O Domínio das mulheres
Francisco das Chagas de Sousa*
No sábado, 09 de abril, compareci a uma reunião do Instituto Monsenhor Hipólito (Colégio das irmãs), em Picos - Piauí, para falar sobre liderança, oportunidade em que a Direção e a Coordenação do Serviço de Orientação Educacional concederia aos lideres de turma o certificado de liderança, dentre as quais minhas duas filhas (Indira e Olga) que foram eleitas. Naquela oportunidade, percebi o grande número de mulheres liderando suas turmas, desde a 3ª. Série do ensino fundamental ao 3º. Ano do ensino médio. Dos quase 40 líderes eleitos, apenas 8 eram homens. Naquele instante pude perceber que as mulheres estão avançando e não somente ocupando o espaço dos homens nas suas atividades profissionais, como também nas lutas políticas e estudantis. A mulher, que conquistou um dia internacional, 08 de março, pela sua luta, iniciando o seu primeiro movimento, com a greve de São Petersburgo e a partir daí não parou mais, cada dia abrindo mais espaços e conquistando tudo o quanto tem vontade, acrescentando que além de ocupar o espaço do homem, se mantém firme mantendo o seu lugar ocupado, sendo capaz de ao mesmo tempo em que se mostra capaz na atividade profissional, ainda cumpre com suas obrigações domésticas e de esposa, sendo que em alguns casos mais duras. Hoje não existe mais lugar em que a mulher não possa ocupar, pois ela está determinada e não tem medo do que vem pela frente. As suas conquistas tem sido em todos os campos, na educação, que foi o seu primeiro espaço ocupado, na saúde, no transporte, no direito, nas administrações empresariais, administrações públicas, etc. No Brasil, a luta da mulher não foi diferente, nem tão pouco suas conquistas, pois com a ampla divulgação da greve das mulheres São Petersburgo, elas passaram a participar de movimentos e ampliar o número de adeptas às lutas feministas. Com isso, conseguiram o direito de votar, até então permitido somente aos homens e muitas outras conquistas que citaremos logo abaixo:
• Reconhecimento da profissão de trabalhadora rural: oportunidade em que conquistara o reconhecimento da profissão das trabalhadoras rurais;
• Aposentadoria: 55 anos para as mulheres e 60 para os homens. Até então só os homens se aposentavam aos 65 anos com meio salário mínimo. A mulher se aposentava somente quando o marido morresse, ou aos 70 anos;
• Salário maternidade: a mulher da roça não recebia. Esta conquista reafirmou a profissão de trabalhadora rural;
• Auxilio acidente de trabalho: o auxilio doença, a aposentadoria por invalides e a pensão por morte passaram a ser direito de todas (os);
• Na saúde: recursos para a promoção da saúde da mulher e da família rural; garantia dos recursos da Municipalização Solidária da Saúde (ano de 2000 – RS); avanço no SUS; apoio para o trabalho com plantas medicinais;
• Documentação: conseguiram que no RS fosse incluído o nome da mulher e dos filhos no bloco de produtor (a) e a garantia de documentação pessoal e profissional.
Além dessas conquistas, outras vem surgindo diariamente, pois a mulher não tem tido medo de ousar e mostram aos homens porque conquistam espaços, algumas vezes até exageram, esquecendo que são mulheres, e na busca incessante para ocupar espaço, que antes era exclusiva dos homens, terminam por perderem sua identidade, mas no geral, tem demonstrado que são melhores que os homens em tudo que fazem. Aproveito a oportunidade para parabenizar a todas as líderes do IMH, fonte de inspiração desse artigo, em especial, minhas filhas: Indira e Olga.
* Formado em Letras e em Direito e Professor substituto da Universidade Federal do Piauí e da Universidade Estadual do Piauí – Campus de Picos.
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