundial de Saúde Pública, problema para o qual a ciência ainda não desenvolveu remédio e cujo a única solução é a conscientização. Neste sentido o trabalho que se faz hoje, está na direção certa. Por que essa discussão se reveste de vital importância, pois é a oportunidade onde todos estarão com suas visões voltadas para as questões do trânsito e é preciso desenvolver ações que destaquem este momento. Que cada um assuma para si o problema e comece por sua família.
* Francisco das Chagas de Sousa, professor e jornalista. (texto produzido por ocasião de um debate sobre a problemática do trânsito em Picos – PI, realizado no dia 26 de Abril de 2005).
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