No começo era a Pedra e o nada,
No nada vivia a solidão e a Pedra,
A Pedra não conhecia a Saudade...
O nada envelheceu e morreu,
A pedra conheceu tudo,
E o vento acariciou sua tez...
A pedra era o tudo,
O tudo era a Pedra,
E a Pedra conheceu o mundo...
A Pedra desejou o que tinha,
O que a Pedra tinha era tudo,
E o mundo se aventurou sem a Pedra...
A pedra se lembrou do nada,
Do nada lhe veio a Solidão,
E a pedra conheceu a Saudade...
A Pedra sabia que tudo era nada,
Então ao nada voltaria,
E só assim esqueceria,
A saudade da Solidão.
Enildo Netto Teodoro
Rio de janeiro
05, Abril 2002
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