Assim tem sido desde 1500, após a invasão lusa e as que a ela se seguiram,a vida tranqüila e tradicionalmente integrada a natureza dos silvícolas de Pindorama transformou-se em um inferno de ganância e destruição chamado Brasil, o processo genocida, teve então inicio de forma cruel e decisiva, a própria escolha do novo nome, aponta a sanha destruidora dos invasores, visto que a madeira nobre, de quem o nome foi tirado foi a primeira vitima do processo de extinção que teria inicio imediatamente após a chegada dos invasores das terras Tupiniquins, a selvageria e a brutalidade dos invasores era superada apenas por sua ausência total de higiene e de inteligência, as ações de extermínio em maça se sucederam logo após a constatação de que aquele povo não seria escravizado, e que para eles era preferível a morte com honra a uma vida de submissão e de docilidade forçada.
Eles foram e sempre serão os donos deste território e de todas as riquezas nele contidas e por esta verdade incontestável, sempre serão vitimas da sanha assassina daqueles que se julgam e pela força fizeram-se donos das terras, assim sendo,embasados nesta fragilidade histórica, sentem-se ameaçados pela presença dos que não lhes permitem esquecer suas ações espúrias e usurpadoras, suas covardias centenárias e seus distúrbios de conduta que transformaram um território rico, pujante e belo nesta deturpação em que hoje vivemos que não passa do resto de tudo o que havia, na sobra de civilização em que nos transformamos, em seres em nada humanos que à tudo manipulam por mera conveniência, vassalos que se submetem as injustiças e as vergonhas, canalhas que aceitam a iniqüidade e a mentira como forma de vida, pulhas que se pautam pela covardia conivente e pela capacidade de se cometer todos os genocídios levados a cabo contar as nações silvícolas que aqui viviam e saírem desta empreitada impunes.
Quero deixar claro, que esta hipocrisia chamada de “Dia do Índio” em minha opinião jamais ira servir como atenuante para todas as ações nefastas e covardes contra eles perpetradas por invasores bárbaros que destruíram e prosseguem nesta sanha assassina contra suas culturas e seus indivíduos, as mentiras e os sistemáticos homicídios ainda ocorrem e pelo que se demonstra irão perpetuar-se até que o ultimo dos proprietários destas terras seja exterminado. As 23 crianças que morreram de inanição em Dourados e as 59 que encontram-se em estado terminal, são a prova inequívoca desta intenção por parte dos que hoje ocupam o poder, seja político ou econômico, os silvícolas não estão incluídos nos planos de desenvolvimento retrógrado que é levado a cabo nesta pseudo nação, servem apenas como obstáculos que tem ser impiedosamente exterminados, que devem ter suas culturas extintas e que ocupem espaços limitados em museus, onde podem lembrar-nos indireta e eventualmente de nossa culpa por seu desaparecimento sem impingir risco de que esta assumida culpabilidade redunde em ressarcimento por parte dos que lucraram com este covarde extermínio.
Não farei pedidos para que se faça justiça em favor destes que se transformaram em mártires do subdesenvolvimento que assola as terras de Pindorama ou mesmo que parem de levar a cabo este plano nefasto de extermínio, pois os indivíduos que aqui vivem, sabem exatamente o mal que causaram e que ainda causam, seja por ação direta ou simplesmente pela nauseante omissão, que é a mola mestra deste antro de covardia e de destruição que é chamado de Brasil; tudo o que peço é que parem de insultar aos silvícolas, verdadeiros donos deste território e de todos os dias nele, com a ridícula alusão ao único 19 de Abril, como dia do Índio .
“Envergonhem-se de quem são e principalmente de não serem quem poderiam ser se não fossem o que são !”.
